segunda-feira, 5 de julho de 2010

AO PIRAPAMA



Zeca Plech

Ridentes margens, plácidas, amenas,
A recenderem tépida flagrância,
Éreis, no estio, não recreio, apenas;
Mas epicúreo Val, flórida estância.

Essas paisagens clássicas, helenas,
De virgínea, bucólica elegância,
Trazem-me à mente as mais risonhas cenas
De uma longínqua, farta e doce infância.

Encantamentos, flores, utopias...
Onde o banho lustral daqueles dias,
Em que brincava, ingênuo, em tuas águas?

Hoje, a usina – Locusta agindo às claras –
Tornou-as negras, pútridas, amaras,
Como as do curso vil das minhas mágoas.

*Zeca Plech é um dos Patronos da Academia Cabense de Letras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário