quinta-feira, 24 de março de 2011

“SUICIDAS” MOSTRA A FRAGILIDADE HUMANA

Antonino Oliveira Júnior


A Cia. Teatral Atos e Cenas participou da noite de angústias da MOCASPE, com uma Skete que aborda um dos temas mais polêmicos em relação à vida e à morte: o suicídio.

A dupla de atores, Marcílio Moraes e Bianca Barreto, teve um desempenho satisfatório, falando com segurança um texto sobre um tema delicado e polêmico, realizando, enfim um bom trabalho cênico. O espetáculo não teve, porém, uma bom início, com a direção apelando para um estilo já muito utilizado, alternando as falas do elenco acompanhando o ritmo da iluminação, com Black-outs após cada fala. Talvez por uma iluminação pouco ensaiada com o elenco, talvez pela precariedade do próprio sistema de luz do teatro, na verdade, não foi um bom momento por não haver uma ação mais sincronizada entre o texto e a operação de luz. Mas, nada que comprometesse o bom trabalho do Grupo, levando-se em consideração, principalmente, que a MOCASPE é um laboratório, um aprendizado para muitos dos participantes.

A dupla de atores conseguiu passar para a platéia o drama dos suicidas, o que passa na cabeça dos que se sentem incapazes de ir adiante. São momentos em que tudo pode passar na mente de quem se dispõe a fazer esse gesto extremado, seja de coragem ou covardia.

No final, o ato surpreendente da concretização do suicídio. Os gestos de carinho e ternura não foram capazes de fazê-los voltar atrás, contrariando a máxima de que o amor vence sempre. Mas isto é outra história e ninguém deve mesmo escrever com a preocupação de ter o final que cada um queira que aconteça. Foi a visão do autor e deve ser respeitada. Bom texto, boa interpretação e direção e iluminação apenas razoáveis. Na média, um bom espetáculo.

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