Antonino Oliveira JúniorTempos negros da ditadura,
Preto de raiva,
Tempo feio, escuro,
Negro como a fome,
Preto de alma branca...
Falas do preconceito,
Da injustiça,
Da hipocrisia...
Vejo a negra linda,
O grande dançarino negro,
O batuque dançante,
As lutas da liberdade,
A alegria, o amor, a vida...
África,
Mama África...
E eu, tão sem cor,
Olho estrelas que brilham
E que brilham porque o céu é negro.
*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras.
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