quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

SOFREGUIDÃO

Antonino Oliveira Júnior


Os minutos pingam
sobre o caminhar lento das horas
e o aguardar angustiante
faz-me oscilar constantemente
entre os intermináveis compassos de espera
e os efêmeros momentos do pulsar acelerado.

A cada sensação nova
tua figura surge viva e imponente
até se esvair
no labirinto dos sonhos
e dos desejos arrebatadores.

O abrir a porta
revela a dor da espera vã
e o vento frio
deixado por tua ausência
chove meu rosto
e inunda meu coração de tristeza.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

PALHAÇOS



Foto: Toni Braga


Interpretando há quase 20 anos os personagens João Grilo e Chicó, na peça "Auto da compadecida", vale a pena conferir mais uma faceta dos atores Sóstenes Vidal e Williams Sant'anna, no espetáculo PALHAÇOS - O REVERSO DO ESPELHO, pela Dramart Produções, no Teatro Barreto Júnior, Pina, Recife, nesta quarta-feira, 18 de jneiro, `s 20:30 horas. A entrada custa apenas R$ 10,00, dentro da programação do 18º Janeiro de Grandes Espetáculos.

O espetáculo é um tenso jogo sobre afetividades e a existência humana e sobre "quem é, na verdade, palhaço na vida".

CORAÇÃO EM EROSÃO


Antonino Oliveira Júnior


Você chegou daquele jeito...
Tinha que ser assim...

Suas carícias, seus carinhos,
Uma enxurrada de prazer
Causando essa erosão em meu coração,
Uma fenda profunda
Preenchida por tudo o que sinto,
Por tudo o que desejo,
Pelo tudo que é você.

Não fala nada agora
E apenas fecha os olhos...
E com o sal de seu suor
Batizo com o nome de amor
o recheio dessa fenda
que me abre e me preenche o peito.

sábado, 14 de janeiro de 2012

GRUPO DE POESIAS "VOZES FEMININAS"




O Grupo de Poesias VOZES FEMININAS lança seu mais novo projeto, A palavra em movimento, dia 18 do corrente, às 19 horas, na Casa Mecane, na Visconde de Suassuna, Boa Vista, Recife, com recitação das integrantes do Grupo: Suzana Morais, Silvana Menezes, Mariane Bigio e Cida Pedrosa, contando com a participação especial de Kerlle de Magalhães, Miró, Renata Santana e Rita Marize.

O Projeto é apoiado pelo Funcultura e o Grupo vai realizar vinte recitais em Recife, Olinda, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho, em datas a serem divulgadas.

domingo, 8 de janeiro de 2012

COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ



Antonino Oliveira Júnior.


Às vezes nem sei o que sinto,
Se é ciúme ou raiva;
Tu , que me tens de tanto tempo
Te entregas a aventuras,
A coisas passageiras
E sinto raiva
Quando te vejo amorosamente caída
Em braços sem ternura;
Quando te entregas
A quem te usa e depois te descarta.
O ciúme fere-me a alma
E uma lágrima morna rola em meu rosto
E eu sofro
Como quem vê distante um grande amor;
E relembro todos os nossos momentos
Na quietude de tempos outros
Das juras de amor eterno, da cumplicidade;

Não gosto de ver-te assim, como estás...

Sinto raiva de quem te machuca
E, ainda que, morto de ciúmes,
Queria colocar-te todinha em meu colo
E falar baixinho ao teu ouvido:

“Ah, minha cidade,
Como é grande o meu amor por você!”

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

OFICINA COM ARTISTA ITALIANO



Damiano Massaccesi, da Cia. Circo Godot de Teatro / foto: Roberto D'ângelo


O ator e artista circense Damiano Massaccesi vai coordenar a Oficina "GRANDEZA DO SER - OFICINA DE TÉCNICAS CIRCENSES", numa parceria com o 18º JANEIRO DE GRANDES ESPETÁCULOS, sendo a única opção de oficina no evento, tendo como público/alvo atores, bailarinos, arteeducadores, etc.

O trabalho é focado no desenvolvimento das habilidades circenses (acrobacias, tecido, pernas-de-pau e malabares) e nas possibilidades das inserções dessas técnicas com os princípios cômicos.

As Oficinas acontecerão de 23 a 27 de janeiro, das 14 às 18 horas, no Teatro Arraial, em Recife, para apenas 20 inscritos, ao custo de R$ 30,00. As inscrições devem ser feitas no Sindicato dos artistas - Casa da Cultura, Raio Oeste, fone:3424 3133.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

CANTO DE HOJE



Antonino Oliveira Júnior



Canto, nesta manhã,
A vida que reabre os braços
E me acolhe
Como um renascer de amor.

Sem escuros, sem medos, sem dor,
Sinto as lágrimas felizes da liberdade
Rolarem na face,
E o pulsar de um grito novo
A saltar da garganta por impulso.

Um grito com o perfume das rosas,
A maciez das nuvens
E a força do vento.

Canto, nesta manhã,
O meu canto de hoje,
Suave e firme
Como o gorjeio do pássaro da manhã
Que reage à extinção imposta
E insiste em festejar a beleza
E tornar alegre e feliz
O mundo dos seus algozes.


*Antonino Oliveira Júnior é da Academia Cabense de Letras

TRABALHO DE ACADÊMICO CABENSE É CITADO EM NATAL






Mestre Graciliano


Passo na banca, pego a revista Literatura, de setembro, que tem na capa Mestre Graciliano Ramos e também Dom Casmurro, de Machado de Assis, por conta daquela possível traição de Capitu, um esporte muito praticado nas civilizações adiantadas e Natal é uma delas. Os Bentinhos bem sabem disso. A revista fala ainda sobre a contemporaneidade no poema e uma boa e oportuna matéria com o título "A sala de aula como oficina de Literatura".

Na abertura, os votos de boas vindas já apontam a boa direção que deveria ser seguida por todos os professores e professoras: "Faça da sala de aula uma oficina de literatura, estimulando o gosto literário nos alunos, afinal o que o bom texto precisa é de afinidade com o leitor e uma das incumbências do professor é criar essa afinidade".

O texto sobre Graciliano Ramos é de autoria do professor pernambucano Douglas Menezes. Trata não apenas da valiosa obra do grande escritor alagoano, mas discorre também sobre a personalidade e o caráter de um dos maiores escritores de língua portuguesa. Douglas faz leitura dos livros de Graça. Abrindo as páginas de Vidas Secas, comenta: "Não é sem razão que cada palavra, cada frase, cada período de Vidas Secas se transpõe numa metáfora única sobre a miserabilidade de uma vivência aviltante. Quando se fala numa linguagem despojada no romance de Fabiano e família, desprovida de qualquer ornamento, embelezamento desnecessário ou detalhismo retórico, afirma-se da estreita ligação entre a forma e o conteúdo.

Secos os vocábulos, precisas as frases, endurecidos os períodos. Palavra nenhuma sobrando, pois o drama exige concretude, real a pintura a ser expressa". Fui lendo essas considerações do professor pernambucano e me veio à memória um texto de Graciliano Ramos que li recentemente na internet. Uma preciosa aula sobre arte de escrever. Diz o Mestre: - Quem escreve deve ter todo cuidado para a coisa não sair molhada. Quero dizer que da página que foi escrita não deve pingar nenhuma palavra, a não ser as desnecessárias. É como pano lavado que se estira no varal. Naquela maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. - Elas começam com uma primeira lava. Molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Depois colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. - Depois batem o pano na laje ou na pedra limpa e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. - Pois que se mete a escrever devia fazer a mesma coisa.

A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso, a palavra foi feita para dizer". As bolas do Ministério Deu no jornal O Globo: "Verbas oficiais irrigam OGNs ligadas ao PCdoB". A notícia acrescenta detalhes: - Não é apenas no Ministério do Esporte que ONGs ligadas ao PCdoB se alimentam de recursos federais. Elas aparecem como beneficiárias de verbas dos ministérios da Cultura, Saúde e Cidades. Uma delas é o Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ), que recebeu R$ 2,1 milhão desde 2004 e funciona no mesmo endereço da União da Juventude Socialista, ligada ao partido, na rua Treze de Maio, em São Paulo. - O Centro só se tornou influente depois que Gustavo Petta, cunhado do ministro do Esporte, Orlando Silva, foi seu dirigente. Cadê a luz Há mais de três meses que se apagaram as luminárias de um poste do canteiro central da avenida Duque de Caxias esquina com a rua Nísia Floresta, na velha, abandonada e penumbrosa Ribeira.

Há uma vaga esperança de que no retorno de sua viagem a alcaidessa autorize a reposição das lâmpadas. Livro Cláudio Guerra lança hoje à noite (19 horas), no auditório do DCE da UFRN (Setor 1 do Campus), seu novo romance Marinheiro Só. Parte da história, ocorrida nos tempos da ditadura, tem Natal como cenário. Em 2009, Cláudio Guerra publicou com o selo do Sebo Vermelho Alcanorte, de farsa às cinzas. É paulistano de nascimento e mora no Rio Grande do Norte derna de 1981. É graduado em História e ligado ao Partido Comunista Brasileiro, tendo Macau como front. Mais literatura Hoje é o último dia do IV Encontro Potiguar de Escritores que acontece na Academia Norte-Rio-Grandense de Escritores. Às 9 horas há um debate sobre a "Contribuição Cascudiana para História, Etnografia e Literatura Oral" com Diógenes da Cunha Lima, Vicente Serejo e Ana Maria Cascudo Barreto. Em seguida o poeta Aécio Cândido falará sobre o Instituto Cultural do Oeste Potiguar. Na parte da tarde, coisa das 15 horas, Valdenides Dias abordará o tema "Vozes Femininas na Literatura Potiguar". Depois, Cláudia Santa Rosa, Erileide Rocha, Fernando Mineiro e Chico Alves vão discutir "A questão do livro e da leitura". Política A política do Rio Grande do Norte chega ao fino do fino do nonsense, beirando o surreal. Nunca se viu outubro igual. Está nas folhas: "Robinson Faria diz que vai articular a oposição ao governo Rosalba Ciarlini". Ora, ele é o vice-governador! Não é fantastique?! Augusto Boal jamais imaginaria cena em seu teatro do absurdo. Ser oposição é novidade na biografia de Robinson. Grande novidade; dramática novidade. Sempre foi homem de governo. Quando não dentro da sala, pisando nos tapetes e se refastelando nas largas poltronas do poder, sabia se aprochegar, deliciando-se nas frescas dos alpendres.

http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/mestre-graciliano/200544

Fonte: Tribuna do Norte

Autor: Redação / 26 de Outubro de 2011.


*Douglas Menezes é da Academia Cabense de Letras