quarta-feira, 23 de março de 2011

ADEUS, MAMÃE



Antonino Oliveira Júnior


A terça-feira, dia 22, reservou momentos interessantes, ainda que não tenha chegado a ser um primor de noite. O bastante, digamos, para afastar um pouco da mente a lembrança da segunda-feira, quando o nível das sketes ficou muito aquém do que é produzido nas diversas versões da MOCASPE. Não assisti a primeira skete da noite, mas, no restante, achei interessante “A cadeira onde te esperei”, pelo Grupo Madre Iva. Marcações muito simples, interpretações razoáveis e uma direção sem novidades, mas, sem comprometer o andamento do espetáculo.

A boa surpresa da noite ficou por conta da Cia. Teatral Sobre o Palco, que apresentou “Adeus, Mamãe”, direção de Alex Matarazo. Uma comédia simples e até certo ponto relembrando as velhas chanchadas do humor ingênuo e sem apelações à base de palavrões e gestos chulos. A direção do Alex não mostra muita coisa, mas soube dar começo, meio e fim à skete, o contrário de algumas outras sketes que, na ânsia de fazer rir por apelações, acabam por se perderem no espaço e no tempo, agradando apenas aos que acham engraçados os palavrões e expressões repetitivas. “Adeus, Mamãe” fez diferente e fez um espetáculo de humor, uma comédia de verdade.

E não é fácil fazer espetáculo de humor sem apelações pornográficas. Fazer rir é coisa séria. E o Grupo conseguiu fazer a platéia rir, um pouco com o texto, um pouco com os trejeitos da dupla de meninas que conduzem a skete. Literalmente, duas meninas, mas, que se mostraram como duas promessas para espetáculos futuros, duas sementes da MOCASPE. O retante do elenco quase não se percebe, até mesmo porque as duas roubaram a cena e chamaram pra si a responsabilidade de tocar o espetáculo. Gilmara Maíra e Girliane Reis foram as responsáveis por divertidos momentos da noite da terça-feira.

2 comentários:

  1. Eu penso o contrario, interpretação ótima de todos os atores, mas em relação a texto soube dar começo mas não soube da fim, "não atende essa porra" entre outras coisas ditas não é nada apelativo, no mínimo a galera que fez essa skete são amigos ou parentes seus, não vejo por que dizer uma coisa que não aconteceu , tem sketes de comedia textualmente mais fortes, a interpretação foi indiscutível, mas não venha me falar que não foi apelativa.

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  2. Não achei nada apelativo os palavrões que textualmente apareceram no espetáculo. No senso comum, ao tropeçarmos em uma pedra um bom "puta que pariu!" cai como um analgésico. As personagens estavam em momentos que, entre duas irmãs travessas, sozinhas em casa, cabia. Não achei gratuito. De fato, a interpretação das duas atrizes se consolida como a pilastra que segurou o espetáculo. A vontade de quem assistia é de que nunca acabasse. (exagero meu, confesso). A vilã do final estava sem força, destoando das outras duas personagens principais e o ator que fez a madrasta exagerou. ~Cabe à direção esse olhar. Espero que na próxima MOCASPE tenhamos essas duas pequenas grandes revelações em cena. Há sim a falta de amarrar o final. Állex, namore o texto com mais esmero que o resultado será melhor do que já está sendo. Sucesso!

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