domingo, 1 de novembro de 2009

SUA EXCELÊNCIA O FREVO-DE-BLOCO


Antonino Oliveira Júnior

“É lindo ver o dia amanhecer, com violões e pastorinhas mil...”

Mais do que justo que Pernambuco tenha o Dia do Frevo-de-Bloco, uma vez que é ele a expressão romântica do carnaval de Pernambuco. Basta ver as letras das composições de Edgar Morais, Getúlio Cavalcanti, Levino Ferreira e outros, para que a emoção não apenas nos faz reviver os carnavais de antigamente, sem violência, dos amores de três dias, mas, acelera o coração do jovem folião que descobre, em meio ao barulhento universo dos carnavais de trios elétricos, a beleza de desfilar de mãos dadas com sua namorada, ou, ainda, ver passar o Bloco repleto de pierrôs e colombinas, surgindo como uma pausa para o corpo e um alento para a sua alma de folião.

Que o dia 1 de novembro signifique, realmente, uma vontade do pernambucano em preservar o lado romântico de seu carnaval. É o carnaval das composições amorosas, dos acordes de violões, do canto afinado do coral que encanta e nos embala o ritmo lento que acelera paixões e solta os freios dos corações apaixonados dos tímidos fantasiados, que se olham como por acaso, e que, também, num acaso intencional, toca sutilmente a mão da colombina que derrama charme pela passarela.

Ouvir um Frevo-de-Bloco com os olhos fechados é ver o carnaval com os olhos do coração, é chorar feliz a madrugada da terça-feira, que chega imperiosa, ainda que não se queira a sua presença, é ver o folião que volta prá casa levado pelo sol da quarta-feira e que, exausto, deita e adormece sorrindo, e vive um sonho embalado por um Frevo-de-Bloco cantado à distância.

“Não deixem não que um Bloco campeão, guarde no peito a dor de não cantar...”

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