Natanael Júnior
Sei das manhãs que se esvaem
inexplicáveis e misteriosas
como a sutileza dos nossos poemas
que nos atordoa e estraçalha
nossos corpos.
Sei dos vômitos que os bêbados
vertiginosamente mutilados
laçados pelos pesares da matéria bruta
contaminam nossas praças
degerando os sonhos e as fantasias.
Sei da mão amiga que apedreja
levianamente nossos passos,
sei da boca que escarra
no ventre transcendental
de nossas manhãs.
Sei da noite e dos versos
que brotam do nosso suor,
sei dos olhares indecifráveis
e do hálito de embriaguez
que paira no silêncio
secreto de nossas confissões.
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