sexta-feira, 30 de abril de 2010

CASA DO POETA "ALBERTO DA CUNHA MELO"



A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes anuncia justa homenagem a Alberto da Cunha Melo, transformando a antiga Casa da Cultura na Casa do Poeta, que levará o nome do poeta jaboatonense. A Casa do Poeta "Alberto da Cunha Melo" será um equipamento para acolher escritores e poetas do município e, ao mesmo tempo, atuar como importante espaço de leitura para a população.
A Secretaria de Cultura e Eventos será responsável pela gestão do novo espaço cultural de Jaboatão dos Guararapes, um organismo para acolher a produção literária do município e fomentar na população o gosto pela leitura. O espaço físico está situado em Jaboatão-Centro.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

LABORATÓRIO DE AUTORIA

O Sesc Pernambuco, através do seu departamento de cultura, convida os parceiros e a comunidade em geral para a abertura e apresentação oficial do Plano de Ação do Laboratório de Autoria Ascenso Ferreira. O evento está marcado para dia 29 de abril, a partir das 19h, no salão de festas da unidade de Santa Rita, bairro de São José, Recife.

A programação do Laboratório de Autoria se estende até o final de 2010, com dois eixos de atuação: literatura brasileira, com destaque para a produção pernambucana e as literaturas africanas de língua portuguesa. A solenidade de abertura tem como convidado especial o escritor mineiro Affonso Romano de Sant’Anna, que participará de um debate tendo como mediador o professor Lourival Holanda. O evento marca também o relançamento do livro de Affonso "Que país é este?".

No dia seguinte, 30 de abril, ainda na unidade de Santa Rita, as professoras Elisalva Madruga, Rita Chaves e Zuleide Duarte falam para o público sobre literatura africana de língua portuguesa.

Na ocasião, dos dois eventos, os interessados já poderão fazer suas inscrições para as oficinas de criação e interpretação de textos, que ao longo do ano serão ministradas por Biagio Pecorelli, Pedro Américo, Meca Moreno, Cícero Belmar e Raimundo de Moraes.

A programação completa do Laboratório de Autoria Ascenso Ferreira pode ser acessada no Interpoética, maiores informações:

SESC (Unidade Santa Rita) - Laboratório de Autoria Ascenso Ferreira
Rua Cais de Santa Rita, 156 - São José - Recife/PE
Supervisora de Cultura: Rita Marize Farias
Fone: (81) 3224-7577 - ramal 214

5 Minutos Para Blackout



O Acupe Grupo de Dança, apresenta, dias 28 e 29 de abril (nesta quarta e quinta-feira), às 20h, no Teatro de Santa Isabel (tel. 3232 2940. Recife). Ingresso: R$ 15 e R$ 7,50 (estudantes, professores com carteira e maiores de 60 anos).

“5 Minutos Para Blackout” trata do homem atual, sua velocidade, seu momento instantâneo. Emoções e desejos permeiam as coreografias concebidas para este espetáculo de dança contemporânea que, dividido em quadrantes que descrevem a existência humana na trajetória da vida até a morte, na perspectiva de um dia (24 horas) e sua relação com o tempo/espaço, parte da grande relatividade do angustiante passar das horas. Cada quadrante está relacionado a um dos aspectos do diagrama do esforço proposto pelo coreógrafo austríaco e pesquisador Rudolf Laban, numa grande história do tempo sem tempo. Afinal, quem nunca se sentiu escravo do relógio?

Com direção e texto de Paulo Henrique Ferreira, coreografia de Maria Eduarda Buarque, e roteiro dos dois, “5 Minutos Para Blackout” conta em seu elenco com os intérpretes criadores Fernanda Lobo, Kizer Carvalho, Mieja Chang, Paulo Henrique Ferreira e Roberta Cunha. A trilha sonora original é do músico Fred 04, em seu primeiro trabalho como compositor para um espetáculo de dança; e a direção de arte é do premiado Marcondes Lima.

A Foto é de Hans von Manteuffel.

terça-feira, 27 de abril de 2010

TODAS AS DORES DA VIDA



CRÔNICA: DOUGLAS MENEZES

Reli, outro dia, um texto do jornalista Cláudio Abramo, intitulado Inventário da Infância Perdida, onde o autor expõe a decadência e a amargura por que passa o ser humano a partir dos quarenta anos. Publicada há cerca de quinze anos, essa crônica nos traz uma preocupação que, na verdade, se torna fonte de angústia, ao longo da existência.

Ousei , em sala de aula, trabalhar o escrito citado. Senti, entretanto, não haver empatia por parte dos alunos, adolescentes com outras preocupações. Uma aluna questionou: “Que texto depressivo!”. Peixe fora d’água eu estava. Filosofia vã em plena era digital. Mas resolvi comentar aqui o porquê do autor ser tão pessimista, tão desconstrutivo no tocante à maturidade e à velhice. E fiquei a pensar: realmente, em parte, o autor tem razão quando questiona a visão romântica de que a infância é um doce paraíso de pureza e sonho. Consagrados autores brasileiros desconstruíram a concepção idílica da primeira idade. A aurora da vida foi para Sérgio de O Ateneu uma dolorosa experiência de descobertas nocivas: a constatação da hipocrisia, da falsidade, da ganância e apenas o domínio da aparência sobre a essência. O grande mago Machado de Assis já observava isso: a total descrença no ser humano. José Lins do Rego, no Romance Doidinho, realiza uma Intertextualidade com o livro de Raul Pompéia, analisa e desmistifica essa infância cheia de luz e amor. Não-raro , o sonho de um futuro promissor , o quando crescer vou ser isto ou aquilo, torna-se uma sucessão de mediocridades e de vida comum. Afinal, não são muitos os famosos do mundo. Não caberia fama, prestígio a todas as crianças sonhadoras. A existência, então, impõe-se como algo que se aproxima mais do personagem da música de Raul Seixas às avessas: a gente se senta num trono de apartamento esperando a morte chegar. E, mais das vezes, a busca pelos aspectos místicos, por algum tipo de religião, transforma-se, aí sim, num bálsamo, num alento , numa espécie de redenção de fim de vida. Na verdade, diante das frustrações óbvias, as pessoas se enganam, talvez, com qualquer consolo, desde que esse algo dê tranqüilidade e coloque a ilusão de que valeu a pena.

Todavia, dói saber que ter o a carro do ano, morar na zona sul do Recife, ou aposentar-se com proventos maiores, isto não foi o bastante. Ou tenha sido tão-somente uma fuga, uma satisfação por não ter conseguido dar um maior sentido à vida. E as conquistas materiais alimentam um discurso já não suficiente.
Por isso, o texto de Cláudio Abramo é pedagógico e, embora amargo, encerra a concepção de que somos nada ou talvez tudo, dependendo de como encaramos as dificuldades da existência. Mostra-nos, inclusive, o falso conceito de que a maturidade traz equilíbrio e sensação de dever cumprido. O vulcão jogando labaredas imensas. Apenas não é visto. Só o sofrido cristão sabe. Então, essa pretensa felicidade é mais uma utopia humana, que jogamos para os filhos e netos. Se dói ou não, alguém ou muitos pensam assim. E, por certo, não estão totalmente sem razão. Há suicidas que dedicaram a vida a vender felicidade aos outros, em livros e palestras, indicando a fórmula de ser feliz.

Mas, enfim, você , leitor,pode perguntar: E você? Eu vejo tudo com um misto de otimismo velado e um pessimismo calcado no que a realidade nos mostra. Deixando sempre uma ponta futurista que acredita num mundo melhor.

Mas talvez ainda a pergunta que não quer calar. E você? Eu...eu, por enquanto escrevo pela madrugada. Escrevo para não morrer.

*Douglas Menezes é membro da Academia Cabense de Letras

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O LEGADO DA LIVRO 7



Edições Pirata - 1º Lançamento – Livraria Livro 7 – Agosto de 1979
Da esquerda para a direita, em pé: Alberto da Cunha Melo, Marcos Cordeiro,
José Mário Rodrigues, Celina de Holanda, Roberto Aguiar, Luiz Pessoa,
Tarcísio Pereira, José Albino, Jaci Bezerra e Almir Castro Barros. Sentados:
Camilo, Montez Magno, Sérgio Bernardo e Domingos Alexandre.

A Livro 7 e a Geração 65

> por Marcos D'Morais




Eu, em nome da poesia nova,
Queimarei os retratos
Da Livro 7.


A Rua Sete de Setembro – artéria transversal da Avenida Conde da Boa Vista, no centro do Recife – tornou-se, nos anos 70 e 80, um pólo de referência para os artistas e intelectuais pernambucanos.

Próxima da Faculdade de Direito do Recife, do Parque 13 de Maio, do Cinema Veneza e do Teatro do Parque, era o destinatário certo, nos fins de tarde recifense, para os amantes das letras que “assinavam seu ponto” na Livro 7, a livraria marco de encontro das gerações literárias pernambucanas.

Mas, se a Livro 7 – pontificada nos anos 80 pelo Guinness Book, o livro dos recordes, como “a maior livraria do Brasil” – acolheu entre as suas estantes representantes das mais diversas gerações literárias pernambucanas, é sem dúvida com a Geração 65 que melhor pode ser identifica, a partir do paralelo traçado entre as suas actuações históricas.

O livreiro Tarcísio Pereira, não apenas está inserido na zona de datas dos poetas da geração, como literalmente abriu as portas de sua livraria aos seus coetâneos, para que nela pudessem lançar e vender seus livros, além de, e mais importante, encontrarem-se para discutir a poesia nossa de cada dia.

Se alguns lugares podem ser relacionados como espaços de convívio da geração 65, como os bares Pirata, Balcão, Calabouço, Torre de Londres e Savoy, a Livro 7 impõe-se, até mesmo porque é uma espécie de ícone da geração, sinal de força da literatura pernambucana, um património cultural recifense que, nos anos 90, não resistiu às pragmáticas leis do mercado e encerrou as suas actividades.

Entre o período de jovem funcionário da Livraria Imperatriz e aprendiz do livreiro Jacob Berentein até à instalação definitiva no espaçoso número 318 da Rua Sete de Setembro, há uma fase politicamente mais activa em que Tarcísio Pereira se manteve em oposição política face ao Regime Militar instaurado em 1964, sendo em sua, então, pequena livraria – inaugurada no dia 27 de 07 de 1970, na galeria Amaragi, em plena Sete de Setembro – uma espécie de anfitrião da esquerda pernambucana.

Para o jornalista Marcelo Pereira, foi no espaço da Rua Sete de Setembro que Tarcísio Pereira “guerrilheiro cultural, enfrentou os anos turvos da sombra da ditadura militar, transformando a Livro 7 numa trincheira da resistência intelectual e democrática na capital pernambucana”.1

Nesta atmosfera de combate à censura intelectual, a Livro 7 iniciar-se-ia no movimento cultural recifense. Desta primeira fase da livraria, recorda o livreiro Tarcísio Pereira:

Foi lá que Jarbas Vasconcelos, em 1971, lançou o seu livro sobre o trabalho na área da cana-de-açúcar. Nagib Jorge Neto lançou O Presidente de Esporas, que deu início ao Movimento Mediarte, com Ivan Maurício. As noites de autógrafos com Hermilo Borba Filho, os torneios de xadrez, as exibições de filmes em Super 8 de Celso Marconi, Fernando Spencer e Jomard Muniz de Brito, as performances de Paulo Bruscky, os recitais com José Mário Rodrigues, Roberto Pimentel e a actriz Clenira Bezerra de Melo lotavam a galeria do prédio, para desespero do síndico. Esse foi o início da Livro 7.2

A Livro 7 transcendeu a carismática figura de Tarcísio Pereira, a hegemonia de um bloco de esquerda, e tornou-se orgulho de todo o pernambucano. A “maior Livraria do Brasil”, segundo o Guinness Book, em extensão de prateleiras e quantidade de títulos (60 mil), passou a ser uma espécie de Academia Pernambucana de Letras, na qual ter o seu retrato acima das estantes significava um reconhecimento e uma certa imortalidade para a sociedade literária pernambucana. Não foram poucos os intelectuais, escritores e poetas que doaram os seus retratos para ali ficarem expostos: Gilberto Freyre, Ariano Suassuna, César Leal, João Cabral de Melo Neto, além de representantes da nova geração literária que, nos anos oitenta, iniciavam o seu período de vigência, como Alberto da Cunha Melo e Marcus Accioly. Também não foram poucos os pretendentes preteridos, impedidos, assim, de terem os seus retratos ladeados pelas figuras cimeiras da literatura pernambucana.

Sobre a imponência da Livro 7, há citações famosas, como a do escritor Fernando Sabino, que recorreu a uma metáfora futebolística, e disse que a Livro 7 era o “Maracanã do Livro”3. O mestre Gilberto Freyre, orgulhoso, proclamava ser a Livro 7 “uma pan-livraria”4. A verdade é que, com os seus cavaletes e prateleiras de mais de 60 mil títulos, ocupando um espaço de 1.200 m2, em pleno coração recifense, a Livro 7 passou a ser, além da casa dos intelectuais pernambucanos, uma referência turística. Muitas pessoas entravam só para conhecê-la e deixar-se fotografar entre aquele grande acervo, com espaço cativo para os autores locais.

O seu período de expansão que se assinala a partir de 1978, aquando da mudança para o grande galpão do Sete de Setembro, com a proposta arrojada de ser a maior livraria pernambucana, é paralelo ao surgimento das Edições Pirata. Em verdade, a parceria entre a Livro 7 e as Edições Pirata marcaria um momento extraordinariamente democrático na literatura pernambucana. A mesma casa literária, onde autografaram os mais consagrados escritores pernambucanos como Gilberto Freyre e João Cabral de Melo Neto, abriria espaço para sessões de lançamentos colectivos com escritores inéditos.

Aquando do seminário comemorativo dos trinta anos da geração 65, Tarcísio Pereira, que também comemorava trinta anos de livreiro – sendo cinco na Livraria Imperatriz e vinte e cinco na Livro 7, tendo assim encontrado à sua frente os mesmos problemas históricos e sociais que os escritores da Geração 65 – mencionava como a livraria funcionava como ponto de convívio deste grupo, bem como a sua relação fraterna com os seus membros.

A Livro 7 sempre foi um ponto de reunião da geração. Recordo que logo depois do lançamento de Quíntuplo, quase que simultaneamente nós nos reunimos num restaurante perto da livraria e escrevíamos, à mão, um jornal interessante e originalíssimo chamado Punho. Era um jornal escrito em estêncil a álcool, com poemas de Jaci Bezerra, Alberto da Cunha Melo, Marcus Accioly e ilustrações, entre outros, de João Câmara, Marcos Cordeiro, Ivan Maurício, Abraão Chogorosvski que, infelizmente, não está por aqui. Assim que terminava de ser escrito no restaurante, vizinho à livraria, eu levava as matrizes, imprimia e o jornal começava a circular. Salvo engano, foram publicados três ou quatro números do jornal. Era, de fato, um jornal interessantíssimo: você tinha a cada semana novos poemas e novas ilustrações. Tudo feito na hora e em torno da Livro 7.5

Tarcísio lembra de que a Livro 7 funcionava como uma espécie de anexo da redacção do Jornal do Comércio, no tempo em que o caderno literário estava sob a coordenação dos poetas Audálio Alves e Alberto da Cunha Melo. Era para a livraria que os muitos poetas levavam os seus textos, para o Alberto da Cunha Melo publicar, pois sabiam da sua presença diária na livraria.

Em torno da Livro 7, cresceu mais uma geração pernambucana, com os seus escritores, músicos, artistas plásticos e cineastas. As suas sessões de música, de cinema e de artes traziam interessados em obras que certamente não seriam encontradas em outros lugares. E tudo ficava à mostra, acessível, com uma praça no meio para leitura, sem ser necessário adquirir o exemplar. Muitos estudantes usaram a Livro 7 como uma biblioteca pública, muitos académicos fizeram ali suas investigações e, mesmo assim, é famosa a história de subtracção de livros, até por poetas, o que aos poucos colaborou para um estado de inviabilidade económica e gradativo processo de endividamento da livraria.

As estantes constituídas por autores pernambucanos representavam como que a marca da Livro 7. Algumas delas eram preenchidas só com exemplares das Edições Pirata. Fazendo uma panorâmica do movimento cultural recifense durante a sua vida de livreiro e da Livro 7, Tarcísio Pereira esclarece:

Nos anos 60 e 80 acho que o acontecimento mais importante do movimento cultural do Recife foi as Edições Pirata. Acho que a Pirata formalizou a geração e documentou todo esse movimento cultural. E creio que todo o pessoal que foi lançado pelo poeta César leal no Diário de Pernambuco, talvez com alguma excepção, foi documentado pelas Edições Pirata. A quantidade de livros que a pirata publicou, tanto de autores já consagrados, como de autores novos, é uma coisa impressionante. Penso que a Pirata constitui hoje, e constituirá sempre, um valioso objeto de estudos. Só a história poderá analisar com a devida precisão a importância das Edições Pirata na cultura pernambucana.6

O final da Livro 7 representou uma perda irreparável para a vida intelectual pernambucana. Com seu encerramento, perdeu-se não só o espaço de referência para os mais novos escritores pernambucanos, que podiam interagir com aqueles que já publicavam, como um próprio símbolo da Cidade do Recife – um ponto de identidade. Quantos intelectuais de fora do Estado ou mesmo estrangeiros tinham na Livro 7 um ponto de interesse! Quanto orgulho causava aquela livraria, espaço de convívio de várias gerações literárias contemporâneas em algum momento de sua actuação social e casa dos escritores da Geração 65, à qual também pertence Tarcísio Pereira!

O irónico – se não fosse trágico para o mundo literário pernambucano – é que muitos daqueles que lançaram as suas obras na Livro 7 estavam no poder à data do seu encerramento, nas diversas Instituições Culturais Pernambucanas, isto para não mencionar os que dispunham de poder nos meios de comunicação social. Mesmo assim, não houve nenhuma mobilização que pudesse salvar a Livro 7 da frieza das leis do mercado.

Porto, Novembro de 2008.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

SALTIMBANCOS



O Cabo d Santo Agostinho tem a oportunidade de assistir a um clássico do teatro infantil: OS SALTIMBANCOS, musical de autoria de Chico Buatque de Holanda, produção executiva da SS Foto Produções e Visão Produções, com direção de Evandro Muniz.
Nos dias 6 e 7 de maio haverá espetáculos para Escolas, enquanto nos dias 8 e 9 de maio acontecerão os espetáculos para o grande público. O ingresso custará apenas
R$ 3,00 e os espetáculos acontecerão no Teatro Barreto Júnior, no Cabo de Santo Agostinho.
VALE A PENA CONFERIR. VÁ AO TEATRO.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

UM POEMA NOVO


AINDA QUE O TEMPO...
Antonino Oliveira Júnior


Quero apenas lembrar
E lembrar-te,
Ainda que o tempo, hoje,
seja impróprio prá falar de amor...
lembro de nós,
como animais sedentos,
suados, insanos,
e eu
inebriado pelo teu cheiro
jogado no ar pela fêmea no cio,
mergulhando para flutuar,
buscando o brilho das estrelas
no céu da tua boca...
Mas quero apenas lembrar
E lembrar-te,
Ainda que no tempo de hoje
Seja impróprio falar de amor...
Lembro de nós,
No embate das feras na luta do desejo,
Da paixão sem recato,
Dos carinhos sem medida...
Quero apenas lembrar
E lembrar-te,
Ainda que o tempo de agora
Seja impróprio,
Seja próprio,
Seja dor,
Seja odor,
Quero apenas lembrar
E lembrar-te,
Ainda que o tempo se acabe...

*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras.

UM NOVO ESPAÇO

A partir da semana que vem, começaremos a publicar entrevistas com intelectuais, artistas e produtores culturais. Será um espaço aberto para explanações, questionamentos e divulgação de projetos. Será, tembém, um veículo para aproximar o artista ou o intelectual do público leitor.

sábado, 17 de abril de 2010

"A REINVENÇÃO DO LIVRO"


É o tema da palestra a ser proferida pelo escritor e poeta ANTONIO CAMPOS, dia 23 de abril, às 19 horas, nos jardins da UBE, à rua Santana, 202, Casa Forte, Recife. O evento acontece em comeoração ao Dia Internacional do Livro e do Direito Autoral, oficializado pela UNESCO. Antonio Campos é o curador e coordenador geral da FLIPORTO, que este ano aportará em Olinda.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

EPITÁFIO A CANÇÃO PERDIDA



Natanael de Lima Júnior
(Aos queridos amigos e poetas Antonino e Douglas Menezes. Fraternalmente.)

Pode bem ser a última canção...
Que mais importa?
agora que me sinto sozinho
na avenida vazia dos meus sonhos
sem amigos e irmãos
sem pai e mãe
sem mulher e filhos
nada mais importa
não desejo mais ouvi-la
a canção está perdida...

E não mais encontro o canto!
Canto desprovido de vida sonora
desmaterializado de poesia
e melodia.

Talvez um dia
possamos unir nosso canto
numa canção pela paz fraternal
talvez um dia
sejamos compositores de uma única canção.

Que mais importa?
agora que a canção jaz morta
junto a mim permanece
a lembrança da nossa última canção.

Nada mais importa
A canção está perdida...
meu canto arrefece.

TIRE AS MÁSCARAS


Antonino Oliveira Júnior e Tereza Soares

Tire as máscaras...
Você que se esconde atrás de óculos escuros, não porque não tem colírio, mas pra não olhar dentro do meu olho

Não sinta vergonha do reflexo que, com certeza, vai ver em meus olhos:
é o reflexo de si mesmo...de seus atos...de suas atitudes...

Tire as máscaras e deixe que vejam a cortina de fumaça que te encobre...por trás do gás tóxico tem um ser carbonizado

E você sabe quem é o culpado...você sabe o quanto odeia os que pensam diferente...

Vá, tire as máscaras e ande de cara limpa, se limpa,
pode ser a cara de quem suja a vida de todos e a sua própria...

Tire as máscaras e deixe que vejam teus demônios internos...
e teus anjos falsos...

Esses que iludem os que acreditam no brilho da Terra

Tire as máscaras...
E exorciza a tua loucura através de um ato qualquer que seja pra fazer cair as capas mais grotescas de si mesmo

Vai, aproveita o momento e sai de dentro de si, joga fora as máscaras, as roupas, te desnuda dessa hipocrisia...
e ganha o mundo ou se fode para sempre!!!

DECLARAÇÃO NECESSÁRIA



Zeca Plech

Não sou poeta; apenas metrifico
(para matar o tempo) uns versos maus;
e as rimas como pássaros bisnaus,
nem sempre deixam ver a cor do bico.

Por uma noite inteira, às vezes, fico
batendo pedras, descascando paus
à cata de hemistíquios, e os maraus
me deixam só metido no fuxico.

No arrazoado supra, os meus adversos
verão que, tendo a inspiração somítica
não posso conceber trabalhos tersos.

Mas, apesar de tudo, até da crítica,
é melhor, com certeza, fazer versos,
que meter o bedelho na política.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

VÍDEO PERNAMBUCANO NOS EUA



Flórida (EUA) recebe RETRATOS

O excelente Curta RETRATOS, produzido pela turma de Jornalismo da UNICAP e co-dirigido pelo Jornalista cabense RAFAEL NEGRÃO, está participando de importante festival que acontece na Flórida, Estados Unidos. Trata-se do FOCUS-BRAZIL VIDEO FEST, que começou ontem e tem seu final neste 15 de abril.
RETRATOS participa ainda do Festival de Nova Iguaçu (RJ) de 19 a 21 de abril e no dia 25 será exibido no Cinema São Luiz, em Recife. É um grande trabalho sobre Travestis que não se prostituem e levam uma vida com dignidade.

GALPÃO DAS ARTES É CINE MAIS CULTURA AGORA



A partir de agora, o Pontinho de Cultura Galpão das Artes em Limoeiro recebe um reforço para as ações vinculadas a área do audiovisual, comenta entusiasmado Fábio André presidente da instituição cultural no município. O referido Pontinho de Cultura faz parte do grupo de 46 entidades que se tornaram pontos de exibição de filmes, com o aval do Ministério da Cultura, através da ação Cine Mais Cultura. Realizado em parceria com o governo do estado, o resultado foi anunciado dia 12 de abril, em cerimônia no Cine São Luiz. Os aprovados receberão kit com câmera, projetor, telão, DVD, rack e um pacote de cento e cinquenta filmes selecionados pela Programadora Brasil, além de oficinas de capacitação organizadas pela Fundarpe e Ministério da Cultura. O objetivo é formar uma rede nacional de exibição alternativa. Com a nova leva, somente Pernambuco contará com 87 pontos. Até o fim do ano, a meta é atingir 2.200 em todo o Brasil.

Assim sendo, Pernambuco agora passa a contar com 46 novos projetos – dentre esses o Pontinho de Cultura Galpão das Artes, em Limoeiro - contemplados no edital estadual do Cine Mais Cultura, realizado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), em parceria com o Ministério da Cultura (MinC). Os novos cines atuarão em nove das 12 regiões de desenvolvimento do Estado. Dos projetos aprovados, 14 foram apresentados por pontos de cultura e passam a integrar as ações desenvolvidas pelos grupos culturais locais. Foram aprovados projetos na Região Metropolitana do Recife (17), na Zona da Mata Norte (7), no Agreste (9) e no Sertão do Moxotó (13).

O Cine Mais Cultura tem como objetivo fomentar a criação de locais de exibição de filmes em municípios que não têm muito acesso à produção audiovisual brasileira. Os cines aprovados receberão a aparelhagem necessária e oficinas de capacitação que visam construir uma rede de formação de plateia em todo o País. As ações também vão contar com o apoio do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros e da Federação Pernambucana de Cineclubes. Todos os aprovados no edital recebem equipamentos para exibição, kit de filmes da Programadora Brasil e oficina de capacitação para realizar sessões de cinema semanais. A capacitação, realizada pelo MinC, contemplará dois representantes de cada projeto selecionado, em data ainda a ser definida, conclui Fábio André, responsável pelo espaço cultural Galpão das Artes.

terça-feira, 13 de abril de 2010

CONCURSOS LITERÁRIOS


Municípios vizinhos, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes anunciam concursos literários. Jaboatão realiza um Concurso de Redação para estudantes e servidores públicos municipais, com o tema que versa sobre a igualdade entre homns e mulheres.
No Cabo de Santo Agostinho, como parte do Festival da Juventude, acontecerá concurso de poesias entre jovens estudantes do município. Neste caso, a Comissão julgadora dos trabalhos será formada por membros da Academia Cabense de Letras, atendendo convite da Secretaria de Cultura. O tema será sobre Joaquim Nabuco, que o mundo comemora o centenário de morte.

A NOVA FLIPORTO


A FLIPORTO 2010 muda de enreço e não mais acontecrá em Porto de Galinhas, mas, em Olinda, a Marim dos Caetés. A informação nos foi passada pelo Instituto Maximiano Campos, responsável pela realização do mais importante evento literário de Pernambuco. A Fliporto acontecerá de 12 a 15 de Novembro, sob a coordenação geral de Antonio Campos e Mário Hélio como coordenador de Programação Literária. Mário Hélio é membro da Academia Cabense de Letras.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

TEMPO ÁCIDO



Malungo


No Bairro dos Coelhos,
Becos e vielas
Trafegam dentro de mim.
E me embrenho pela Rua da Glória:
Meio torto, meio saudoso
Do que nunca vivi.

A Cilpe em frangalhos:
Escombros, ruínas,
Ferros retorcidos, desemprego
E o “leite” derramado;
Escorrendo pelo Capibaribe.

Nas margens do rio,
Palafitas à margem de tudo:
Fome e miséria.

As lágrimas azuis das crianças
Enferrujando a velha “Ponte de Ferro”.

SINAL VERMELHO


Vinicius Viana

O menino branco que vendia balas no sinal
Ficou moreno
O menino moreno que era branco que vendia
Balas no sinal ficou negro
O menino negro que era branco que ficou
Moreno, que vendia balas no sinal,
Levou uma bala.

AOS QUE CUIDAM DE BANDEIRAS



Marcelo Mário Melo


Há aqueles que levantam uma bandeira
e prosseguem.
Aqueles que afrouxam as mãos
e abandonam as bandeiras no caminho.
Aqueles que rasgam queimam
renegam bandeiras e se recolhem.

Aqueles que se bandeiam
e passam a defender
bandeiras contrárias.
Aqueles que refletem
e escolhem bandeiras melhores.
Aqueles que encerram as bandeiras
em gavetas vitrines e altares.
Aqueles que colocam as bandeiras à venda.

É triste ver bandeiras abandonadas
vendidas ou sacralizadas no céu distante.
As bandeiras não são entidades
para comércio adoração e arquivo

Expostas ao vento e ao tempo
as bandeiras são coisas simples da vida
exigem cuidado:
como uma casa
uma roupa
um filho
uma flor.

sábado, 10 de abril de 2010

AOS QUE PENSAM QUE O PODER É ETERNO


APESAR DE VOCÊ
Chico Buarque


Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal

QUARENTA ANOS SEM OS BEATLES


o
10 DE ABRIL - Há quarenta anos o mundo PERDIA os BEATLES, a banda inglesa que revolucionou a música jovem e influencia toda uma geração, no mundo todo. Os quatro cabeludos de Liverpool mostraram, durante sete anos, uma música de qualidade e comprometida com o sonho de um mundo melhor.
THE BEATLES pregou um mundo de paz e de amor entre os povos e entre as pessoas, cantou o amor e levou os jovens do mundo todo a dançar uma dança nova e a se vestir e tentar viver de uma forma não convencional aos padrões da época.

UMA NOITE BRILHANTE



Brilhante, é o que se pode dizer do evento promovido pela Academia Cabense de Letras, ontem, 9 de abril, na Câmara de Vereadores. Com o Plenário totalmente tomado por estudantes, professores, artistas e cidadão comuns, a homenagem a Joaquim Nabuco fluiu naturalmente e com o brilho que o homenageado merece. A apresentação do poema ESCRAVOS, de Joaquim Nabuco, pelo ator e poeta Adonis Diordigues, deu início à programação da noite, que teve ainda uma bela apresentação do Grupo de Capoeira Volta que o Mundo dá, apresentando o Maculelê ao som dos atabaques, que deram ao ambiente uma sonoridade afro-brasileira.
A Fundação Joaquim Nabuco foi representada oficialmente pelo dr. Humberto França, profundo pesquisador sobre a vida e obra de Joaquim Nabuco. Suas intervenções foram valiosas para a platéia.
Os que foram à Câmara tiveram a oportunidade de participar do lançamento do Livro Os Escravos, de Antonino Oliveira Júnior, membro da Academia.
O ponto alto do evento aconteceu com a palestra do Jornalista, escritor, poeta, doutor em História, Diretor da Editora Massangana e membro da Academia Caense de Letras, MÁRIO HÉLIO. Foi o ápice. O tema "Cem anos com e sem Joaquim Nabuco", foi abordado e trocado "em miúdos" de forma brilhante pelo palestrante. Um show de bola, como se diz.
No final, foi aberto um debate entre o público, o palestrante e o representante da FUNDAJ.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

ACADEMIA CABENSE DE LETRAS



A ACADEMIA CABENSE DE LETRAS HOMENAGEIA JOAQUIM NABUCO, UM DE SEUS PATRONOS, COM A PALESTRA DO JORNALISTA, ESCRITOR E MEMBRO DA ACADEMIA CABENSE DE LETRAS, MÁRIO HÉLIO.
Tema: 100 ANOS COM E SEM JOAQUIM NABUCO

OS ESCRAVOS



Quem for à palestra do Jornalista Mário Hélio em homenagem a Joaquim Nabuco, vai receber um exemplar da publicação OS ESCRAVOS - Um Poema para ser Encenado, de autoria de Antonino Oliveira Júnior. Nesta Sexta, 19 horas, Câmara de Vereadores.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

ARROGÂNCIA


Tenório Telles


Os fracos e ignorantes dissimulam a própria fragilidade e ausência de esclarecimento pelo uso da presunção e da arrogância. Quando não, extrapolam do poder de que estão investidos para impor suas vontades e interesses. A empáfia e a grosseria tornaram-se tão comuns que são encaradas socialmente como sinais de força e autoridade. Esse tipo de conduta contaminou as relações entre os indivíduos. Neste tempo de inversão de valores, civilidade e tolerância são virtudes banidas do convívio social.

Incomodou-me uma cena que testemunhei esses dias: num encontro com algumas autoridades e convidados, em meio ao diálogo surgiu uma divergência de ponto de vista entre o representante de um órgão público e seu superior. Para surpresa dos presentes, o funcionário foi desautorizado publicamente e instado a se calar. Nervoso e constrangido pediu desculpas a seu chefe. O mal-estar era evidente. Humilhado, retratou-se, quando deveria ter sido o contrário. Assistimos diariamente a exemplos como este de incivilidade e falta de cortesia e respeito pelo outro. O pior é que as pessoas que, normalmente, agem assim não são nenhum exemplo de correção.

Pus-me a refletir sobre o porquê de pessoas agirem dessa maneira: se seria ausência de formação, de valores morais, autodefesa! A explicação mais convincente, encontrei nos argumentos do escritor Eder Siegel: “A arrogância sempre é o véu que está na iminência de ser despido para efetivamente mostrar a ignorância tal como é: nua, crua e feia de doer”. De fato, atitudes assim são sintomáticas desse mal que assola o nosso tempo: soberba, grosseria e o uso da força como solução para as divergências e conflitos. O pior de tudo isso é que a arrogância é apenas um dos passos do caminho que leva à violência, à brutalidade e à destruição dos outros. As palavras do sábio romano Plínio, o velho, são mais que esclarecedoras: “Pasma ver até onde pode chegar a arrogância do coração humano estimulada pelo menor êxito”.

Acredito ser a arrogância uma das conseqüências da falta de sabedoria. Um espírito esclarecido e nobre é incapaz de fazer uso desses expedientes para convencer ou dissuadir os outros dos seus argumentos. Até porque tem consciência das suas fragilidades e de seus limites. Os seres humanos elevados usam a força da argumentação e do convencimento para fazer valer suas idéias e princípios. Em nossos dias, raros são os líderes políticos que agem com serenidade e sabedoria. Tampouco com honestidade. Aliás, a arrogância é o instrumento que usam para intimidar e, assim, acobertarem seus atos e aquilo que realmente são.

A soberba é uma doença. Causa sofrimento a quem é atingido pelo seu veneno. As conseqüências, entretanto, desse mal atingem principalmente o seu portador. O arrogante é a maior vítima da arrogância: torna-se indiferente à dor que causa e, por acreditar está certo, não reflete sobre seus atos. Pelo contrário, compraz-se com a sua dureza. O arrogante torna-se um ser enfermo, descontrolado e megalomaníaco. Por se achar superior e melhor que os outros, acredita que todos devem aceitar suas grosserias. O destino desse tipo humano é a solidão e a loucura. É preciso ter cuidado com ele, pois impõe-se destruindo a autoestima alheia. O poder que detém é aparente, esgota-se na força momentânea que possui e não na sua autoridade. Como ensina a sabedoria judaica: “A arrogância é o reino – sem a coroa”.



quarta-feira, 7 de abril de 2010

FERNANDO PESSOA



Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

(Fernando Pessoa)

ACADEMIA CABENSE DE LETRAS



Palestra do Jornalista Mário Hélio, membro da Academia Cabense de Letras

Tema: 100 anos com e sem Joaquim Nabuco

9 de abril de 2010 - às 19 horas
Câmara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho

Realização: ACADEMIA CABENSE DE LETRAS

OS ESCRAVOS


Quem for à Câmara de Vereadores na sexta-feira, dia 9 de abril, além de assistir a Palestra do jornlista Mário Hélio, vai ter oportunidade de adquirir mais uma obra de Antonino Oliveira Júnior: OS ESCRAVOS - Um poema para ser encenado, escrito em 1971, levado aos palcos amadores da época, foi proibida sua apresentação pelo Departamento de Censura Federal. O evento acontece às 19 horas.

terça-feira, 6 de abril de 2010

GERAÇÃO 65



JOMARD MUNIZ DE BRITO

LABORATÓRIO DE SENSIBILIDADE

entre o fruto e o dente
qual o lugar do inconsciente?
mais vale uma banana no inciso
que duas maçãs no paraíso.
entre o prazer e o dever
como a libido satisfazer?
mais vale uma fruta na mão
que três desejos em não.
entre memória e esquecimento
qual o mais gozar do sofrimento?
entre razão e com-paixão
existe o devir-povo-da-nação.

A LUA LUTA POR LULA (OU NÃO?)

a lua não é menos
materialista
do que a luta.
a luta de classes
não é mais dialética
do que a luta dos corpos.
a lua luta no céu da boca
beija o estudante
e mija o operário
ou pelo contrário
beija o sindicalista
e mija no universitário.
a lua luta por lula
assim como lula
mija e beija na lua
............................................
não me engane
nem se engane
nem toda lua luta por lula
mas todo sol arde sem terra.

GERAÇÃO 65


CLÁUDIO AGUIAR


SONHO SOLAR


A Miguel Elías Sánchez Sánchez


Eu não conheço o sol,
clarão que humilha e me faz manso.
Só o conheço na sombra
que também mata e inocenta.


No lago interior, alma afogada,
afundei a matéria abismal do choro,
facho imenso entre o dia e a noite.
Oh, escuridão eterna,
quando serei raio
partindo do útero da terra?


Eu não conheço a luz temporal
que anda por sendeiros,
buscando as pisadas das estrelas,
gerando um som que me emudece.


Ainda que o meu tamanho se agigante,
não vejo nada além do infinito.
Talvez me ensine mais o sonho
que me alimenta e logo me destrói:
rotor preciso da imensidão,
refrão nefasto da pequenez humana.

IMPROVISO A TRACEMA-ALENCAR

Iracemar - viver bem deslumbrado,
rindo na praia que Deus nos criou
além da inocência e do bom pecado,
com fogo, sal e sol devorador,


e todos votos do carnal amor.
Mercadoria fazes tuas mágoas,
América! Alencar te recriou,
além-mar, mar-além daquelas águas,


luzes banhadas pelo sol dos dias,
egressas de contados movimentos,
nascentes das canções de nossa gente,


cantadas em desoras maresias:
areal-pó, levado pelos ventos,
romance-aurora, madrigal silente.