segunda-feira, 19 de outubro de 2009

CONTRARIANDO O POETA

CONTRARIANDO O POETA
Antonino Oliveira Júnior

Espera,
Logo vou ultrapassar essa estrada,
Cuja bruma densa
Deixa opaca a retina dos meus olhos...
Sei que devo encontrar-te
E será logo, Mas não serei breve;
Espera,
Meu coração camaleônico
Toma agora uma forma única,
Estagnado na cor que reflete
O negro dos teus olhos,
O calafrio emotivo de tua pele,
A maciez rósea dos teus seios,
O mistério do teu ventre acolhedor;
Espera,
Vou entregar-me cegamente
Como quem voa um vôo sem descida,
E, uma vez em teus braços,
Gritarei para o mundo
Meu discordar do poeta,
O meu brado de entrega:
Que este amor que me incendeia
E me aquieta o coração
Não seja infinito enquanto dure,
Mas, que dure por ser ele infinito.


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