segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

TRABALHO DE ACADÊMICO CABENSE É CITADO EM NATAL






Mestre Graciliano


Passo na banca, pego a revista Literatura, de setembro, que tem na capa Mestre Graciliano Ramos e também Dom Casmurro, de Machado de Assis, por conta daquela possível traição de Capitu, um esporte muito praticado nas civilizações adiantadas e Natal é uma delas. Os Bentinhos bem sabem disso. A revista fala ainda sobre a contemporaneidade no poema e uma boa e oportuna matéria com o título "A sala de aula como oficina de Literatura".

Na abertura, os votos de boas vindas já apontam a boa direção que deveria ser seguida por todos os professores e professoras: "Faça da sala de aula uma oficina de literatura, estimulando o gosto literário nos alunos, afinal o que o bom texto precisa é de afinidade com o leitor e uma das incumbências do professor é criar essa afinidade".

O texto sobre Graciliano Ramos é de autoria do professor pernambucano Douglas Menezes. Trata não apenas da valiosa obra do grande escritor alagoano, mas discorre também sobre a personalidade e o caráter de um dos maiores escritores de língua portuguesa. Douglas faz leitura dos livros de Graça. Abrindo as páginas de Vidas Secas, comenta: "Não é sem razão que cada palavra, cada frase, cada período de Vidas Secas se transpõe numa metáfora única sobre a miserabilidade de uma vivência aviltante. Quando se fala numa linguagem despojada no romance de Fabiano e família, desprovida de qualquer ornamento, embelezamento desnecessário ou detalhismo retórico, afirma-se da estreita ligação entre a forma e o conteúdo.

Secos os vocábulos, precisas as frases, endurecidos os períodos. Palavra nenhuma sobrando, pois o drama exige concretude, real a pintura a ser expressa". Fui lendo essas considerações do professor pernambucano e me veio à memória um texto de Graciliano Ramos que li recentemente na internet. Uma preciosa aula sobre arte de escrever. Diz o Mestre: - Quem escreve deve ter todo cuidado para a coisa não sair molhada. Quero dizer que da página que foi escrita não deve pingar nenhuma palavra, a não ser as desnecessárias. É como pano lavado que se estira no varal. Naquela maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. - Elas começam com uma primeira lava. Molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Depois colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. - Depois batem o pano na laje ou na pedra limpa e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. - Pois que se mete a escrever devia fazer a mesma coisa.

A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso, a palavra foi feita para dizer". As bolas do Ministério Deu no jornal O Globo: "Verbas oficiais irrigam OGNs ligadas ao PCdoB". A notícia acrescenta detalhes: - Não é apenas no Ministério do Esporte que ONGs ligadas ao PCdoB se alimentam de recursos federais. Elas aparecem como beneficiárias de verbas dos ministérios da Cultura, Saúde e Cidades. Uma delas é o Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ), que recebeu R$ 2,1 milhão desde 2004 e funciona no mesmo endereço da União da Juventude Socialista, ligada ao partido, na rua Treze de Maio, em São Paulo. - O Centro só se tornou influente depois que Gustavo Petta, cunhado do ministro do Esporte, Orlando Silva, foi seu dirigente. Cadê a luz Há mais de três meses que se apagaram as luminárias de um poste do canteiro central da avenida Duque de Caxias esquina com a rua Nísia Floresta, na velha, abandonada e penumbrosa Ribeira.

Há uma vaga esperança de que no retorno de sua viagem a alcaidessa autorize a reposição das lâmpadas. Livro Cláudio Guerra lança hoje à noite (19 horas), no auditório do DCE da UFRN (Setor 1 do Campus), seu novo romance Marinheiro Só. Parte da história, ocorrida nos tempos da ditadura, tem Natal como cenário. Em 2009, Cláudio Guerra publicou com o selo do Sebo Vermelho Alcanorte, de farsa às cinzas. É paulistano de nascimento e mora no Rio Grande do Norte derna de 1981. É graduado em História e ligado ao Partido Comunista Brasileiro, tendo Macau como front. Mais literatura Hoje é o último dia do IV Encontro Potiguar de Escritores que acontece na Academia Norte-Rio-Grandense de Escritores. Às 9 horas há um debate sobre a "Contribuição Cascudiana para História, Etnografia e Literatura Oral" com Diógenes da Cunha Lima, Vicente Serejo e Ana Maria Cascudo Barreto. Em seguida o poeta Aécio Cândido falará sobre o Instituto Cultural do Oeste Potiguar. Na parte da tarde, coisa das 15 horas, Valdenides Dias abordará o tema "Vozes Femininas na Literatura Potiguar". Depois, Cláudia Santa Rosa, Erileide Rocha, Fernando Mineiro e Chico Alves vão discutir "A questão do livro e da leitura". Política A política do Rio Grande do Norte chega ao fino do fino do nonsense, beirando o surreal. Nunca se viu outubro igual. Está nas folhas: "Robinson Faria diz que vai articular a oposição ao governo Rosalba Ciarlini". Ora, ele é o vice-governador! Não é fantastique?! Augusto Boal jamais imaginaria cena em seu teatro do absurdo. Ser oposição é novidade na biografia de Robinson. Grande novidade; dramática novidade. Sempre foi homem de governo. Quando não dentro da sala, pisando nos tapetes e se refastelando nas largas poltronas do poder, sabia se aprochegar, deliciando-se nas frescas dos alpendres.

http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/mestre-graciliano/200544

Fonte: Tribuna do Norte

Autor: Redação / 26 de Outubro de 2011.


*Douglas Menezes é da Academia Cabense de Letras

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