quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
UM ARTISTA PLURAL
Lula Côrtes
Lula Côrtes é único na força de suas canções, de suas poesias e de suas telas. Poeta, compositor e artista plástico, além de músico, é o que pode chamar de artista plural. Dono de uma visão pouco convencional do que seja o belo, é, na verdade, um artista que tudo tinha para ser mais um xodó das elites, no entanto, cheira a povo, porque transpira humildade e exercita diariamente uma profunda proximidade com a cultura popular. Roqueiro clássico, no sentido de primar pela qualidade, produz arte e cultura de forma contumaz. Como homenagem do Blog, postamos duas de suas belas canções:
A Força da canção
Lula Côrtes
Não deixe que o mundo malvado destrua
A força da sua mais nova canção
Que o monstro sedento lhe oprima e lhe assuste
Em seu desajuste, lhe roube a emoção
Não deixe que a dura visão do abandono
Lhe torne tão louco como um cão sem dono
Vagando na rua sem ser de ninguém
Que os galhos profundos dos golpes da vida
Lhe tomem, se tornem eternas feridas
De uma força maior que lhe afaste do bem
Porque a maldade, meu bem na verdade
É o puro retrato da realidade
Dos homens mais fracos que perdem a partida
Mais pelo contrário, reúna-se aos seus
Quando e se puder faça as pazes com Deus
Talvez uma luz lhe indique a saída.
Versos perversos
Lula Côrtes
Meus versos são frutos perversos
E que não brotam do nada
Ao contrário dessa coisa tão falada
Da inspiração que vem do espaço etéreo
Eu contestando esse argumento antigo
Digo acordado e assim sonhando, estigo
Versos são frutos com sabores sérios
Insônia, solidão, ou descontentamento
Versos são quase como um testamento
Deixados por homens sombrios
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