sexta-feira, 25 de março de 2011

UM ESTRANHO EM MIM

Antonino Oliveira Júnior

A última skete da noite chamou a atenção pela ousadia do texto, que trata de um tema extremamente delicado e polêmico, que é a relação entre pessoas do mesmo sexo. Wedson Gomes escreveu um texto com a preocupação de não vulgarizar o tema e provocar a reflexão da platéia. A direção de Marcelo Rushanski (não sei se escreve assim) foi simples e sem novidades, mas, teve o cuidado de não deixar que a platéia ou parte dela ridicularizasse o tema abordado. E conseguiu. Montou um espetáculo sério e que se fez respeitar, também, pela interpretação do elenco, formado por Madson Erick e Jonh Ribert, que tiveram a responsabilidade de tornar seus personagens respeitáveis. Foi um bom desempenho da dupla, com um maior destaque para o Madson Erick, que se mostrou mais à vontade e maior experiência de palco. A iluminação e a sonoplastia também foram destaques, mas, infelizmente, não sabemos quem criou e quem operou duas coisas tão importantes para o espetáculo.

Foi um bom espetáculo, pelo bom elenco, boa direção e, sobretudo, pelo tema abordado, polêmico, discutível, mas, real. Há quem encare com naturalidade, há quem discorde, há quem os queira destruir, mas, aí é preconceito e preconceito, na minha opinião, é apenas um jeito babaca de ver a vida. A relação entre pessoas do mesmo sexo existe e tem que ser encarada de frente pela sociedade, sem máscaras, sem hipocrisia e sem violência. Se Deus não admite, que eles resolvam com Deus após a morte.

De parabéns o grupo, autor, atores, técnicos, pela ousadia do espetáculo e pela seriedade com que conduziu o espetáculo. Dois personagens masculinos (poderiam ser femininos) discutem uma relação de amor e acabam por acharem uma saída para seus sentimentos. No final, ficou uma interrogação: O que é melhor, que dois homens se amem ou se odeiem?

“...e o mundo compreendeu,

E o dia amanheceu...em paz...”

Um comentário:

  1. Concordo com o que a comissão explanou sobre o espetáculo. Gostaria de enfatizar minha opinião sobre o equilíbrio de voz entre os atores. A direção teria como obrigação descobrir exercícios, formas de equilibrar os dois atores que estavam em cena. As marcações ficaram no campo da obviedade. É árduo tudo isso, mas necessário. Torço sempre! Um abraço.

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