Frederico Menezes
Tu estavas na primavera, quando minha música enalteceu as flores. O lépido roçar das asas do colibri recordava-me a suave onda de tua voz.
Era ainda outono e a brisa arrancava as folhas do arvoredo, como tua saudade arranca-me lágrimas e tu estavas no vento frio, anoitecendo o dia, fazendo nostalgia.
Fazia-se inverno e nele estavam os teus olhos, tristes como as nuvens de chuva ou como a gazela ferida... e a sombra do pranto entornava sobre mim a dor.
Mas quando brotar o verão, o sol de tua presença largará pela estrada tua longa ausência e ali estará a nova primavera, em festival de música, na luminosa apologia do amor.
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