terça-feira, 2 de março de 2010
TEREZA TENÓRIO
MUTÁVEL COMO O PÁSSARO NA RAMA
O amor passeia entre os rochedos. O amor
à beira-mar, no entre-rio. O amor
à flor do lago e do oceano. O amor
candelabro aceso dentro da sombra
Afugentou a sombra e o vazio o amor.
Buscou na tarde a calma, o sono, o amor.
É negro cílio e úmido lábio o amor.
Círculo aceso na alameda estranha.
Negro desespero e alva luz o amor.
Corrente de luz e água que o amor
refugiado na ilha de Ítaca, o amor
é teia de Penélope e de tarântula.
A barlavento a toda brida o amor.
Entre as possíveis dimensões o amor.
Tão irreversível como o tempo o amor.
Mutável como o pássaro na rama.
Qual movimento pendular o amor
nas pragas do Egito antigo o amor
ao povo Hebreu, e as pirâmides o amor
dos reis ao BA e Ka o corpo e a alma.
CORPO DA TERRA
Pela janela o verde
nos revela
o coração da mata acesa
o úmido
veio das aromáticas
resinas
dentre nossas raízes
enlaçadas
a destilar a essência
do teu hálito
em mim
corpo da terra
desvelado.
CANÇÃO DO DEGREDO
O sonho da princesa foi o medo
a face da duquesa resta pálida
ao povo da nobreza já não valho
assim vou ocultar-me no degredo.
O cavaleiro negro foi meu sonho
o cavaleiro branco foi meu peso
Eu princesa da corte
apaixonada
flagrei meu homem amado em pleno beijo
com o cavaleiro branco.
A quem me queixo?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário