segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

MAIS QUE UMA SEDE, UM ESPAÇO LITERÁRIO





Foto 1 - Casa cedida pelo Prefeito Lula Cabral para ser a Sede da Academia.
Foto 2 - Casa onde morou o poeta Zeca Plech.
Foto 3 - A arrasada Praça Theo Silva (ao fundo a casa onde morou Zeca Plech)

A parceria que está sendo firmada entre a Academia Cabense de Letras e a Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho deve ir muito além do comodato de cessão da casa para instalação da Instituição, mas, da conversa entre o Prefeito Lula Cabral e acadêmicos surgiu a idéia de uma reforma radical na Praça Theo Silva, que fica próxima à futura Sede da Academia. A praça, que tem o nome do poeta Theo Silva, tem ao lado a casa onde morou um outro grande poeta e, também, Patrono da ACL, Zeca Plech.

Em reunião acontecida neste sábado, 26/02, no Shopping Costa Dourada, a Academia Cabense de Letras começou a estudar a possibilidade de tornar aquela localidade um complexo literário da cidade. A Sede, a Praça e a casa de Zeca Plech, unem-se ao nome de Theo Silva na criação desse novo espaço para a literatura.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A PINTURA E A LITERATURA DE IVAN MARINHO



IVAN MARINHO pode ser considerado um multi-artista, por conta de suas diversas atividades culturais. Poeta e artista plástico, Ivan Marinho é premiadíssimo nos dois segmentos e recentemente recebeu o prêmio Patativa do Assaré, pelo cordel ABC DA ECONOMIA, como fechamento do Curso de Economia da Cultura, pela UFRGS. No cordel laureado, Ivan descreveu em 100 estrofes de septilhas, com 700 versos, os conceitos de macro e micro economia que viu durante o curso. Foram dele os dois melhores trabalhos, mas o regulamento dizia que apenas um trabalho por autor poderia ser premiado.

Ivan Marinho é igualmente um Artista Plástico de talento reconhecido em praças que atravessam as fronteiras do Cabo de Santo Agostinho e de Pernambuco. Sobre seus quadros, uma opinião das mais respeitadas:

"Círculo, roda, ciranda. Mancha cósmica. Explosão vulcânica.Movimento vivo em permanente expansão.Útero.Gestação.Posto em diálogo aberto e franco com a pintura de Ivan Marinho, esses sentimentos me assaltam e emocionam.Esse círculo eletrizante, sei que é o povo: o de Ivan, o meu, o de todos nós brasileiros, pulsando, frevendo.Povo que canta, que dança inventando tudo que denominamos Cultura Brasileira, "mestiçaria" explícita. Aqui está a vitalidade explosiva de nossa gente expressa com paixão, nas formas e cores do poeta Ivan Marinho.Creio que é dessa paixão, dessa imersão na vitalidade dos povos de todos os tempos humanos, que nasce a grande ARTE, aquela que permanecerá nos re-alimentando: humanidade em eterno FAZER-SE".

Urian Agria de Souza
Artista, ex-professor de Artes-plásticas da PUC-Rio.

IVAN MARINHO é da Academia Cabense de Letras.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

ACADEMIA JÁ TEM SUA SEDE



Reunião com o Prefeito definiu a Sede da ACL. foto: João Barbosa

Aconteceu no dia 21 o encontro do Prefeito Lula Cabral com a Academia Cabense de Letras. A reunião foi realizada no Gabinete do Prefeito, no novo Centro Administrativo. Pelo Governo Municipal estiveram presentes o Prefeito Lula Cabral, o vice-prefeito Vado e o Secretário de Governo Luiz Pereira, enquanto os acadêmicos Nelino Azevedo, João Sávio, Antonino Oliveira Júnior, Frederico Menezes e Vera Rocha representaram a entidade literária. O Presidente da Câmara, Vereador Gessé Valério, repreentou o Poder Legislativo.

Após relato dos acadêmicos sobre as atividades da Academia em 2010 e uma rápida passagem pelo que se pretende fazer este ano, a conversou tomou o rumo mais formal e quando os acadêmicos falaram da necessidade de ter seu espaço próprio, o Prefeito acenou com a possibilidade de formalizar um comodato de um prédio para a ACL. O prédio onde funcionou a Escola Pio XII, próximo à Praça Theo Silva, será a Sede da Academia Cabense de Letras, segundo o Prefeito Lula Cabral, que concordou com a cessão da casa e se revelou otimista quanto ao futuro da Academia e da literatura na cidade.

“A prefeitura está cedendo o espaço para resgatar e revitalizar os principais nomes da escrita. Ter a Academia Cabense de Letras é uma honra para o nosso município, que com isso valoriza as pessoas da nossa terra, com os 15 imortais e educadores que fazem parte da Academia”, afirmou o prefeito.

Para o Presidente da Câmara, Gessé Valério, "esta parceria da prefeitura com Câmara de Vereadores estimula a juventude cabense na educação, fazendo com que toda população conheça a cultura regional e participe das atividades que vão ser realizadas pela Academia Cabense de Letras".

O escritor e Presidente da Academia Cabense de Letras, Nelino Azevedo, afirmou que, "com essa sede doada, os cabenses ganham um espaço para a organização da instituição dentro do município, sendo uma contribuição para a cultura, conhecimento e informação de forma pedagógica, informando aos jovens e crianças sobre a história do Cabo".

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CANÇÃO DO DEGREDO



Tereza Tenório

O sonho da princesa foi o medo
a face da duquesa resta pálida
ao povo da nobreza já não valho
assim vou ocultar-me no degredo.

O cavaleiro negro foi meu sonho
o cavaleiro branco foi meu peso
eu princesa da corte
apaixonada
flagrei meu homem amado em pleno beijo
com o cavaleiro branco.
A quem me queixo?

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ACADEMIA CABENSE DE LETRAS RETOMA ATIVIDADES



A Academia Cabense de Letras inicia 2011 com muitas idéias e disposição para chegar ainda mais junto da população. O Projeto SEXTA DE LETRAS, na sua segunda edição, deverá sofrer alteração e ter uma feição mais popular. Além disso, outras idéias muito interessantes, como A PASSAGEM DA POESIA, vem com força para levar literatura de qualidade para a população.

Dia 26, às 9 horas da manhã, a Academia estará reunida na Sala de reunião dos Lojistas, no Shopping Costa Dourada. Será uma reunião de trabalho, devendo na ocasião sair todo o planejamento de atividades para 2011.

AUDIÊNCIA COM O PREFEITO

Nesta segunda-feira, às 15 horas, a Academia Cabense de Letras será recebida pelo Prefeito Lula Cabral, em seu gabinete. Será o primeiro e importante passo para aproximar a Academia do Governo Municipal.

O MENESTREL DO FREVO


Sempre que chega o carnaval, uma figura legendária e lendaria toma as ruas de Recife. É o menestrel do frevo, GETÚLIO CAVALCANTI, compositor de páginas imortais do carnaval de Pernambuco. Getúlio é um dos responsáveis pela preservação do carnaval cultural do Estado.É pura poesia.

Último Regresso

Composição: Getúlio Cavalcanti

Falam tanto que meu bloco está,
dando adeus pra nunca mais sair.
E depois que ele desfilar,
do seu povo vai se despedir.

Do regresso de não mais voltar,
suas pastoras vão pedir:
Não deixem não, que o bloco campeão,
guarde no peito a dor de não cantar.
Um bloco a mais é um sonho que se faz
o pastoril da vida singular.

É lindo ver ver o dia amanhecer,
ouvir ao longe pastorinhas mil,
dizendo bem, que o Recife tem,
o carnaval melhor do meu Brasil

ENCONTRO DE BLOCOS



Acontece no próximo domingo, dia 20, às 16 horas, mais um ENCONTRO DE BLOCOS, na rua da Aurora. É uma oportunidade ímpar de ter contato com o carnaval do lirisdmo, dos apaixonados, dos mascarados, dos fantasiados. É o carnaval sem medo de violência, que, de repente, nos traz lágrimas aos olhos e que nos faz viajar no tempo.

"Ouvir um Frevo-de-Bloco com os olhos fechados, é ver o carnaval com os olhos do coração" (Antonino Oliveira Júnior)

FREVO-CANÇÃO



SERPENTINA PARTIDA, um dos grandes sucessos do carnaval de Pernambuco em todos os tempos, leva as assinaturas de Maximiano Campos e Artur Lima Cavalcanti. Para quem não sabe, Maximiano Campos é o pai do governador Eduardo Campos, enquanto Artur Lima Cavalcanti foi vice-Prefeito e Prefeito de Recife, além de Deputado Estadual.

SERPENTINA PARTIDA

Esse amor de carnaval
Durou uma canção
Foi uma serpentina partida
Que você jogou no salão ...”

A vida também é fantasia
para todo sim existe um não,
hoje você joga serpentina,
amanhã vai jogar seu coração...

Você, vestida de alegria,
e na tristeza do salão,
mas ainda vai chegar o dia
em que vou reinar no seu cordão.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A MORTE NÃO É NADA


Santo Agostinho

A morte não é nada.
Eu somente passei para o outro lado do caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para voces, eu continuarei sendo.
Me dêem o nome que vocês sempre me deram.
Falem comigo como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas.
Eu estou vivendo o mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.
Por que eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas?
Eu não estou longe, apenas estou d outro lado do caminho.
Você que ai ficou, siga em frente, á vida continua linda e bela como sempre foi.

BLOCO DO MIOLO MOLE REALIZA PRÉVIA INFANTIL


Foto: Luciana Serra

A criançada que adora festejar o carnaval, vai ter uma farra e tanto para aproveitar com os amiguinhos e familiares! É que o elenco dos Doutores da Alegria Recife, aquele formado por atores-palhaços que percorre hospitais do Recife visitando crianças internadas, pais e profissionais da saúde, programou a primeira prévia matinê do Bloco do Miolo Mole – O Bloco Mais Bobo do Mundo, cujo lema é “Cabeça dura tem cura!”, a ser realizada no próximo dia 27 de fevereiro, a partir das 17h, no Catamaran Bar e Restaurante (Avenida Sul, s/n, Bairro de Santo Antônio, Recife. Tel. 3424 2845), com vários artistas convidados, entre eles, Gerlane Lops, Maestro Spok, Ed Carlos, Gustavo Travassos e Nena Queiroga, todos ao som da Orquestra de Frevo Perfil, além do elenco dos Doutores da Alegria Recife. O evento também vai promover o Concurso Balizinha e Mominho 2011, para selecionar duas crianças presentes como destaque. É a oportunidade do menino ou menina se tornar um “besteirologista folião”, junto a vários outros palhaços, circenses, atores e gente mais do que animada. O kit para a festa é formado de ingresso + camiseta no valor de R$ 15 (quinze reais), já à venda. Maiores informações e compra na sede dos Doutores da Alegria Recife (Avenida Domingos Ferreira, 2215, sala 102, Boa Viagem) ou pelos telefones 3466 2373 / 0866. Vai ser pura diversão!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

EU NÃO QUERO SER SEU APERREIO


EU NÃO QUERO SER SEU APERREIO
MÚSICA: DOUGLAS MENEZES – JORGE QUEIROZ – 1992.

Eu não quero ser seu aperreio,
Mas seu homem bom,
Que você sempre sonhou
Eu não quero ser sua humilhação
E sim aquela canção
Que se canta com amor.
Eu sei o que fui,
O que fiz,
E daí ?
Entenda o verão tá chegando
É festa no rosto da gente
Tem eleição, eu não quero, eu espero
Que surja, de repente,
Eu quero seu beijo de frente
Vê se lembra do beijo na rosa
A rosa que guarda o amor,
Vê se lembra,
A rosa que guarda o amor...

*Douglas Menezes é da Academia Cabense de Letras


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

PROGRESSO X DESENVOLVIMENTO



PROGRESSO X DESENVOLVIMENTO
Antonino Oliveira Júnior*

Não restam dúvidas de que o progresso chegou paras as cidades diretamente ligadas ao Complexo Portuário e Industrial de Suape. O Cabo de Santo Agostinho possui hoje uma invejável situação econômica e financeira (comenta-se em cerca de 40 milhões/mês), que a coloca no topo da relação das maiores arrecadações do Estado, o que possibilita ao seu governante planejar e executar ações que beneficiem a população.

Assim, não é difícil se ver as inúmeras placas de Obras anunciando milhões em asfaltamento de ruas, aberturas de avenidas, etc., e até construindo escolas e Postos Médicos, na maioria das vezes em parceria com os governos estadual e federal. É o progresso chegando e enchendo a cidade de concreto e asfalto, que são necessários, claro, para que o povo deixe de pisar na lama e possa ter uma cidade que cresce aos olhos de todos. Empregos, então, aparecem em abundância diariamente, ainda que falte a capacitação da mão-de-obra. O comércio aquecido e a onda de anúncios de “invasão” de trabalhadores vindos de outras regiões levam os aluguéis de casas e até de pequenos quartos para além do racional. Dinheiro atrai dinheiro, diz a máxima capitalista. E é assim que a cabeça da população está funcionando, embriagada pelos sonhos de mudar de camada social num estalar de dedos. Tudo, enfim, no Cabo de Santo Agostinho, cheira a dinheiro. É o progresso chegando com força total, com a força imperiosa do capital.

Se com a chegada do progresso os cofres do governo municipal estão abarrotados de dinheiro, na cidade a qualidade de vida chega próximo ao insustentável. Trânsito louco e ameaçador, ar poluído, ruas barulhentas, o individualismo sobrepondo-se ao coletivo, violência desenfreada, sossego inexistente, famílias despedaçando-se pelo estresse adquirido na monstruosidade dos dias de busca do aumento das finanças. Filhos criam-se praticamente sozinhos, aumentando o risco do desequilíbrio que leva às drogas, ao alcoolismo, ao mundo marginal.

É preciso que o desenvolvimento chegue junto com o progresso, trazendo melhores condições de vida para a população, humanizando a cidade, criando condições para que o dinheiro que chega venha para gerar felicidade para os moradores. É chegado o momento de pensar menos em obras de concreto e de pensar mais num plano de revitalização da cidade, a partir do bem estar da população, criando mecanismos que favoreçam uma melhor qualidade de vida para ela. No Cabo de Santo Agostinho está se tornando impossível que as famílias possam conversar à noite, trocar idéias sobre o dia de trabalho, brincar com os filhos, cumprimentarem os vizinhos, assistir televisão com o som em altura normal, ler um livro; chegar no fim-de-semana e ir com as crianças a uma praça e ler o jornal enquanto elas brincam, não sentir tanto medo de assaltos, não se assustar tanto com o barulho das motos dirigidas por motoqueiros tresloucados (com exceções, claro), viver uma vida de humano, enfim.

As nossas praias, em especial Gaibu, um dia conhecida como “a suave curva do paraíso”, foi transformada numa imensa favela à beira-mar, perdendo aquele encantamento de outros tempos. Ali estão instalados diversos pontos de venda e distribuição de crack e outras drogas. A maioria das pousadas foi transformada em alojamento de operários das empresas que trabalham em Suape. As outras praias são, igualmente, um emaranhado de casas construídas de qualquer maneira e sem planejamento, Com exceção, é lógico, da praia do Paiva, que possui um projeto próprio dos empresários, voltado para um público muito distante da nossa realidade.

Mais do que nunca, é fundamental, é urgente repensar a cidade, estimulando o gosto pelo desenvolvimento intelectual (não confundir em criar doutores), construindo Bibliotecas decentes, as escolas devem ser bonitas, claro, mas, abrigarem programas que estimulem nas crianças e adolescentes o bom hábito pelas artes e pelas letras. Não com a preocupação de formar artistas, que poderão até surgirem de forma espontânea, mas, em especial, construir uma geração que assista teatro, dança, cinema, que sinta interesse em ver uma exposição de artes plásticas, em visitar um museu. Que essas crianças e adolescentes tenham nas escolas um corpo docente formado por professores menos angustiados, melhor remunerados, que estejam capacitados para ensinar com alegria. Professores que gostem de ler e passem isso aos seus alunos. É mais do que urgente que a cultura e a arte sejam definidas como uma das prioridades de governo, ainda que não se destine a essas ações orçamentos mais generosos em termos de dinheiro. Mas, é necessário que o governo municipal tome a decisão política de priorizar a cultura como meio de promover a humanização da cidade e das pessoas, criando espaços públicos para o desenvolvimento cultural dos artistas e da população. Os artistas e intelectuais do Cabo de Santo Agostinho respiram com dificuldade e armazenam, não se sabe como, oxigênio suficiente para resistirem. É uma cidade que tem uma Associação de Teatro, uma Academia de Letras, uma infinidade de músicos, cantores, escultores, pintores, etc., faltando, apenas, quem se disponha a sentar com eles para repensar ações para a cidade. Por outro lado, sente-se a necessidade de ouvir importantes setores da sociedade e discutir como adaptar a cidade à nova realidade que a cerca, levando em consideração o meio-ambiente, a cultura, a educação, o transporte, o lazer, o patrimônio histórico, que vive desprezado e relegado à condição de “coisa velha”.

Muito dinheiro chegando e uma corrida desenfreada atrás de um tesouro que não consegue assegurar felicidade. Não é correto que nos acostumemos a uma vida que pouco tem de vida. É preciso repensar a cidade. Sem exclusões, de coração e mente desarmados, num imenso e intenso mutirão em favor da humanização e da revitalização da cidade, sem ranços políticos, mas, com a consciência de que, a cada dia, o povo perde a sua identidade e que, uma vez consolidada essa perda de identidade, seremos “uma cidade tão pobre que só tem dinheiro”.

*Antonino Oliveira Júnior é da Academia Cabense de Letras.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

HOJE É O DIA NACIONAL DO FREVO


ESTATUTO DO FOLIÃO
Antonino Oliveira Júnior*

Art. 1 - Fica decretado, que durante todo o carnaval não haverá lugar para a tristeza e que a alegria deverá reinar na cidade.

Art. 2 – Que ao folião será dado o direito de extravasar sua alegria ao som do maracatu, do caboclinho, do afoxé, do samba e, principalmente, do frevo.

Art. 3 - Fica terminantemente proibida qualquer manifestação de violência, garantindo-se ao folião o direito de brincar em segurança.

Art. 4 - Que será respeitado o espaço do folião infantil, assegurando-se, dessa forma, o futuro do carnaval.

Art. 5 - Que Pierrôs e Colombinas poderão, enfim, se amar sem lágrimas e sem barreiras.

Art. 6 - Que durante o carnaval a cidade estará colorida e iluminada, para deleite dos foliões.

Art. 7 - Que o rei e a rainha do Carnaval serão parceiros do povo na alegria e no prazer da folia.

Art. 8 - Que a quarta-feira de cinzas não será o fim, mas o início da pausa entre um carnaval e outro.

Art. 9 - Que as ruas, praças, becos e ladeiras da cidade serão territórios livres e democráticos, para que sejam ocupados, de forma igual, por Troças, Blocos, Caboclinhos, Maracatus, enfim, por foliões de todas as raças e credos, de qualquer naturalidade e nacionalidade.

Art. 10 - Que o povo seja, definitivamente, dono dos passos e danças que executar; que amanheça na folia e que, exausto, possa adormecer, embalado por um Frevo-de-Bloco cantado à distância.


*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras

A BANDA QUE PASSA



DOUGLAS MENEZES - 1985

O menino observa, escuta o som que começa a ficar nítido. Tem os olhos acesos o menino, brilham, percebendo a chegada de um prazer esperado com ânsia. Agora, a música totalmente ouvida, bonita a melodia, mesmo sem a presença ainda visível de quem toca. Não vacila, o garoto, em expressar um sorriso ingênuo, sábio, porém. Aquele som ritmado, ele sabe, coeso, acompanhá-lo irá para sempre, vida afora, gerações vindouras. Sabe, também, o menino, que seus pais, seus avós, da mesma forma que ele, também se deslumbraram com a sua banda, com a banda da sua cidade. Carregará a marca daqui pra frente: símbolo cultural do lugar onde ele nasceu.

A sensibilidade à flor da pele, pois a banda passa. Bate palmas o garoto, em meio à multidão. Nada mais a enxergar, a não ser o som de sua orquestra predileta. A sua orquestra, segunda melhor do Brasil, como ele, lentamente crescendo, sacrifício dos artistas humildes, pobres, ricos, no entanto, de amor à sua terra, à sua música.

A banda que ganhou as ruas, que faz o menino correr entre as pernas dos adultos para alcança-la. Não quer perder momento algum do concerto ambulante. Também o povo acompanha. É a banda da cidade de Santo Agostinho, de nome pouco charmoso, mas que é graça, mas que produz um encantamento atravessando décadas. A Filarmônica distribui alegria pelas ruas do Cabo. E como disse o poeta, as dores são esquecidas, pelo menos no momento em que ela toca.

O menino e o povo num reino mágico, só contentamento a cidade respira com sua 15 de Novembro Cabense. É a banda que passa, é a banda que é graça. A poesia flui, enche de emoção o peito do pequenino garoto cabense.

Do livro Uma Declaração de Amor, em parceria com José Ferreira.1985.

*Douglas Menezes é da Academia Cabense de Letras

II FESTIVAL CENA ABERTA, em ARCOVERDE



"A paixão e a sina de Mateus e Catirina" foto:Isabella Valle

Estão abertas, para todo o Brasil, até o dia 18 de fevereiro, as inscrições para o “II Festival Cena Aberta”, que acontecerá em Arcoverde, de 12 a 21 de maio, numa realização da Associação Cultural Tropa do Balaco Baco – Equipe Teatral de Arcoverde, sob o incentivo do Funcultura e apoio do Sesc e da Prefeitura do município. Podem participar espetáculos de teatro, dança, bonecos e das tradições populares de todo o país, com possibilidades de apresentação em ruas e espaços alternativos. Para isso, é necessário preencher ficha do evento e encaminhar dados (o Festival não arca com despesas de transporte). Informações: tropadobalacobaco@hotmail.com ou www.tropadobalacobaco.blogspot.com

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

AMOR NA REDE


AMOR NA REDE é o novo CD do cantor JOÃO SALES. Com execelente repertório no mais autêntido forró pé-de-serra, o Cd é um convite ao arrasta pé, sendo impossível que se queira ouvir apenas uma faixa. JOÃO SALES lança um Cd marcante, com bons arranjos, excelente trabalho de mixagem, e um acompanhamento onde se destaca o sanfoneiro Adriano. Muito bom o CD de JOÃO SALES, um patrimônio artístico do Cabo de Santo Agostinho que nos brinda com um trabalho de muito bom nível, com 13 músicas fiéis ao mais autêntido forró pé-de-serra.

Saudade de Tu, Desassossego, Eu de cá e tu de lá e Minha Solidão, são algumas das músicas que nos chamaram atenção neste novo Cd de JOÃO SALES, apesar de serem todas de muita qualidade.

É um pena, apenas, que esteja sendo lançado em época errada, onde Pernambuco respira os ares do carnaval. Seria importante um relançamento, com um trabalho dirigido na mídia, para que este CD de JOÃO SALES estoure no São João que está por vir. Quem desejar comprar o CD ou contratar JOÃO SALES, deve fazê-lo pelo fone (81) 8844 6199.

OS PREMIADOS NO JANEIRO DE GRANDES ESPETÁCULOS



O Amor de Clotilde Por Um Certo Leandro Dantas - foto: Priscilla Buhr

Na sexta-feira, 04 de fevereiro de 2011, o Teatro Armazém, após dez anos de intensa atividade sob a coordenação da produtora Paula de Renor, deu adeus ao público. Mas o que poderia ser sinônimo de tristeza – afinal, perdemos o espaço mais alternativo do Recife para festas, espetáculos e afins –, transformou-se num momento de ampla confraternização, com centenas de artistas e descolados loucos por farra.

O evento começou com a entrega do Prêmio APACEPE de Teatro e Dança – o único profissional voltado às artes cênicas no estado, oferecido pela Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco –, elegendo os melhores do 17º Janeiro de Grandes Espetáculos, além de algumas homenagens, como ao produtor Bóris Trindade, da extinta Aquarius Produções Artísticas, nosso reverenciado nesta edição, e aos produtores Ulisses Dornelas, por reativar o Teatro Boa Vista, no Colégio Saleasiano, e a Paulina Albuquerque e Jorge Féo, pela inauguração do movimentadíssimo Espaço MUDA. Na plateia irrequieta, muita torcida e vibração das torcidas, sim, torcidas (confira os contemplados abaixo).

A apresentação ficou sob o comando dos atores Rodrigo García, Luciana Canti, Alberto Brigadeiro, Galiana Brasil, Cleyton Cabral e da bailarina Renata Muniz. A festa também foi pontuada por performances com o Véio Mangaba e suas pastoras endiabradas, um solo da bailarina Fláira Ferro, além da cantadeira Nice Teles, com sua poderosa voz. Após a entrega dos troféus, a Orquestra Contemporânea de Olinda fez todo o público dançar, curtindo ainda a discotecagem dos DJs Roger e Tiago de Renor. Foi um misto de felicidade extrema e saudade já batendo na porta, artisticamente falando.

* Vale registrar que em suas dezessete edições, o Janeiro de Grandes Espetáculos nunca teve um público tão grande, com ingressos quase sempre esgotados. E que mais e mais espectadores possam nos prestigiar! Evoé!

Vencedores do Prêmio APACEPE de Teatro e Dança no 17º Janeiro de Grandes Espetáculos:

Teatro Adulto:
Comissão julgadora: Clarissa Falbo, Williams Sant’Anna, Paulo de Pontes, Izabel Concessa e Paula Coelho (PB)

1- Melhor Espetáculo (pela comissão julgadora):
O Amor de Clotilde Por Um Certo Leandro Dantas (Trupe Ensaia Aqui e Acolá)

* Também foram indicados Senhora dos Afogados (Cênicas Companhia de Repertório); Um Rito de Mães, Rosas e Sangue (Claudio Lira e Andrêzza Alves) e Cordel do Amor Sem Fim (O Poste: Soluções Luminosas e Samuel Santos)

2- Melhor Espetáculo (pelo júri popular):
O Amor de Clotilde Por Um Certo Leandro Dantas (Trupe Ensaia Aqui e Acolá)

3- Melhor Diretor:
Samuel Santos (Cordel do Amor Sem Fim)

* Também foram indicados Érico José (Senhora dos Afogados) e Jorge de Paula (O Amor de Clotilde Por Um Certo Leandro Dantas)

4- Melhor Ator (empatados):
Henrique Celibi (Madleia + ou - Doida)
Thomás Aquino (Cordel do Amor Sem Fim)

* Também foram indicados Domingos Soares (O Santo e a Porca), Jorge de Paula (O Amor de Clotilde Por Um Certo Leandro Dantas) e José Ramos (Os Fuzis da Senhora Carrar)

5- Melhor Atriz (empatadas):
Naná Sodré (Cordel do Amor Sem Fim)
Sandra Possani (O Acidente)

* Também foram indicadas Maria Alves (Solteira, Casada, Viúva e Divorciada), Francine Monteiro (O Santo e a Porca) e Stella Maris Saldanha (Os Fuzis da Senhora Carrar)

6- Melhor Ator Coadjuvante:
Paulo Henrique Reis (O Santo e a Porca)

* Também foram indicados Gilberto Brito (A Visita da Velha Senhora), Flávio Renovatto (A Peleja da Mãe Nas Terras do Senhor do Açúcar) e Ronaldo Brian (Quadrilha – Um Romance Sertanejo)

7- Melhor Atriz Coadjuvante:
Agrinez Melo (Cordel do Amor Sem Fim)

* Também foram indicadas Lêda Oliveira (Um Rito de Mães, Rosas e Sangue) e Andrêzza Alves (Um Rito de Mães, Rosas e Sangue )

8- Atriz Revelação:
Bruna Castiel (Senhora dos Afogados)

9- Melhor Sonoplastia/Trilha Sonora
Diogo Lopes (Cordel do Amor Sem Fim)

* Também foram indicados Rafael Barros (Improvável), Pedro Wagner (Um Torto) e Trupe Ensaia Aqui e Acolá (O Amor de Clotilde Por Um Certo Leandro Dantas)

10- Melhor Iluminação:
Luciana Raposo (Um Rito de Mães, Rosas e Sangue)

* Também foram indicados Luciana Raposo (Senhora dos Afogados), O Poste: Soluções Luminosas (Cordel do Amor Sem Fim), Luciana Raposo (O Acidente) e Elias Mouret (Quase Sólidos)

11- Melhor Cenário:
Marcondes Lima (Lágrimas de Um Guarda Chuva)

* Também foram indicados Sebastião Simão Filho (Odemar), George Cabral (Senhora dos Afogados) e Samuel Santos (Cordel do amor Sem Fim)

12- Melhor Figurino:
Luciano Pontes (Um Rito de Mães, Rosas e Sangue)

* Também foram indicados Henrique Celibi (Madleia + ou – Doida), Agrinez Melo (Cordel do Amor Sem Fim), Marcondes Lima (O Amor de Clotilde Por Um Certo Leandro Dantas) e Claudiney Mendes (Quadrilha – Um Romance Sertanejo)

13- Melhor Maquiagem:
Trupe Ensaia Aqui e Acolá (O Amor de Clotilde Por Um Certo Leandro Dantas

* Também foram indicados Thaianne Cavalcanti (Improvável) e Claudiney Mendes (Quadrilha – Um Romance Sertanejo)

14- Prêmio Especial:
Ao trabalho de corpo do ator Sebastião Simão Filho no espetáculo Odemar, da Cia. Máscaras de Teatro

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Teatro Para Crianças:
Comissão julgadora: Janaína Lima, Cícero Belmar, Zuleika Ferreira, Isa Fernandes e Manoel Constantino

1- Melhor Espetáculo (pela comissão julgadora):
O Fio Mágico (mão Molenga Teatro de Bonecos)

* Também foram indicados Reprilhadas e Entralhofas – Um Concerto Para Acabar Com a Tristeza (Cia. 2 Em Cena de Teatro, Circo e Dança) e No Meio da Noite Escura Tem Um Pé de Maravilha (Andrêzza Alves, Fábio Caio e Jorge de Paula)

2- Melhor Espetáculo (pelo júri popular):
O Fio Mágico (mão Molenga Teatro de Bonecos)

3- Melhor Diretor:
Marcondes Lima (O Fio Mágico)

* Também foram indicados Alexsandro Silva (Reprilhadas e Entralhofas – Um Concerto Para Acabar Com a Tristeza) e Andrêzza Alves, Fábio Caio e Jorge de Paula (No Meio da Noite Escura Tem Um Pé de Maravilha)

4- Melhor Ator (empatados):
Marcondes Lima (O Fio Mágico)
Jorge de Paula (No Meio da Noite Escura Tem Um Pé de Maravilha)

* Também foram indicados Arnaldo Rodrigues (Reprilhadas e Entralhofas – Um Concerto Para Acabar Com a Tristeza) e Fábio Caio (O Fio Mágico)

5- Melhor Atriz:
Paula de Tássia (Reprilhadas e Entralhofas – Um Concerto Para Acabar Com a Tristeza)

* Também foi indicada Andrêzza Alves (No Meio da Noite Escura Tem Um Pé de Maravilha)

6- Melhor Ator Coadjuvante:
Alexsandro Silva (Reprilhadas e Entralhofas – Um Concerto Para Acabar Com a Tristeza)

* Também foram indicados Diogo Barbosa (A Revolta dos Brinquedos) e Alisson Castro (A Revolta dos Brinquedos)

7- Melhor Atriz Coadjuvante:
Fátima Caio (O Fio Mágico)

* Também foram indicadas Roberta Marcina (A Revolta dos Brinquedos) e Michele Sant’Ana (A Revolta dos Brinquedos)

8- Ator Revelação:
Não houve indicação

9- Atriz Revelação:
Não houve indicação

10- Trilha Sonora
Henrique Macedo (O Fio Mágico)

* Também foram indicados Henrique Macedo (Reprilhadas e Entralhofas – Um Concerto Para Acabar Com a Tristeza) e Hugo Leonardo e Fernando Torres (Minha Cidade)

11- Melhor Sonoplastia
Flávio Santana (Reprilhadas e Entralhofas – Um Concerto Para Acabar Com a Tristeza)

* Também foram indicados Ana Elizabeth Japiá (Minha Cidade) e Henrique Macedo (No Meio da Noite Escura Tem Um Pé de Maravilha)

12- Melhor Iluminação:
Luciana Raposo (No Meio da Noite Escura Tem Um Pé de Maravilha)

* Também foram indicados O Poste: Soluções Luminosas (Minha Cidade) e Sávio Uchôa (O Fio Mágico)

13- Melhor Cenário (empatados):
Marcondes Lima (Reprilhadas e Entralhofas – Um Concerto Para Acabar Com a Tristeza)
George Cabral, Jorge de Paula, Fábio Caio e Andrêzza Alves (No Meio da Noite Escura Tem Um Pé de Maravilha)

* Também foram indicados Ana Elizabeth Japiá (Minha Cidade) e Marcondes Lima (O Fio Mágico)

14- Melhor Figurino:
Marcondes Lima (Reprilhadas e Entralhofas – Um Concerto Para Acabar Com a Tristeza)

*Também foram indicados Marcondes Lima (O Fio Mágico) e Marcondes Lima (No Meio da Noite Escura Tem Um Pé de Maravilha)

15- Melhor Maquiagem:
Não houve indicação

16- Prêmio Especial:
Palhaços em ConSerto, dos Doutores da Alegria Recife, pela qualidade de interpretação e músicas

___________________________

Dança:
Comissão julgadora: Ângela Navarro (RS/PB), Francine Pontes, Mariza Pontes, Maria de Fátima Guimarães e Viviane Madureira

1 – Melhor Espetáculo (pela comissão julgadora):
Travessia (Grupo Grial de Dança)

* Também foram indicados Guarda Sonhos (Grupo Peleja) e Em Caixa (Trupp Cia. de Dança)

2- Melhor Espetáculo (pelo júri popular):
Travessia (Grupo Grial de Dança)

3- Melhor Bailarina:
Fláira Ferro (O Frevo. É Teu?)

* Também foram indicadas Tainá Barreto (Guarda Sonhos), Isabel Ferreira (Palavra Úmida), Iara Sales (Travessia) e Roberta Cunha (Em Caixa)

4- Melhor Bailarino:
Cláudio Lacerda (Real/Duplo)

5- Melhor Trilha Sonora:
Publius Lentulus e Claudio Rabeca (Travessia)

* Também foram indicados Helder Vasconcelos e Johann Brehmer (Guarda Sonhos)

5 – Melhor Iluminação:
Luciana Raposo (Travessia)

* Também foi indicado Saulo Uchôa (Silêncio)

6 – Melhor Cenografia:
Dantas Suassuna (Travessia)

* Também foram indicados Cláudio Lacerda e Rodrigo Braga (Real/Duplo) e Ivaldo Mendonça e Trupp Cia. de Dança (Em Caixa)

7 – Melhor Figurino:
Andrea Monteiro (Travessia)

* Também foram indicadas Maria Agrelli e Tainá Barreto (Guarda Sonhos)

8 – Melhor Coreografia:
Maria Paula Costa Rêgo (Travessia)

9 – Prêmio Especial:
Lua Cambará, do Aria Social, pela acentuada característica do espetáculo no gênero musical com montagem, preparação e produção afins com o referido gênero

Colaboração: Leidson Ferraz

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

ACADEMIA RETOMA AS ATIVIDADES


Semana que vem a Academia Cabense de Letras retoma as suas atividades e dá início às atividades de 2011. Os acadêmicos definiram no final do ano passado uma série de ações a serem desenvolvidas na cidade, atuando nas escolas, nas comunidades dos bairros, realizando oficinas e promovendo a segunda edição do Projeto SEXTA DE LETRAS, que deverá acontecer, a exemplo da primeira, na Câmara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho.

A primeira reunião de 2011 está marcada, a princípio, na Loja Maçônica Alvorada da Paz, no centro da cidade, a partir das 19 horas.

PREMIAÇÃO DO JANEIRO DE GRANDES ESPETÁCULOS


A festa de entrega do Prêmio APACEPE de Teatro e Dança, aos melhores do 17º Janeiro de Grandes Espetáculos (JGE) é nesta sexta-feira, 04 de fevereiro, a partir das 20h, no Teatro Armazém. A partir das 23h, show com Orquestra Contemporânea de Olinda e os DJs Dolores, Roger de Renor e Tiago de Renor, na despedida do Teatro Armazém, após dez anos de intensa e importante atividade. Ingressos: R$ 10 (artistas participantes do JGE e que apresentarem carteira do SATED/PE até às 20h da sexta-feira - vendas no próprio dia, a partir das 18h) e R$ 20 (com meia entrada para estudantes, professores e maiores de 60 anos, já à venda no Teatro Armazém). Não perca!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

CARLOS PENA FILHO - 50 anos de memória


Carlos Pena Filho e a sua filha Clara.

Encerrou-se no dia 16 de janeiro último a exposição Carlos Pena Filho: 50 anos de memória. Passaram pelo Santander Cultural cerca de 10.000 pessoas, para apreciar esculturas, pinturas, painéis fotográficos, livros e objetos pessoais do poeta morto precoce e tragicamente. A exposição, promovida pelo governo do estado e executada pela agência publicitária Atma Promo, abrigou eventos paralelos, como a realização de quatro mesas-redondas sobre a obra de Carlos Pena e a visitação de alunos de ensino médio, que dispuseram de apresentação teatral e musical curtas e simultâneas.

As mesas-redondas ocorreram no intervalo de tempo entre os dias 30 de novembro de 2010 e 12 de janeiro de 2011. Na primeira delas, com as palestras irreverentes e bem-humoradas de Ângelo Monteiro e Paulo Gustavo, discutiu-se o lirismo em Carlos Pena Filho como uma das tendências mais fortes e características de sua poesia. A segunda mesa, contando com Marcus Accioly, Irma Chaves e Homero Fonseca, ressaltou a poesia participante de Pena Filho no seu livro Nordesterro, como uma escrita que tematiza de preferência o mundo rural pernambucano em suas vertentes ideológicas e sociais.

No terceiro encontro, os expositores Carlos Newton Júnior e Marco Polo Guimarães dedicaram-se a analisar como a pintura influenciou a obra do poeta de Cinco aparições. Certa empatia com as artes plásticas aparece referencialmente em poemas e sonetos que escreveu, desdobrando-se na ocorrência de cores e paisagens de feitio local ou universal. Aparece ainda, de modo sintomático, na sua forte relação de amizade com pintores do Recife e de Olinda. Além do mais, a pintura já se fazia presente em sua própria casa, sabendo-se que ele foi casado com a artista plástica Tânia Carneiro Leão.

A conversa final teve a participação de Cida Pedrosa e Marcelo Pereira, enfocando o Guia prático da cidade do Recife. Cida Pedrosa recitou trechos do Guia prático, voltando-se mais para a boemia recifense a partir dos anos 1980. Já Marcelo Pereira estabeleceu elos entre a década de 1950 e os dias atuais em termos de configuração urbana e histórica da cidade. O fato é que conseguimos, apesar de todos os contratempos que envolvem hoje os eventos culturais, realizar satisfatoriamente e com afluência de público, a manutenção da memória viva de Carlos Pena Filho no cerne destes quatro encontros.

Diario de Pernambuco, 28 de janeiro de 2011

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

MENOPAUSA



Juareiz Correya

"Ah, se esse calor se transformasse em fogo...", suspirou o marido.

*Juareiz Correya é um poeta de Palmares.

(CHORO E LUZ)


Mário Hélio

num dia de festa de muita alegria
lavei meus sonhos na velha pia
e tive medo de quem sorria
e do segredo de quem morria
mas era festa de só um dia
já não bastava tanta agonia?
eu precisava da tal fatia
de choro e luz de fantasia
mas a batalha era que ardia
a sarça ardente na mente fria
meu ser uma linha já que seguia
seu próprio passo de travessia
e para longe do espaço ia
e até bastante cedo descobria
não era amor o que se amou um dia
era outra alegria que irônica ria
era o nome do bicho que verônica via
que me espantava mas não fugia
que me matava mas nãomorria
era outra alegria... e é triste toda alegria.

*Mário Hélio é da Academia Cabense de Letras