quarta-feira, 31 de março de 2010

RENASCER



Douglas Menezes*

É bom lembrar: Páscoa é renascer. Buscar na vida uma manhã onde o sol não se ponha nunca. No amanhecer os pássaros cantam todos os dias, mas o canto parece inédito, não repetido, sempre novo. Nos versos do poeta nordestino, a manutenção da chama que é a vida, essa celebração que faz o milagre acontecer quando menos esperamos, aliviando o fardo da existência sofrida e desesperançada. Nascer de novo é nascer duas vezes ou mais. Disse o poeta: ”O entardecer é bonito; mas belo mesmo é o amanhecer, pois coisas novas podem acontecer”

Esse é o momento. Não o do paraíso consumista, da obrigação do peixe e do ovo de páscoa. Nem das solenidades coletivas dos templos repletos, muitas vezes mecânicas, superficiais até, rotineiras, para marcar uma data apenas. Mas o momento individual, reflexivo, onde você estará somente com você. Ao mesmo tempo sozinho e pensando nos outros. A busca da luz em meio às trevas. A cura da embriaguez do vinho amargo do orgulho, da soberba, da opressão, do egoísmo que embota os sentimentos bons. Renasçamos para, mesmo com os defeitos que levaremos até à morte, sejamos um pouco melhores.

Na visão pós-moderna, a Páscoa tornou-se um grande feriado turístico, onde a Paixão transformou-se em algo rentável, fonte de riqueza para empresários e divertimento para pessoas em busca de lazer.

Então, o espírito do nascer de novo deveria ser retomado, no sentido de entendermos bem o sacrifício DELE.

É preciso um renascimento da consciência, alcançando todos os ângulos da vida, notadamente aquele que trata das injustiças, das condições existenciais degradantes de grande parte da humanidade: os desprovidos de tudo. As eternas vítimas de uma ordem desumana e hipócrita.

Comamos o peixe e o chocolate, bebamos do vinho, sem, no entanto, esquecermos daqueles que nada disso possuem

*Douglas Menezes é membro da Academia Cabense de Letras

terça-feira, 30 de março de 2010

"PRISÕES" INOVA NA MOCASPE

A segunda-feira e segundo dia da Mostra competitiva, toruxe algo que inovou na MOCASPE. "PRISÕES", de Alesson David, prendeu a atenção do público, emocionou a todos e mostrou alguns aspectos bem interessantes: Um espetáculo que fugiu do ritmo comum da MOcaspe, alternando teatro e dança; Um elenco concentrado no trabalho, disciplinado no tocante à movimentação de palco e marcações de direção; e, finalmente, uma direção segura, que mostrou conhecimento e domínio sobre o grupo e que subiu no palco com uma proposta claramente definida.

Considero a MOcaspe um enorme laboratório e 2010 já nos revela uma grata surpresa, a Cia. Fêniz de Dança e Teatro, que brindou o público com um espetáculo de qualidade indiscutível, levando-se em consideração, claro, que se trata de um grupo amador, que ainda tem uma estrada pela frente e muitos degraus a subir na carreira que abraçaram.

As outras duas apresentações da noite seguiram o ritmo costumeiro da Mocaspe, com algum destaque para o Auto da Camisinha, pelo Grupo Ação, que divertiu o público com tiradas engraçadas sobre a necessidade de uso da camisinha, inclusive uma demonstração no palco, utilizando um pênis de silicone. É um espetáculo usado pela Secretaria Municipal de Saúde em campanhas comunitárias.



Outro assunto importante é em relação à presença de crianças em espetáculos adultos. Não adianta a coordenação do evento pedir a compreensão dos pais. Até porque, muitas vezes os pais nem sabem que espetáculo vai ser mostrado. Cabe sim, à coordenação, não permitir a entrada das crianças nos espetáculos noturnos. Nenhuma criança deveria ter acesso à mostra nos horários da noite. Apelar para a consciência dos pais é querer demais num sociedade em que falta consciência para um monte de coisas. E observar a faixa etária não é censurar espetáculos, mas, contribuir na formação das próprias crianças.

segunda-feira, 29 de março de 2010

MOCASPE COMEÇA A TODO VAPOR


Evânia Copino (na foto com Antonino)a homenageada da Mocaspe 2010. A foto é de Wedson Gomes.


A XV MOCASPE começou a todo vapor, com um bom espetáculo de abertura, no sábado, 27. O Manual Prático da Felicidade, de Luiz Navarro e direção cênica de Williams Santanna, agradou ao público que compareceu ao Barreto Júnior. Um espetáculo que misturou o drama de um casal que procurava suprir a solidão do "não ter filhos" através da criação de um mundo de fantasia e de compensações psicológicas. Um drama sério mostrado com uma mistura bem dosada de humor. Destaque para a grande atuação do ator Alce.

No domingo, o destaque ficou por conta da primeira skete da noite, AS MENTIROSAS OCAS, de Luiz Navarro, que também assinou a direção cênica. A atriz Belle saiu-se bem, segura, com boa presença de palco, apesar de demonstrar excessiva preocupação em mostrar uma personagem embriagada, o que, de certa forma, levou ao estereótipo. Mas foi uma boa atuação da atriz. Na direção, Luiz Navarro demonstrou, mais uma vez, a sua competência e poder de criação, mostrando um final surpreendente, no mais legítimo estilo "joga merda na Geni". Excelente.

Um outro espetáculo interessante foi "O Casamento de Mateus e Catirina", porém, sem nada de novo, apenas seguindo o ritmo de outras MOcaspes.

A MOCASPE 2010 homenageia a primeira dama do teatro cabense e uma das melhores atrizes de Pernambuco, EVÂNIA COPINO. Quando ela está no palco, existe a certeza de uma grande atuação, sempre. O Movimento Teatral do Cabo de Santo Agostinho faz justiça a essa grande atriz, ao prestar a homenagem, deddicando-a os espetáculos da XV MOCASPE.

sábado, 27 de março de 2010

BRAVO! COMEÇA A MOCASPE!


A atriz Evânia Copino (ao centro) é a homenageada

XV Mocaspe – Mostra Cabense de Sketes e Poesias Encenadas
Homenagem a Evania Copino
27 de Março a 04 de Abril de 2010.



Sábado 27/03/2010.

20:00 h. – Abertura.

20:30 h. – Espetáculo convidado: Manual Prático de Felicidade
Texto de Luiz de Lima Navarro. Direção: Williams Sant’anna
Teodora Lins e Silva Companhia de Teatro

Domingo 28/03/2010.

19:00 h. – Abertura.

19:30 h. – 1.ª skete: As Mentirosas Ocas
Texto e direção de: Luiz de Lima Navarro - Trupe Cara & Coragem

20:20 h. – 2.ª skete: O Casamento de Mateus e Catirina
Texto de: Sonia Christnak. Direção: Rafael Dynarck - GTAZP

21:10 h. – 3.ª skete: A Princesa do Sertão e o Boi Encantado
Texto e direção de: Evaldo Ferreira (Arariba) – Cia. Teatral Barreto Júnior

21:50 h. – Debate.

Segunda 29/03/2010.

19:00 h. – Abertura.

19:30 h. – 1.ª skete: Brigas
Texto de: Christian Gurtner. Direção: Gago Santos - Os de Mais da Conta

20:20 h. – 2.ª skete: Prisões
Texto e direção de: Alesson David – Cia. Fênix de Dança e Teatro

21:10 h. – 3.ª skete: O Auto da Camisinha
Texto de: José Mapurunga. Direção: Beto Vieira – Grupo Teatro Ação

21:50 h. – Debate.


Terça 30/03/2010.

19:00 h. – Abertura.

19:30 h. – 1.ª skete: A Profecia dos 300 anos
Texto de: Gilson Lopes. Direção: Gago Santos - Os de Mais da Conta

20:20 h. – 2.ª skete: Mundos
Texto e direção de: Gleydson Góes – Arte em Cena

21:10 h. – 3.ª skete: Cena de Sangue num Bar - Texto de: Ricardo Hofstette.
Direção: Wedson Gomes – Trupe Ousados e Abusados

21:50 h. – Debate.


Quarta 31/03/2010.

19:00 h. – Abertura.

19:30 h. – 1.ª skete: Quando o Amor vem ao Coração
Texto e direção de: Rafael Dynarck - GTAZP

20:20 h. – 2.ª skete: O Nordestino
Texto e direção de: Gilson Lopes – Os de Mais da Conta

21:10 h. – 3.ª skete: Desejos
Texto e direção de: Thierry Fernandes – Cia. Teatral Sobre o Palco

21:50 h. – 4.ª skete: Os Seminaristas
Texto de: Flávio Alves. Direção: Lugg Alves – Consuarte

22:30 h. – Debate.


Quinta 01/04/2010.

19:00 h. – Abertura.

19:30 h. – 1.ª skete: Presos Aqui !
Texto de: Conias Caetano. Direção: Ananda Swamy – Malemolência

20:20 h. – 2.ª skete: Descontrolados
Texto e direção de: Thierry Fernandes – Cia. Teatral Sobre o Palco

21:10 h. – 3.ª skete: O Último Regresso
Texto e direção de: Luiz de Lima Navarro - Trupe Cara & Coragem

21:50 h. – Debate.


Sexta Mostra Infantil 02/04/2010.

14:30 h. – Abertura.

15:00 h. – 1.ª skete: Avoar - Texto de: Vladimir Capella.
Direção: Luiz de Lima Navarro – Oficina de Iniciação Teatral

15:40 h. – 2.ª skete: Espetáculo convidado: O Drama dos Animais
Texto de: Luiz de Lima Navarro. Adaptação do texto e direção: Evania Copino.
Grupo Matraca de Teatro

16:20 h. – 3.ª skete: Os Olhos da Cobra - Texto de: Roberto Villani.
Adaptação de: Hoton Esteves. Direção: Ana Emilia e Hoton Esteves
Cia. Teatral Trevo Pernambucano

17:00 h. – Debate.

Sexta 02/04/2010.

19:00 h. – Abertura.

19:30 h. – 1.ª skete: Claro - Texto de: David Ives.
Direção: Bianca Azeredo e Wêlson Amaral - Produção Independente

20:20 h. – 2.ª skete: Os Dois Cumpadi
Texto e direção de: Rafael Dynarck – Cia. Teatral Arte Cultural

21:10 h. – 3.ª skete: Mona Lisa “Marcas de uma tortura”
Texto de: André Garrel. Direção: Lugg Alves – Produção Independente

21:50 h. – Debate.


Sábado 03/04/2010.

19:00 h. – Abertura.

19:30 h. – 1.ª skete: Entre a Porta e a Esquina
Texto e direção de: Luiz de Lima Navarro - Trupe Cara & Coragem

20:20 h. – 2.ª skete: Noites Ciganas
Texto e direção de: Marcelo Rhwushansky – Cia. Teatral Minutos de Arte

21:10 h. – 3.ª skete: Tibéria - Texto de: Flávio Alves.
Direção: Wedson Gomes – Trupe Ousados e Abusados

21:50 h. – Debate.




Domingo 04/04/2010.

19:00 h. – Abertura.

19:30 h. – Skete: Vencedora do Júri Popular:

20:10 h. – As Mais Mais.

20:40 h. – Homenagem.

21:00 h. – Entrega de troféus.

22:00 h. – Encerramento.

quinta-feira, 25 de março de 2010

CANÇÃO PRA NINGUÉM OUVIR


DOUGLAS MENEZES*

Meus filhos não lerão esta crônica. Minha mulher não lerá esta crônica, muito menos meus irmãos e amigos. Porque ela é uma canção que não interessa a ninguém ouvir. Traz apenas esse silêncio que não diz nada, e me diz tudo. Desprovida de vida sonora, despoetizada da poesia ruidosa de agora. É só um canto de quem talvez não tenha mais nada a dizer. Ela encerra esse ciclo que preenche o ex-branco dessa página. Letras mortas, onde nem o dono se anima em vivificar. Tem inspiração. Tem sim. Na música de Chico Buarque, que “Chora notas pra ninguém ouvir”. Mas a melodia e o poema do artista é para alguém. Estes escritos, ao contrário, escondem o sentimento, é tímido, traz a manha dos que não querem se mostrar. Final de livro, uma estrada cujo destino é uma reticência ou um ponto sem saída. Nem sequer a dignidade do beco, mas a incerteza dos descaminhados. Um fechar de volume, um não abrir nunca mais. Cortina arriada, portão cerrado. Voz muda. Círculo vazio. Medo medonho de que alguém queira ouvir. Preciso, então, preencher o resto do papel. Concluir a canção. A música que não diz nada. A música tão inaudível que não possui cantor.
MARÇO DE 2010.

"LUA CHEIA

Chico Buarque De Holanda

Ninguém vai chegar do mar
nem vai me levar daqui
nem vai calar minha viola que desconsola,
chora notas pra ninguém ouvir
Minha voz ficou na espreita, na espera,
quisera abrir meu peito, cantar feliz
Preparei para você uma lua cheia
e você não veio, e você não quis
Meu violão ficou tão triste, pudera,
quem dera abrir janelas, fazer serão".

*Douglas Menezes é membro da Academia Cabense de Letras

PAIXÃO DE CRISTO DE RECIFE


Ator José Pimentel foto: Robson Ferreira

Se puder, vá conferir este exemplo de fé e amor ao teatro:
PAIXÃO DE CRISTO DO RECIFE
em dois momentos


* Avant-Première (com algumas cenas do espetáculo), no próximo DOMINGO, 28 de março, às 20h, no Clube Português do Recife. ENTRADA FRANCA.

* Temporada oficial no MARCO ZERO, de 31 DE MARÇO A 04 DE ABRIL (quarta a domingo), às 20h. ENTRADA FRANCA.

Em companhia de Grande Elenco, José Pimentel celebra 33 anos ininterruptos no papel de Jesus Cristo, um recorde mundial!

TEATRO É AO VIVO. VÁ VER!

Informações: 3222 0025 / 9292 1316 (Leidson Ferraz).

quarta-feira, 24 de março de 2010

UM POEMA DE CELINA DE HOLANDA


A PEDRA
Celina de Holanda


Nesta mesa
o povo está sentado.
Não divaga.

Tudo o de que necessita
é perto e urgente.

Frio e direto, toma
a pedra que sou e quebra.
Vai construir o mundo.

DAVI



Por DOUGLAS MENEZES*

Foi embora o professor Davi. Se céu existir, com certeza ele estará lá. Menos pelos defeitos, que foram muitos por ser humano, mas pelo exemplo de humanidade e compromisso com a Educação. Isto num tempo em que a escola pública não ostentava a marca da violência que hoje ostenta e nem possuía a qualidade duvidosa dos dias atuais. Nos orgulhávamos de sermos alunos do Epitácio Pessoa, um educandário que não devia nada a nenhum colégio da região, com uma equipe de professores gabaritados e de alunos que ali estavam buscando objetivos na vida. Tanto isso é verdade que grande parte do seu corpo discente tornou-se pessoas com profissões definidas, pais de família, alguns com destaque na vida política e social do Cabo.

Professor Davi era elemento de destaque do corpo docente. Fui seu aluno no final da década de sessenta e início da de setenta, e impressionava-me, além do conteúdo das aulas, seu domínio ao ministrar o Português, a postura crítica em relação às injustiças sociais. Em plena ditadura militar, numa escola pública, muitas vezes cercada de dedos duros, ele ousava criticar o poder, mostrando, sobretudo, uma face política extremamente humana, e já demonstrando necessidade de mudança e de mais justiça social no Brasil.O mestre Davi, sem radicalismo, abriu os olhos do menino para um amadurecimento com consciência política. Pôs no quase adolescente o sonho de ver um mundo mais igual, onde a liberdade não fosse cerceada como era no Brasil de então.

Lembro, certa vez, de uma aula inesquecível. Quando, exaltado, bradou contra a fome do brasileiro,nas cidades e nos campos e a paupérrima condição física da criança brasileira, principalmente a da área rural, pálida, corroída pelos vermes e sem condições de aprender como deveria. E isto sendo feito depois da leitura e análise de um texto de Castro Alves sobre a escravidão. Uma analogia perfeita entre a miséria da população e os escravos do século dezenove e alvo da obra do escritor baiano.Um gigante, meu professor de Português Davi. A sensibilidade social transmitida e que até hoje carrego.

Foi embora o professor Davi. Parece-me que poucas homenagens recebeu, em vida, da cidade que ele escolheu para exercer seu sacerdócio. Maranhense de nascimento, foi aqui na cidade de Santo Agostinho, no entanto, onde o mestre atingiu sua plenitude profissional. E posso dizer, de novo, como venho dizendo, a gente vai ficando mais pobre, com perdas como esta, embora sejamos cada vez mais ricos em termos materiais. Que se guarde a lembrança dessa figura exemplo dentro e fora da sala de aula. Que se guarde nessa história tão esquecida, a imagem desse gigante da educação cabense. Esse gigante chamado Davi.

*DOUGLAS MENEZES é professor, escritor e membro da Academia Cabense de Letras – Cabo de Santo Agostinho/PE

terça-feira, 23 de março de 2010

LUZ DAS ACÁCIAS



Por Frederico Menezes

Ela age no silêncio das horas. Sua ação eficaz gera benefícios amplos em muitas áreas da experiência humana. Quase sempre não se sabe quem deu origem àquela benfeitoria e sua autora, em geral, não se interessa em apresentar-se como tal. Refiro - me à maçonaria, instituição fraternal que vara os séculos mexendo no imaginário popular, quase sempre de maneira profundamente equivocada.

Não sou maçon. Tenho, no entanto, muitos amigos que pertencem aos seus quadros, além de sempre, sempre, ser honrado com convites para proferir palestras em seus eventos. Encanta- me a filosofia que move seus esforços. Quantos ideais não receberam o apoio das acácias, com seu brilho suave e operante e o quanto a história da liberdade humana não deve à inspiração elevada de seu "coração" nobre...!

São vidas que se recuperaram no anonimato da presença previdente desses operários de Deus. Clichês, estereótipos, são lançados pelo preconceito em expressões pejorativas, no entanto, quanto bem, em nome do Grande Arquiteto do Universo, do Geômetra Divino, do Matemático Perfeito ela, a Maçonaria, não vem prodigalizando no sagrado mister de dar dignidade à vida, elevando a civilização?

Olho o brilho das acácias e lembro dos meus irmãos maçons. A felicidade dança no meu peito por saber que as ideias mais elevadas contam com as mãos e as mentes desses serviçais da luz. A luz que resplandece em nossos olhos ao fitar as acácias representam os espectros anônimos que se esgueiram pelos caminhos do mundo, cantando o amor e lutando para formatar um novo mundo, uma nova humanidade. Me emociona a solidariedade humilde de seus gestos e, de alguma forma, me parece que a magia dos mistérios dos templos sagrados se configura na atitude discreta do coração maçon. Debaixo da luz das acácias parece se agrupar os nobres elevados espíritos de ontem, inspirando os operários de hoje.

Minha reverência a este símbolo do Bem Universal, da alma de Salomão aos raios da Alvorada da Paz, guardiães da liberdade espiritual.

Frederico Menezes é Publicitário, Consultor de empresas, Diretor da Sociedade Espírita Casa do Caminho e Membro da Academia Cabense de Letras.

LANÇAMENTOS INTERPOÉTICA


As águas de março ainda não vieram e nem fecharam o verão, mas outras águas vieram desaguando em beleza nesta semana de lançamentos importantes na cidade.

Dia 25 de março, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Alexandre Ramos lança Um rio de gente – fruto de minucioso trabalho de pesquisa sobre o rio Capibaribe e suas populações ribeirinhas, desde a nascente até sua foz. Confira um texto de Cida Pedrosa sobre o livro

Também no mesmo dia e hora, mas no Gabinete Português de Leitura, o poeta Juareiz Correya lança o seu Americanto Amar América e Outros Poemas do Século 20, em comemoração aos seus 40 anos de poesia.

E na sexta 26, no Espaço Muda, Aymmar Rodriguéz lança o seu Baba de Moço. Quer saber mais sobre o rapaz e a sua baba? Clique aqui, leia a entrevista e conheça um dos mais interessantes personagens da literatura pernambucana.

E para finalizar, lembramos que no próximo dia 31, Alexandre Furtado nos convida para o lançamento de de ruas e in-tinerários, um olhar poético sobre o Recife, evocando lembranças desta cidade que continua a encantar residentes e forasteiros. A partir das 19h, na Livraria Cultura.

segunda-feira, 22 de março de 2010

AMERICANTO AMAR AMÉRICA



AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS POEMAS DO SÉCULO 20
25 março 2010 - o dia inteiro
Local: Gabinete Português de Leitura de Pernambuco
Organizado por: Juareiz Correya


Lançamento do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS POEMAS DO SÉCULO 20, de Juareiz Correya, promovido pela Panamérica Nordestal Editora e Produções Culturais, do Recife.

Exposição de desenhos / quadrinhos de Roberto Portella, palestra e recital de poesia com a participação especial de Abimael Gomes, Fernanda Jardim, Fernando Chile, Jailson Marroquim, José Terra, Lara Miranda, Rogério Generoso e Valter Portela.

sexta-feira, 19 de março de 2010

AÇÃO CRISTÃ

GERAÇÃO 65



Sexta-feira é dia de homenagear a GERAÇÃO 65. E hoje é a vez do poeta JACI BEZERRA, um dos expoentes da literatura pernambucana. A Geração 65 mudou a cara da literatura em Pernambuco e influenciou o universo literário do nordeste.

JACI BEZERRA




LINHA D'ÁGUA
Jaci Bezerra

Em Alagoas me achei, achando o mar,
desde então o conservo em mim, aberto,

porém nunca aprendi a soletrar
a insone cadência dos seus metros.

Talvez porque o mar, nervoso e inquieto,
no pacífico silêncio onde Deus viça,

não escreve nem repete o mesmo verso
no seu caderno de águas movediças.

Achando o mar me fiz cúmplice da beleza,
mas ao me consumir em suas chamas

soube que a alma é uma onda de incerteza
presa na cela da nossa areia humana.

Aprendi com o mar a ser constante
e a aceitar, sem pudor, as coisas frágeis:

a fazer da inconstância dos instantes
lembranças o mais possível perduráveis.

Entregue ao mar, pago ao mar o meu tributo,
e ao escutá-Io na minha humana cela,

sinto que o mar, fremindo longe e oculto,
me conta coisas que a ninguém revela.


NO SONHO A MÃO DE ALGUÉM ME APÓIA E GUIA
Jaci Bezerra

O pai tinha um cavalo luminoso
e cuidava das rosas do jardim,
porém seu coração não tinha pouso
e, por isso, ele foi um homem assim,
calado e só, talvez misterioso,
mesmo ao bordar estórias para mim.
Dele herdei o silêncio em que me movo
e os meus pastos de antúrio e de capim.
Ao recordá-lo, inteiro me enterneço.
O pai é a minha infância aurorescendo
nesses currais de luz onde adormeço.
Mito que me acompanha tempo afora,
O pai é uma canção esmaecendo
no atormentado sótão da memória.


ÁRIA PARA SOPRO E VIOLONCELO
Jaci Bezerra
a Antonio Salles Filho, O.S.B.

Hóspedes apenas
de Deus na terra
eis o que somos.

Frágeis cerâmicas,
sombras inúteis
do que sonhamos.

O tempo nunca
se move e passa
como supomos.

Parte do tempo
enquanto vivos
só nós passamos.

Sem bem saber
nessa passagem
porque nos vamos.

Toda existência
é um ato único
de despedida.


A CASA NO INERIOR DA CASA

Jaci Bezerra

Uma casa feita de invenções e espantos:
O violão fora do estojo, pousado na luz,
As cordas fremindo de amarelos e azuis.
E na janela, debruçado, um flamboyant sangrando
À espera do verão que o transforme em nuvem ou pássaro.
Uma casa doendo, toda feita de verbo e música,
impregnando a carne e a alma de nostalgia e tempo:
mais extensa que a vida, bem menor que a lembrança,
triste e pesada como a solidão nos olhos dos mortos.
Uma casa de invenções e espantos, linguagem e som
e entre suas paredes, amanhecendo e cantando,
outra casa que o homem, embora tente, não consegue alcançar.

quinta-feira, 18 de março de 2010

PÁSCOA CRISTÃ ECUMÊNICA




Acontece no dia 26 de março (sexta-feira), às 17 horas, a celebração da Páscoa Cristã Ecumênica, com a participação de Católicos, espíritas e Evangélicos. O Ato será co-celebrado por: Padre Josivaldo Bezerra, Frederico Menezes e Pastor Erivaldo Alves. Outros Padres, Pastores e lideranças espíritas já confrmaram presença no evento. A coordenação do Ato é do Centro de Estudos e Divulgação do Evangelho (CEDE).

MOSTRA BRASILEIRA DE DANÇA



São Paulo Cia. de Dança foto: Reginaldo Azevedo

MOSTRA BRASILEIRA DE DANÇA ABRE INSCRIÇÕES EM TODO O PAÍS


Já estão abertas as inscrições para a VIII Mostra Brasileira de Dança, que será realizada pelos produtores Íris Macedo e Paulo de Castro, no Recife, no período de 01 a 09 de julho de 2010, composta de espetáculos, oficinas, palestras, intervenções urbanas e lançamento de livros, traçando um painel das danças artísticas praticadas hoje no Brasil. Uma das atrações confirmadas é a elogiada São Paulo Cia. de Dança (foto em anexo) na abertura do evento. Companhias, grupos, escolas, academias de dança, produções independentes e grupos de pesquisa com espetáculos completos e/ou coreografias isoladas nos mais diversos estilos, além de projetos para oficinas e intervenções urbanas, podem se inscrever na sede da Mostra Brasileira de Dança (Rua Tupinambás, 737, Santo Amaro, Recife/PE, CEP: 50.100-250), com funcionamento de segunda a sexta, das 9h às 17h. Grupos e artistas amadores devem encaminhar suas propostas até o dia 13 de abril. Grupos e artistas profissionais podem se inscrever até o dia 05 de maio. Regulamento e necessidades dos projetos devem ser solicitados através do e-mail: info@mostrabrasileiradedanca.com
Maiores informações: (81) 3421 8456.

quarta-feira, 17 de março de 2010

VOLTAIRE




Voltaire difundiu o conhecimento e filosofia. Suas obras foram muito lidas. Ele comenta outros autores e dá sua opinião. Torna claro os complexos sistemas filosóficos, pois é inteligente e escreve bem. O ceticismo de Voltaire é uma atitude espiritual, contra a metafísica. Voltaire fala que o Ser Supremo, cuja crença veio depois do politeísmo, é válido. Disso resulta num paradoxo, pois Deus existe e não podemos conhecer os mistérios do universo. Voltaire aceita os argumentos para a existência de Deus de São Tomás de Aquino. É a causa primeira de tudo, Inteligência suprema.

Contrariarmente ao Deus judaico-cristão, O Deus de Voltaire fez o mundo em tempos remotos e depois abandonou-o ao próprio destino. Por isso Voltaire é deísta.
Para os Iluministas, Deus não existe e é o mal da humanidade. A ignorância e o medo criaram os Deuses, e a fraqueza os preserva. É um empecilho para a civilização. O materialismo é preferencial à teologia. Essas idéias foram defendidas na Enciclopédia, cujo principal autor é Diderot. Os enciclopedistas chamavam Voltaire de fanático, por esse acreditar em Deus. Lembre-se que Voltaire participou da Enciclopédia. Voltaire via Deus na harmonia inteligente entre as coisas. Mas negava o livre arbítrio e a providência. Respondeu ao Barão d’Holbach, notório ateu, que o título de seu livro O sistema da natureza, demonstra a inteligência superior.

Voltaire foi um defensor da justiça. Defendeu muitos que estvam em desgraça e lutou contra a tirania. Não se entusiasmava com as formas de governo. Achava os legisladores reducionistas. Como viajou muito, não era patriótico. Não confiava no povo e não gostava da ignorância, que estava muito difundida. Levantava dúvidas, muitas de suas obras são repletas de perguntas. Numa carta a Rousseau, no qual comenta o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade, disse que o livro de Rousseau fazia surtir o desejo de voltar a ser animal, e andar de quatro patas, mas ele já havia abandonado esse hábito há sessenta anos.
Aos oitenta e três anos, viajou para Paris, para rever a cidade-luz, depois de tanto tempo. Teve calorosa recepção. Assistiu uma peça sua encenada. Foi até a Academia de Letras de Paris, recebendo uma homenagem. Morreu não muito depois e toda a população parisiense saiu na rua, para participar do cortejo fúnebre.

PENSAMENTOS DE VOLTAIRE



“Deus me defende dos amigos, que dos inimigos me defendo eu”

“Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano”

“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”

“Aquele que vence e se vinga não é digno da vitória”.

FRANZ KAFKA



Franz Kafka (1883-1924), escritor tcheco de língua alemã. É considerado um dos principais escritores de literatura moderna. Sua obra retrata as ansiedades e a alienação do homem do século XX.

Kafka nasceu em Praga (03/07/1883), cidade que pertencia ao império austro-húngaro, filho de um comerciante judeu muito abastado, cresceu sob as influências de três culturas: a judia, a tcheca e a alemã.

Na adolescência, declara-se socialista e ateu. Participa de reuniões com grupos anarquistas e, no fim da vida, engaja-se no movimento sionista. Cursa Direito em Praga, formando-se em 1906. Passa a trabalhar em companhias de seguros e, em paralelo, dedica-se à Literatura. Em 1917, é obrigado a afastar-se do trabalho devido à tuberculose. A maior parte das suas obras foram publicadas postumamente.

Fez parte, junto com outros escritores da época, da chamada Escola de Praga. Esse movimento era basicamente uma maneira de criação artística alicerçada em uma grande atração pelo realismo, uma inclinação à metafísica e uma síntese entre uma racional lucidez e um forte traço irônico. Além do realismo, seu estilo é marcado pela crueza e pelo detalhamento com que descreve situações incomuns – como em O Processo , de 1925, cujo personagem principal é preso, julgado e executado por um crime que desconhece. Em seus livros, é constante o confronto entre os personagens e o poder das instituições, demonstrando a impotência e a fragilidade do ser humano. Escreve ainda A Metamorfose (1916) e O Castelo (1926).

FRASES DE FRANZ KAFKA



"Quem possui a faculdade de ver a beleza, não envelhece".

"Entre muitas outras coisas, tu eras para mim uma janela através da qual podia ver as ruas. Sozinho não o podia fazer".

"Só podia encontrar a felicidade se conseguisse subverter o mundo para o fazer entrar no verdadeiro, no puro, no imutável."

"De um certo ponto adiante não há mais retorno.Esse é o ponto que deve ser alcançado".

"se fosse possível dividir a vida em partes mínimas e cada partícula pudesse ser julgada em separado, certamente qualquer pedacinho da minha vida seria um aborrecimento para ela"

terça-feira, 16 de março de 2010

INSTITUTO MAXIMIANO CAMPOS


De 25 a 31 de março de 2010, o Instituto Maximiano Campos realiza exposição SEM LEI NEM REI e lançamento da REVISTA DE CULTURA E HISTÓRIA. O evento acontece no Colégio Damas, em Vitória de Santo Antão.

sexta-feira, 12 de março de 2010

GERAÇÃO 65



Sexta-feira é dia de homenagem à GERAÇÃO 65, um Movimento Literário que marcou o universo cultural de Pernambuco. Toda semana estaremos publicando obras dos poetas e escritores dessa geração. Hoje é o dia de SEVERINO FILGUEIRA. Aproveitem e curtam a poesia de qualidade desse pernambucano.

SEVERINO FILGUEIRA



Severino Filgueira (na foto escrevendo)OS

PREGÕES
Severino Filgueira

De pequenas coisas o céu se compõe
Com o que é nosso seja breve
Ou longamente rolando o carro
A traça rói a camisa nomeada
E retorna das pedras das salinas
À eternidade dos vôos
Ao redor dos impérios
Na banca dos jogos suburbanos
Pela margem que carrega o vidro
Com a fumaça retirada
Da casa da praia
Visionária ao alcance da dispensa de multa
Sobre todo racionalismo cristão
Na rua cheia d'água
Porque o resto é combogó
O homem se encosta em tronco
Da árvore na praça com as deusas
Segurando espada sem tocar no chão
Fora de horário de serviço
Na tarde escura vindo dos políticos
E novos empregos que se arranja com eles
Além dos que tinha
A ouvir o que toca zabumba.

HUMANITAS
Severino Filgueira


Conversa fiada
Rege ótica consensual
De algum maduro trigo
Por estações úmidas
Com caudaloso eco
Atravessando rosa do mar em cristais
E cacto poupa o azul
Invisível da semente
Em forte construído
Contra indícios.
A primeira vez
O nome senhor
Designa
Tudo isso é tão velho
Que vai por outra estrada
Semelhante.

CONFLUÊNCIA
Severino Filgueira

Rótula e aspa
De esqueleto
Alguma contemporaneidade
Vai para língua
Em qualquer época
Variável ao ser
Ponderando charrua
Enterrada na areia.

quinta-feira, 11 de março de 2010

AUTO DA COMPADECIDA



Domingo dia 14/03, a DRAMART produções comemora o 18º aniversário de montagem do clássico O AUTO DA COMPADECIDA, de Ariano Suassuna, em sessão única, às 19:30 horas, no Teatro do Parque. A montagem teve a direção de Marco Camarotti (in memorian). A entrada custa apenas R$ 10,00, na bilheteria. Todos ao Teatro, é ao vivo.

quarta-feira, 10 de março de 2010

MULHER 2010


Natanael Júnior*

Meus versos, pobres versos...
Uma canção singela a ti
Lume de estrelas, sol radiante de esplendor
Harmonia, encanto, encarnação do amor
Esperança, coragem, vida gerando vida
Rosa de puríssima beleza, mãe, companheira, mulher.

Por trás das grandes conquistas realizadas no mundo, existe a marca da mulher.

*Natanael Júnior é membro da Academia Cabense de Letras

ACADEMIA HOMENAGEIA JOAQUIM NABUCO



A Academia Cabense de Letras realiza um evento importante, dia 9 de abril de 2010, em homenagem ao centenário de morte do abolicionista Joaquim Nabuco. A homenagem acontece na Câmara de Vereadores do cabo de Santo Agostinho, a partir das 19 horas, com uma programação que inclui Palestra proferida pelo escritor e membro da ACL, Mário Hélio, além de uma exposição de parte do acervo do Projeto da Casa da Memória do Cabo, como: um Livro de registros dos escravos dos engenhos do Cabo e diversas fotos de senzalas dos engenhos do município.

terça-feira, 9 de março de 2010

UMA VIAGEM MUSICAL PELO UNIVERSO DA MULHER


O novo CD da cantora mineira/pernambucana Irah Caldeira é uma verdadeira viagem pelo universo musical da mulher. O trabalho de Irah, que tem por título "Marias...das Dores...da Luz" , é assinado, em todas as suas faixas, por mulheres compositoras.
Bem produzido, o CD mostra uma diversidade que bem expressa a participação da mulher na música brasileira. Um CD só de mulheres já é, por si só, uma inovação, uma excelente novidade, com letras bem construídas e uma linha melódica variada e de muito bom gosto. Por fim, a interpretação segura e afinada de Irah Caldeira, que dispensa maiores comentários. Vale conferir.

segunda-feira, 8 de março de 2010

8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER


O BLOG HOMENAGEIA AS MULHERES

O mundo moderno é impulsionado pela força inquestionável das mulheres.

VERSOS DE ORGULHO
Florbela Espanca


O mundo quer-me mal porque ninguém
Tem asas como eu tenho! Porque Deus
Me fez nascer Princesa entre plebeus
Numa torre de orgulho e de desdém.
Porque o meu Reino fica para além …
Porque trago no olhar os vastos céus
E os oiros e clarões são todos meus !
Porque eu sou Eu e porque Eu sou Alguém !
O mundo ? O que é o mundo, ó meu Amor ?
__O jardim dos meus versos todo em flor…
A seara dos teus beijos, pão bendito…
Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços…
__São os teus braços dentro dos meus braços,
Via Láctea fechando o Infinito.


O SONHO
Clarice Lispector


Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.


"O AMOR...
Cecília Meireles


É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os
fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!"

POR CAUSA DE VOCÊ
Dolores Duran


Ah, você está vendo só
Do jeito que eu fiquei e que tudo ficou
Uma tristeza tão grande
Nas coisas mais simples que você tocou
A nossa casa, querido
Já estava acostumada aguardando você
As flores na janela
Sorriam, cantavam por causa de você
Olhe, meu bem
Nunca mais nos deixe, por favor
Somos a vida, o sonho
Nós somos o amor
Entre, meu bem, por favor
Não deixe o mundo mau
Lhe levar outra vez
Me abrace simplesmente
Não fale, não lembre
Não chore, meu bem


sexta-feira, 5 de março de 2010

BRASIL PERDE O TALENTO DE JOHNNY ALF


A música popular brasileira perdeu um de seus maiores talentos, com a morte do cantor, compositor e músico, Johnny Alf. Com seu estilo clássico, Alf fêz da sonoridade brande de sua voz o melhor veículo para levar suas mensagens ao público. Não gritava, não arfava, não fazia estardalhaço, apenas cantava, de forma horizontar, com imensa capacidade de atingir os amantes da música de qualidade. Faleceu ontem em São Paulo e deixa órfãos milhares de brasileiros acostumado à maciez de sua voz.

quinta-feira, 4 de março de 2010

CANTORIA NO BARRETO JÚNIOR


Nesta sexta-feira, a partir das 20 horas, tem Cantoria das boas no Teatro Barreto Júnior, Cabo de Santo Agostinho. A produção é do véio Abidoral e estarão presentes: EDVALDO ZUZU, DANIEL OLÍMPIO E SANTINHA MAURÍCIO. Será uma homenagem às mulheres. Entrada grátis. Quem quer coisa boa, vai.

ACADEMIA CABENSE DE LETRAS



Arte: Jairo Lima

A ACADEMIA CABENSE DE LETRAS promove palestra, dia 09 de abril, em homenagem ao centenário de Joaquim Nabuco, um dos seus Patronos. O palestrante será o jornalista e escritor Mário Hélio, membro da Academia. A plestra aconte às 19 horas, na Câmara de Vereadores do Cabo. Na mesma noite haverá outras atividades, promovidas pela Academia.

OFICINA DE XAXADO



O Ponto de Cultura "Bacamartes Tiro da Paz" continua promovendo Oficinas de Xaxado, com apoio da Fundarpe. Desta vez a Oficina acontece domingo, dia 7 de março, no Sítio do Bidel, com saída de ônibus às 8 horas, do Mercadão do Cabo de Santo Agostinho. A Oficina é grátis.

quarta-feira, 3 de março de 2010

VLADIMIR CAPELLA EM RECIFE



Vladimir Capella foto: Romeu Bart.

A peça “Maria Borralheira”, sob direção de Manoel Constantino, vai ficar em cartaz aos sábados e domingos, às 16h30, no Teatro Barreto Júnior (Pina. Tel. 3232 3054), até 25 de abril de 2010, prometendo agradar a crianças, jovens e adultos. Ingresso: R$ 15 e R$ 8 (crianças, estudantes, professores com carteira e maiores de 60 anos). Realização: Galharufas Produções.

Neste domingo, dia 07 de março, a partir das 19h, no próprio Teatro Barreto Júnior, com entrada franca, bate papo imperdível com o autor Vladimir Capella sobre o Teatro Para a Infância e Juventude.

E a partir de segunda-feira, até quinta, de 08 a 11 de março, ele estará ministrando uma Oficina de Interpretação, no Sesc de Santo Amaro, das 14 às 18h, ao preço de R$ 150 (cento e cinqüenta reais). São apenas vinte vagas. Informações com o produtor Taveira Júnior pelos telefones 9154 1112 / 9614 4828 / 8645 5729.

terça-feira, 2 de março de 2010

GERAÇÃO 65



Começamos hoje e assim faremos, todas as terças-feiras, uma justa homenagem à Geração 65, que tanto contribuiu para o desenvolvimento da literatura em Pernambuco. Hoje, a homenageada é a poetisa Tereza Tenório, mas, por aqui, desfilarão Alberto da Cunha Melo, Marcus Accyoli, Jaci Bezerra e Ângelo Monteiro, dentre outros nomes importantes da literatura em Pernambuco. Curtam, hoje, a poesia de TEREZA TENÓRIO.

TEREZA TENÓRIO



MUTÁVEL COMO O PÁSSARO NA RAMA


O amor passeia entre os rochedos. O amor
à beira-mar, no entre-rio. O amor
à flor do lago e do oceano. O amor
candelabro aceso dentro da sombra

Afugentou a sombra e o vazio o amor.
Buscou na tarde a calma, o sono, o amor.
É negro cílio e úmido lábio o amor.
Círculo aceso na alameda estranha.

Negro desespero e alva luz o amor.
Corrente de luz e água que o amor
refugiado na ilha de Ítaca, o amor
é teia de Penélope e de tarântula.

A barlavento a toda brida o amor.
Entre as possíveis dimensões o amor.
Tão irreversível como o tempo o amor.
Mutável como o pássaro na rama.

Qual movimento pendular o amor
nas pragas do Egito antigo o amor
ao povo Hebreu, e as pirâmides o amor
dos reis ao BA e Ka o corpo e a alma.

CORPO DA TERRA

Pela janela o verde
nos revela
o coração da mata acesa
o úmido
veio das aromáticas
resinas
dentre nossas raízes
enlaçadas
a destilar a essência
do teu hálito
em mim
corpo da terra
desvelado.


CANÇÃO DO DEGREDO


O sonho da princesa foi o medo
a face da duquesa resta pálida
ao povo da nobreza já não valho
assim vou ocultar-me no degredo.

O cavaleiro negro foi meu sonho
o cavaleiro branco foi meu peso
Eu princesa da corte
apaixonada
flagrei meu homem amado em pleno beijo
com o cavaleiro branco.
A quem me queixo?