terça-feira, 18 de maio de 2010
QUANDO LIBERDADE?
Vera Rocha
Vendido qual cereal, para quem?
Interroga alguém.
Este é meu, não abro mão
E começa a via crucis.
Trabalho duro,
Direitos nenhum...
Chicotes nas costas a malhar
Cresce a revolta e a angústia.
E um dia a rebeldia chega
A fuga é a solução.
Noite escura tal qual pele e alma
Tolhido pelo capataz, liberdade sumia
Ali estendido, corpo retalhado pelo chicote
Vi com os olhos d`alma
Que agora era liberta
Da matéria grosseira em que vivia.
Voltaria pela misericórdia Divina
A palmilhar esta esfera.
Agora, pele branca e Senhor,
Mas outra vez escravo. Quem diria!
Não mais o chicote, não mais as correntes
Não mais a submissão, liberdade aparente,
Escravo hoje de si mesmo, de suas imperfeições
Escravo! Por que não?
Acaso não é o homem escravo:
Do poder, do vício, do dinheiro
Do egoísmo, da vaidade?
Quando liberdade?
*Vera Rocha é professora da Rede Municipal de Ensino e membro da Academia Cabense de Letras.
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Profundo e reflexivo poema...Quando liberdade se o ser não busca liberta-se a si mesmo? Se não se solta as amarras internas que o levam a viver na amargura, não se livra dos acorrentamentos da mente viciosa e condicionada?
ResponderExcluirMuito apropriado o poema aos dias atuais de clamores e lamentos...um beijo Vera Rocha...poetisa da liberdade!!!