quarta-feira, 21 de julho de 2010

A FLOR (do Nordeste para a Candelária)



(a uma menina de olhar tão infantil quanto ela mesma) – 1994

Antonino Oliveira Júnior

A avenida explodia
Na guerra dos homens
E o ar poluído
Ardia-me as entranhas.
Meio-dia de sol ardente
Sob o efeito estufa.
Vietnã, Golfo, Somália,
Nordeste, Carandiru, Candelária.

Em pleno momento agonizante
Germino e renasço
No teu olhar terno
E na pureza da flor que me ofertaste.

PS: Como imaginar que ao meio-dia, num engarrafamento de trânsito na Av. Agamenon Magalhães, uma menina de rua avançaria em minha direção para entregar uma flor?

*Antonino Oliveira Júnior é membro da Igreja Batista da Cohab e membro da Academia Cabense de Letras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário