Ronaldo Menezes
O frio invernal desnuda a paisagem,
Açoitando a natureza acinzentada,
Transparecendo, em tudo, singular mensagem,
Anunciando a triste invernada.
Por entre a bruma, luminária pálida,
Tenta vencer o denso nevoeiro,
Espraiando-se na campina esquálida,
Num esforço inaudito de derradeiro.
Sua luz mortiça clareia a amplidão
Tímida, teimosa, buscando aquecer
O casario recluso na gélida vastidão,
Mas, pouco a pouco, se deixa vencer.
É o sol do inverno, que se assemelha tanto
Às pessoas brilhosas, inutilmente
Intentando ser um sol em todo canto,
Mas não clareiam, nem aquecem a gente...
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