sexta-feira, 26 de novembro de 2010

POR QUE VOCÊ NÃO QUER MAIS IR À IGREJA?



Erivaldo Alves

Passagem bíblica relacionada: João 6.66-71(Quando Jesus é abandonado por muitos seguidores por ter dito o que eles precisavam ouvir).

 Igreja: Lugar de culpa e cicatrizes
 Jesus não entraria em muitas igrejas dos dias de hoje
 Impressão: Quanto mais se faz por Deus, mais ele se afasta...
 Falta tempo para pensar em face das ocupações.
 Como pode um cristão ser tão ativo na igreja e ser tão vazio?
 Isso aconteceu também na Igreja do primeiro século – Éfeso

A teologia dos cristãos de Éfeso era impecável (Apocalipse 2.1-7):

Conheciam a verdade com tal precisão que eram capazes de identificar o erro como uma mosca na tigela de sopa a centenas de passos; não tinham medo de enfrentar os que se punham à frente no ministério para descobrir quem estava falando a verdade e quem estava fabricando uma mensagem apenas para promover-se; a resistência deles numa época de sofrimento não perdeu para nenhuma outra em toda a cristandade; quanto mais enfrentavam sofrimento, mais fortes se sentiam, e nunca se queixavam quando eram atacados; apesar de tudo isso, Jesus estava insatisfeito com eles por terem abandonado o primeiro amor.
É possível alguém concentrar-se de tal maneira no trabalho para Jesus que acabe perdendo de vista quem realmente ele é. A missão de Jesus era nos convidar para o amor, para a relação com Deus Pai descrita por ele.

MAS O QUE FIZEMOS?

Transformamos a mensagem fundamental de amor em uma instituição, em poder, em trabalho, em culpa, em conformismo e manipulação. Tudo isso soterrou o verdadeiro amor.

 Em Éfeso, a igreja estava formando falsos professores;
 Na Galácia, conseguiu que todos observassem os rituais do Antigo Testamento;
 Atualmente vem convencendo as pessoas a cooperarem com seus programas financeiros sem perceber quanto essas práticas as distanciam da vida com Deus.

A consequência disso é:
Crente entediados e desiludidos, repetindo gestos e rituais vazios da vida do Pai.

Questões levantadas
1. Onde perdemos o elo com o cristianismo primitivo?
2. Como viver hoje do jeito que Jesus ensinou?
3. Cristo sim, igreja não seria a alternativa?
4. E como separar emoção de fé? Experiência real com ilusão?

E ESSA EDUCAÇÃO CRISTÃ?
Por que será que 90% das crianças que se criam na escola bíblica dominical abandonam a congregação quando saem da casa dos pais?
 Seria em função dos pecados permitidos? Mentira, julgamento, fofoca...
 Pecados proibidos? Que geralmente estão relacionados a pecados sexuais.

O desafio da convivência cristã saudável

Criar ambiente capaz de permitir transparência onde não apenas os pecados aceitáveis são compartilhados, mas também os pecados cabeludos. Nesse ambiente não se vive em função de recompensas, mas comunhão com o altíssimo e seus filhos, nossos irmãos. Aqui, se caminha em direção a Deus e conseqüentemente para longe do pecado.

Após um período de convivência no seio da igreja, vem à tona o que cada pessoa tem de pior. Isso é igreja. Não se deve perder de vista que as pessoas são mais importantes que a instituição e os programas.

Os próximos e os distantes

Damos o nosso carinho apenas a quem atende aos nossos interesses e o negamos aos que não o fazem. Isso acaba não tendo absolutamente nada com Deus.


O problema da igreja

Mútua acomodação de necessidades individuais; todo mundo precisa de alguma coisa dela; alguns precisam liderar; outros precisam ser liderados; há quem deseje ensinar; outros se contentam em ser platéia; a igreja termina sendo um grupo de pessoas que precisa proteger seu próprio território.

Acontece com certa freqüência pessoas que transformam seus próprios pecados numa acusação contra os outros. QUANDO SE CAVA O PRÓPRIO BURACO É PRECISO JOGAR A TERRA EM ALGUÉM.

A busca por aprovação e reconhecimento tem tirado a autoridade da igreja nos dias atuais. Em nada se parece com a igreja do primeiro século, que alem de não ter reconhecimento das autoridades, era perseguida. É sempre possível e fácil freqüentar um culto tradicional, com seus cantos e rituais, e depois ir para casa, sem nunca ter que se abrir a respeito da própria vida e demonstrar interesse pela jornada de outras pessoas. O que se percebe freqüentemente é uma encenação bem planejada com pouquíssima ligação afetiva entre os fiéis.

*Erivaldo Alves é Pastor da Igreja Batista da Cohab e membro da Academia Cabense de Letras

Nenhum comentário:

Postar um comentário