Esta foi uma das Sketes mais esperadas na programação da MOCASPE 2011, devido, principalmente, por se tratar de um texto de Flávio Alves, com uma grande bagagem nos palcos do teatro cabense, e a direção de Lugg Alves, outro nome consolidado nos palcos da cidade.
DILEMA DE UM FUMANTE é um texto interessante, escrito em forma de cordel por Flávio Alves, dirigido por Lugg Alves, interpretado pelo próprio autor, que teve uma boa postura cênica, conseguindo dar vida aos quatro personagens que o texto continha. A sua boa atuação ficou explícita no momento em que a platéia conseguia ver com clareza a mudança de personagens. Foi uma atuação horizontal.
A direção de Lugg Alves foi criativa e contribuiu para que o próprio Flávio Alves tivesse os espaços e momentos apropriados para a mudança dos personagens. Não buscou grandes artifícios, mas, o simples apresentado foi o suficiente para assegurar a condição de bom espetáculo, usando com inteligência os adereços cênicos para auxiliar o trabalho de ator.
A iluminação foi boa, se levarmos em consideração a falta de maiores recursos do teatro Barreto Júnior. Foi possível perceber que houve um Plano de Iluminação, colocado em prática na medida do possível. A restrição fica apenas em relação à trilha sonora, que alternou momentos interessantes com outros repetitivos. Não sei se insistir apenas nas canções românticas de Núbia Lafayete foi o melhor caminho. Mas nada que tenha comprometido o espetáculo. Acho apenas que poderia ter sido feito um trabalho de pesquisa que criasse condições da utilização de músicas mais identificadas com o texto.
O texto de Flávio é forte e aborda um assunto que aflige grande parte da população. Ser fumante deixou de ser prazer e hoje é uma preocupação constante para o Próprio fumante, considerado por si mesmo um dependente químico, com imensas dificuldades de superação. Como se trata de um Grupo que costuma trabalhar a arte cênica dentro das empresas, levando mensagens para os trabalhadores, não sei se a linguagem dramática tão bem utilizada na MOCASPE venha a surtir o efeito desejado entre trabalhadores. Para o ambiente de fábricas, talvez esteja faltando um pouco de situações mais leves e com menos dramaticidade, para que a mensagem do texto alcance melhor seu público alvo.
Mas, foi um espetáculo de bom nível.
Considero a a sacada da direção em dialogar com os outros elementos de cena, um tempero importante para o sucesso do espetáculo. Flávio, independentemente de ter cumprido com exatidão a interpretação de alguns dos personagens defendidos pelo ator,a harmonia entre direção, ator,sonoplastia, cenário entram em sintonia com a aceitação do público. Quero dizer que Flávio desenvolveu um trabalho muito, muito, muito bom. Ah! Em alguns momentos enquanto o ator fazia o papel feminino, lembrei-me do meu saudoso amigo, e excelente ator, Francisco Alves. Parabéns Flávio e Lugg. Alcy Saavedra
ResponderExcluirObrigado Alcy, sei que vindo de você é pura verdade, fico muito feliz que você tenha gostado. Muito bacana ter sua crítica para nosso trabalho, depois quero escutar suas sugestões.
ResponderExcluirGrande abraço!
Lugg Alves