segunda-feira, 24 de maio de 2010

SEJAMOS POSTOS DE VACINAÇÃO



A VACINA
Antonino Oliveira Júnior

O país vive um momento histórico, com a aprovação, por unanimidade, do Projeto FICHA LIMPA, que proíbe a candidatura de políticos condenados por roubo, corrupção ou outro crime contra a sociedade. Não resta dúvida de que estamos vendo algo marcante, ainda que tenhamos que nos deparar com o “jeitinho” que a Câmara dos Deputados tentou dar, agindo de forma que o processo andasse lentamente, ao ponto de não deixar poder valer para a eleição deste ano. Aprovado no Senado, segue para o Presidente Lula sancionar (ou não). E nós sabemos no que vai dar tudo isso, quando estiver em prática. E eles, os que estão em Brasília, no Congresso Nacional, também o sabem. E todos sabem que isso vai respingar nas Assembléias Legislativas, nos Governos de Estados, nas Prefeituras e Câmaras de Vereadores, ainda que saibamos que não concordemos com aquele pensamento de que “todos os políticos são iguais”. Existem, claro, os que são decentes, os que têm compromisso com o povo, eleitores seus ou não. Precisamos, ainda, destacar a atuação de entidades como a OAB, a CNBB, etc., que se dedicaram no recolhimento de assinaturas que exercem pressão sobre o Congresso Nacional, mandando para lá quase dois milhões de assinaturas de brasileiros que exigem a moralização da política no país, o fim da impunidade para os que têm mandato, a retirada dos reconhecidamente desonestos e que só enojam a todos os que não concordam com essa prática deplorável de roubar o bem público.

O “Ficha Limpa” pode ser um remédio para curar o mal que esses políticos fazem ao país, porém, entendemos e todos sabem, que vacinar é prevenir, é evitar que a doença chegue. As Igrejas, de todos os credos, a OAB, o Rotary, a Maçonaria, os Grêmios estudantis, os Sindicatos, etc., poderão ser transformados em Postos de Vacinação contra maus políticos, orientando e esclarecendo a população quanto ao perigo de se eleger candidatos viciados na compra de votos. Independente do “Ficha Limpa”, façamos a nossa parte, mostrando que aquele que compra votos, seja de forma direta ou através dos conhecidos “cabos eleitorais”, estarão, inevitavelmente, usando o mandato para retirar de volta o que gastaram na campanha. É a lei do mercado.

No momento em que o país homenageia Joaquim Nabuco, aproveitemos os meses que antecedem as eleições, para discutir com a população um de seus mais importantes pensamentos: “Acabar a escravidão não nos basta; é preciso destruir a obra da escravidão”. É chegada a hora de lutarmos pela libertação do povo, arrancando-o das mãos poderosas e nefastas do que chegam ao Poder Político para saquear o patrimônio que a população construiu e mantém com o suor de seu trabalho e o pagamento de seus impostos.

É tempo de vacinar a todos, a partir dos 16 anos.

*Antonino Oliveira Júnior é membro da Igreja Batista da Cohab e da Academia Cabense de Letras.

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