Foi uma mistura de surpresa e tristeza. A notícia me foi dada pelas dez horas da manhã, por Chibata, funcionário da Delegacia de Polícia: Padre Inocêncio, da paróquia de São José Operário, estava morto. Na mesma hora minha mente voltou a exibir sua participação, um ano atrás, na Páscoa Cristã realizada no Cabo de Santo Agostinho, que reuniu os três mais importantes segmentos do cristianismo, ou seja, católicos, evangélicos e espíritas. Calado, de jeito tímido, foi parceiro e integrante de primeiro momento do Movimento.
Talvez não tivesse a eloqüência da oratória de Padre Ramos, do Padre Josivaldo, de um Frederico Menezes e do Pastor Erivaldo Alves, mas, de maneira simples, humilde e com atitudes, apoiou e fortaleceu o Movimento que se desenhava na cidade. Sua morte representará, sem dúvida, uma lacuna, jamais uma ausência. Seu pouco tempo entre nós foi o suficiente para enxergarmos nele um homem de Deus, comprometido com o Evangelho e praticante de uma vida despojada, como Jesus nos ensina.
Sua partida prematura enche a todos de tristeza, mas, também, de certezas. Certezas que nos afirmam que vale a pena lutar por um Jesus vivo na prática de vida; certezas que nos afirmam que a grandeza interior advém de uma vida simples, quase anônima; certezas que nos revelam a força do homem de fala mansa e olhar, às vezes, distante de seu momento; certezas que nos afirmam que, neste momento de dor, há um corpo que cai e uma alma que sobe, para interceder pelos movimentos que lutam por um Jesus Cristo de todos.
*Antonino Oliveira Júnior é membro da Igreja Batista da Cohab, coordenador do Centro de Estudos e Divulgação do Evangelho e integrante do Movimento Cristão Ecumênico.
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