sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A COR DA PELE



Antonino Oliveira Júnior

Tempos negros da ditadura,
Preto de raiva,
Tempo feio, escuro,
Negro como a fome,
Preto de alma branca...
Falas do preconceito,
Da injustiça,
Da hipocrisia...

Vejo a negra linda,
O grande dançarino negro,
O batuque dançante,
As lutas da liberdade,
A alegria, o amor, a vida...

África,
Mama África...

E eu, tão sem cor,
Olho estrelas que brilham
E que brilham porque o céu é negro.


*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras.

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