segunda-feira, 30 de agosto de 2010

NOSSO LAR



Antonino Oliveira Júnior*

A manhã do sábado, dia 28, tinha tudo para ser igual a outras, mas não foi. Naquela manhã fui assistir a pré-estréia do filme “NOSSO LAR”, uma produção bem cuidada do cinema brasileiro, sobre a obra do espírito de André Luiz, psicografada pelo medium Chico Xavier.

Ainda que tenha compactado demais o livro, é possível ver no filme o processo de continuação da vida após a morte e o quanto nossa passagem na Terra tem importância na continuação da existência. A experiência vivida e narrada por André Luiz brilha em nossos olhos e soa aos nossos ouvidos como um grande alerta aos que super dimensionam os bens, os títulos e as posições adquiridos ao longo de sua vida material. Fica muito claro, explícito, que ninguém chega em outra vida como doutor, marechal, reverendo, etc., mas, como alguém que teve a oportunidade de toda uma vida para progredir através da prática do amor.

Mesmo que tudo tenha sido tratado de forma, até certo ponto, superficial, o filme solta na platéia uma gota de evangelização, usando a estratégia da emoção para tratar de assuntos tão sérios, tão duros e tão incisivos, porém, não menos importantes para o crescimento espiritual. A grande mensagem é: plante agora, para colher depois da morte. Não importa a religião que você abraçou, até porque, todas pregam uma vida depois da morte, seja numa poltrona no lado direito de Jesus, seja na experiência de planos espirituais. Descontando-se, claro, os casos extremos de fanatismo.

NOSSO LAR é um filme que propaga o servir como prova de amor. A humildade como base desse servir, a renúncia como veículo de sua doação. A doação, enfim, como demonstração plena de um amor que faz desenvolver, que leva à evolução, que dignifica e justifica uma existência, um amor que aproxima de Deus.

A morte de André Luiz, seu período punitivo (mas, reflexivo) na região lamacenta, escura, árida, desesperadora, chamada umbral , seu resgate pelos espíritos de luz, a chegada à Colônia Nosso Lar, o aprendizado pela perda do status em sua vida terrena, o crescimento pela humildade, o brilho alcançado por ações de amor. A vida regular de uma Colônia Espiritual. E, ainda, breves, porém, importantes, lições de compromisso, retidão de atos, respeito às pessoas e, principalmente, à Lei Maior.

Tudo isso num filme, que nos diz, com arte e beleza, que a morte é apenas o sopro de um recomeço.

*Antonino Oliveira Júnior é membro da Igreja Batista da Cohab e da Academia Cabense de Letras.

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