sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Eu Prefiro a Família Careta


Nadja Nascimento

Mesmo esperando uma reação de espanto e/ou indignação a respeito do título acima, reafirmo o que digo e acho a família careta bem melhor que a dita moderninha! Chamo-os para uma reflexão: na família careta existe alguma ordem, responsabilidade, amor e sentimento de pertença, valores tão esquecidos nos dias de hoje. Não falo aqui em rigidez militar, muito menos de pais sacrificiais, nem de frieza e omissão, nem em pais detetives que fuçam tudo, evitando assim uma conversa. Nem de longe aceito o moralismo ou o preconceito seja ele qual for, muitas vezes disfarçado de religião.
Falo de uma família que dá amor com limites, que cuida sem suspeitar, que escuta sem julgamentos, passando um senso de proteção aos filhos. Falo em respeito dos pais para com os filhos, dentro e fora de casa, de pais que demonstram interesse, lembrando que se interessar jamais será sinônimo de fiscalizar e sim de acompanhar, observar, dialogar, saber.

Vemos com freqüência crianças de 12,13 anos sozinhas freqüentando festas noturnas, onde pais nem sabe onde os filhos estão, com quem andam, não sabem quem são seus amigos, que sites visitam na internet, nem com que roupas estavam vestindo quando desapareceram...

Não entendo a maior parte dessas coisas, que acontecem na família moderninha que quase sempre está nas mãos de uma gatinha vagamente idiotizada e um gatão querendo ser adolescente, poucos pais escutam a voz arcaica (porém necessária) que os faria atender suas crias indefesas. Sem as desculpas de que trabalham demais e não tem tempo, muito menos porque andam confusos e aflitos com a crise mundial. Quem acha que filho é mais chateação do que alegrias,abandonem de vez essa tarefa, pois para qual exercício não haverá jamais férias,muito menos aposentadoria.

Para ser pai e mãe é preciso estar sempre amorosamente envolvido e com coragem de dizer não na hora certa, mas quem não estiver disposto a isso, não finja que é pai ou mãe e deixe os filhos entregues à própria sorte,afirmando que a responsabilidade é da escola .

É bom começar a tentar, a vida sempre será dura e os filhos não pedem para nascer e o que temos hoje no cenário atual é um retrato da família que temos: a família é a base da sociedade.

*Nadja Nascimento é Pedagoga

Um comentário:

  1. Cara Nadja concordo com TUDO que você diz nesse maravilhoso texto. Estou indo para os 33 anos e fui criada dessa forma, com muito diálogo, limites na hora certa e do jeito certo e amor, muito amor. Lembro até de ver meus pais sendo censurados por outras pessoas por causa dessa visão deles, muito parecida com a sua. Posso não ter chegado a ser uma imortal (rsrs) mas por causa de meus pais, Edna e Guido, tenho uma base socioemocional do que é uma família de verdade e do que ela pode proporcionar para os seus. Pretendo criar minha Maria da mesma forma, conversando, mostrando os caminhos, participando mas também dando a ela autonomia de vida no momento certo, e Deus vai me ajudar a ver tudo isso. As escolhas de cada ser são únicas e singulares, nunca devemos atrapalhar o destino, o caminho, a vida de ninguem, mesmo que seja filho. Obrigada Nadja. Um grande abraço.

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