2009 está chegando ao fim e neste momento as mensagens de Feliz Ano Novo cruzam os ceus e todas as ondas do Brasil. Nem sempre são mensagens verdadeiramente do coração, mas, uma simples e rotineira conveção social, ou, em outras palavras, um costume das pessoas. Mas existem, claro, aquelas que brotam do fundo do coração, desejando, na realidade que as pessoas possam viver dias melhores no ano que se aproxima. São votos, na sua maioria, de prosperidade, de saúde, de paz, de sucesso profissional, de mais sorte no amor. São votos, mil votos.
Não sou diferente de ninguém, e aproveito o espaço de meu blog, no dia de hoje, para desejar aos leitores, amigos e colaboradores um ano diferente em 2010. Não somente o desejo da properidade material, visto que, esta é consequência e secundária, mas, que o novo ano chegue trazendo a esperança, principalmente, de mudança interior, de paz dentro de cada um, para que possamos ter condições de pensar em mudar as outras pessoas e o mundo.
Entendemos que, uma vez conseguindo a paz interior, tão difícil em tempos de egoismo, da necessidade do "primeiro eu", estaremos dando um norme passo para a conquista da paz coletiva.
Que tenhamos todos, então, em 2010, essa condição para buscarmos a paz para todos, a partir da paz dentro de cada um de nós. FELIZ 2010 PARA TODOS!
PS: VOLTAMOS A ATUALIZAR O BLOG NO SÁBADO, DIA 2 DE JANEIRO.
ANTONINO OLIVEIRA JÚNIOR
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
O PEIXE

PATATIVA DO ASSARÉ
Tendo por berço
o lago cristalino,
folga o peixe
a nadar todo inocente.
Medo ou receio
do porvir não sente,
pois vive incauto
do fatal destino.
Se na ponta de
um fio longo e fino
a isca avista,
ferra-a inconsciente,
ficando o pobre
peixe de repente,
preso ao anzol
do pescador ladino.
O camponês também
do nosso Estado,
ante a campanha eleitoral:
Coitado.
Daquele peixe tem
a mesma sorte.
Antes do pleito:
festa, riso e gosto.
Depois do pleito:
imposto e mais imposto…
Pobre matuto do
Sertão do Norte.
AS FLÔ DE PUXINANÃ

ZÉ DA LUZ
AS FLÔ DE PUXINANÃ
(Paródia de As "Flô de Gerematáia" de Napoleão Menezes)
Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.
A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.
A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.
Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.
A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.
Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.
Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.
Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!
AMÔ SEM PRECONCEITU
Jairo Lima
Os zóios atucaiaram pela brecha da janela
Logo cabuetei pra meus enxeridos desejos
Mai que deusa era aquela mocinha banguela
Coisa que só num cinema que vejo?
Abestalhou-me as idéia no quengo
Ai que sirigaita da figa bendita
Daria um carro-de-boi pelo seu dengo
E a fulô do maracujá mai bunita
Fi de quenga cheirosa empriguitada
Laiga essa coisa de muié da vida
Vem de um vagueiro sê namorada
Não ligo pra fuxico de boca mardita
Nem gaiato me separa d’uma amada
que o distino disse onde tava escondida
Os zóios atucaiaram pela brecha da janela
Logo cabuetei pra meus enxeridos desejos
Mai que deusa era aquela mocinha banguela
Coisa que só num cinema que vejo?
Abestalhou-me as idéia no quengo
Ai que sirigaita da figa bendita
Daria um carro-de-boi pelo seu dengo
E a fulô do maracujá mai bunita
Fi de quenga cheirosa empriguitada
Laiga essa coisa de muié da vida
Vem de um vagueiro sê namorada
Não ligo pra fuxico de boca mardita
Nem gaiato me separa d’uma amada
que o distino disse onde tava escondida
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
VENDAVAL DE SOLIDÃO
Jeová Morais
Afeia-se o tempo
e esta bruma qur não para,
penso em ti a cada segundo...
Há um constraste mirabolante
com o momento que sinto agora.
Sei que alhures você está.
Há uma mistura incessante no ar,
do teu bálsamo com os austros.
Essa essência tão íntima
das noites que passávamos juntos,
neste lugar, aglutinados ficávamos,
como um só corpo.
Afeia-se novamente o tempo
e eu aqui tão só.
Afeia-se o tempo
e esta bruma qur não para,
penso em ti a cada segundo...
Há um constraste mirabolante
com o momento que sinto agora.
Sei que alhures você está.
Há uma mistura incessante no ar,
do teu bálsamo com os austros.
Essa essência tão íntima
das noites que passávamos juntos,
neste lugar, aglutinados ficávamos,
como um só corpo.
Afeia-se novamente o tempo
e eu aqui tão só.
O MOMENTO ANSIADO
Ronaldo Menezes
Surge no pensamento, num crescente,
espraia-se no ser, qual hera venenosa,
de perfume sutil, semelhante a rosa
inebriando-nos a alma, docemente.
Nas horas noturnas, o vulto assustador
tira-nos o sono, resseca-nos a boca,
ensopa-nos de suor a ânsia louca,
fazendo-nos delirar em êxtase e dor.
Contamos as horas, os minutos, um segundo,
queremos parar, até, o próprio mundo,
esperançosos pelo momento ansiado.
No entanto, às vezes amargurados,
vemos os sonhos, vãos, todos frustrados,
pelo momento, jamais concretizado...
Surge no pensamento, num crescente,
espraia-se no ser, qual hera venenosa,
de perfume sutil, semelhante a rosa
inebriando-nos a alma, docemente.
Nas horas noturnas, o vulto assustador
tira-nos o sono, resseca-nos a boca,
ensopa-nos de suor a ânsia louca,
fazendo-nos delirar em êxtase e dor.
Contamos as horas, os minutos, um segundo,
queremos parar, até, o próprio mundo,
esperançosos pelo momento ansiado.
No entanto, às vezes amargurados,
vemos os sonhos, vãos, todos frustrados,
pelo momento, jamais concretizado...
MENSAGEIRA DAS VIOLETAS
Antonino Oliveira Júnior
(para Florbela Espanca)
Ó, construtora de versos e rimas,
Flor bela que espalha lirismo
E espanca meu ser com poesias,
Conquista-me
Com a força das tuas palavras,
Envolve-me com teus mistérios
E desbrava os sertões
Dos tempos que me separam de ti.
Estendo mãos e corações para além-mar,
Na espera inconseqüente
De encontrar-te em ventos, em chuva,
Em raios que doiram tua imagem,
Para alcançar-te, quem sabe,
Na esperança vã de te impedir o gesto
Que te levou como corpo
E te deixou em forma de versos...
E não és, sequer, a razão do meu viver...
Ó construtora de versos e rimas,
Flor bela que espalha lirismo
E espanca meu ser com poesias!
(para Florbela Espanca)
Ó, construtora de versos e rimas,
Flor bela que espalha lirismo
E espanca meu ser com poesias,
Conquista-me
Com a força das tuas palavras,
Envolve-me com teus mistérios
E desbrava os sertões
Dos tempos que me separam de ti.
Estendo mãos e corações para além-mar,
Na espera inconseqüente
De encontrar-te em ventos, em chuva,
Em raios que doiram tua imagem,
Para alcançar-te, quem sabe,
Na esperança vã de te impedir o gesto
Que te levou como corpo
E te deixou em forma de versos...
E não és, sequer, a razão do meu viver...
Ó construtora de versos e rimas,
Flor bela que espalha lirismo
E espanca meu ser com poesias!
"SÃO LUIZ REABRE AS PORTAS"


Aconteceu ontem a reabertura oficial do Cinema São Luiz, com a exibição, só para convidados, do filme pernambucano BAILE PERFUMADO. A entrega ao grande público acontece no dia 12 de janeiro, para sua programação normal e diária. A recuperação do tradicional cinema recifense foi uma iniciativa do Governo do Estado, através da Fundarpe. A Sala de exibição foi totalmente modernizada, apesar de manter a arquitetura original, inclusive com maquinário moderno e poltronas para obesos e espaço para cadeirantes.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
FLORBELA ESPANCA

Anseios
Florbela Espanca
Meu doido coração aonde vais,
No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade;
Meu pobre coração olha que cais!
Deixa-te estar quietinho! Não amais
A doce quietação da soledade?
Tuas lindas quirneras irreais,
Não valem o prazer duma saudade!
Tu chamas ao meu seio, negra prisão!
Ai, vê lá bem, ó doido coração,
Não te deslumbres o brilho do luar!...
Não 'stendas tuas asas para o longe..
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela,a soluçar...
J.G. de ARAÚJO JORGE (lembram dele?)

Noturno nº 2
J.G. de Araújo Jorge
Estás no pensamento,
fixa, presa,
como a estrela no céu
como a nudez da beleza
sob um véu...
Estás no pensamento,
como a espuma na vaga...
Em vão o vai e vem do mar:
ela nunca apaga...
Estás no pensamento
como , na estória, o tema;
como a palavra, no poema;
como o sopro, no vento;
como a música no instrumento;
como o marulho no rio;
como a chama no pavio;
ou o pêndulo, no movimento...
Estás no meu pensamento
como a tatuagem na epiderme;
como a forma na escultura;
como o ritmo no "ballet"...
Como no espírito inerme
a amargura
ou a fé...
Estás no meu pensamento
como o som
na corda distendida;
como, na bússola, o Norte;
como a esperança, na vida;
como na Vida
a Morte!
OS VERSOS QUE TE DOU
J.G. de Araújo Jorge
Ouve estes versos que te dou, eu
os fiz hoje que sinto o coração contente
enquanto teu amor for meu somente,
eu farei versos...e serei feliz...
E hei de fazê-los pela vida afora,
versos de sonho e de amor, e hei depois
relembrar o passado de nós dois...
esse passado que começa agora...
Estes versos repletos de ternura são
versos meus, mas que são teus, também...
Sozinha, hás de escutá-los sem ninguém que
possa perturbar vossa ventura...
Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia mais tarde, revive-los nas
lembranças que a vida não desfez...
E ao lê-los...com saudade em tua dor...
hás de rever, chorando, o nosso amor,
hás de lembrar, também, de quem os fez...
Se nesse tempo eu já tiver partido e
outros versos quiseres, teu pedido deixa
ao lado da cruz para onde eu vou...
Quando lá novamente, então tu fores,
pode colher do chão todas as flores, pois
são os versos de amor que ainda te dou.
(Poema de JG de Araújo Jorge
do livro "Meu Céu Interior" – 1934)
Vladimir Maiakóvski

DEDUÇÃO
Vladimir Maiakóvski
Não acabarão nunca com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.
Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que haja falta de amor. (Vladimir Maiakóvski)
sábado, 26 de dezembro de 2009
TRIBUTO AOS POETAS QUE SE FORAM

foto: Marcelo Ferreira - Ag. Luzes
PAULO CULTURA
PAULO ALEXANDRE DA SILVA, conhecido como Paulo Cultura, foi funcionário público, da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, desempenhando suas funções profissionais numa área nada literária, a Secretaria Municipal de Finanças. Fora do trabalho, teve uma intensa vida cultural na cidade, fazendo parte da geração GRECUEC na década de 70, freqüentou o Grêmio Literário Cabense, onde chegou a fazer parte de uma das últimas diretorias da entidade e, já na década de 80, participou dos alternativos literários SO(L) DE VERSOS e PARA NÃO NOS ESQUECERMOS. Lançou um livro de poesias, intitulado AINDA BATEM NOSSOS CORAÇÕES. Vitimado por uma doença degenerativa, lutou bravamente, como em tudo que fez na vida, até não mais resistir e , enfim, venceu a doença e partiu. Deixou-nos fisicamente e ficou em forma de versos. Dentro do propósito do TRIBUTO AOS POETAS QUE SE FORAM, abrimos aos leitores uma janela para o universo literário de Paulo, o Cultura.
VOSSAS EXCELÊNCIAS
Paulo Alexandre da Silva (Paulo Cultura)
Cidadãos que se tratam de Vossas Excelências
Mas vivem se agredindo entre si
Respeitem o povo e o que o povo lhes deu
Se rasguem, se mordam, se matem entre si
Porém não deixem que suas brigas
Saiam dos bastidores sujos
Desse circo sujo
O homem comum
O humilde trabalhador
Nada tem haver com a ganância e egocentrismo
De vossas Excelências
Vossas Excelências que pertencem ao partido da opressão
Do egoísmo e da traição
Nunca mais apareçam nas praças da minha cidade
Para pedir voto ao povo
Isto porque: Vossas Excelências nem povo merecem ser
O povo tem memória
E da próxima vez
Vossas Excelências serão
Vossas Excelências nas casas das Vossas Excelências.
FELICIDADEPaulo Alexandre da Silva (Paulo Cultura)
Felicidade é nós nos olharmos com ternura
Sem nos importarmos com a amargura
Que a cidade nos traz
E depois do olhar:
Nós dois que estamos em eterno "cio"
Sentirmos o cheiro do amor
Mesmo que este - como disse o poeta:
Seja infinito enquanto durar!
E como disse o profeta:
Devemos atender o chamamento do Amor!
Dê-me as suas mãos,
Pouco importa a extensão do infinito desse amor;
E que em nossos caminhos
Existam pedras e espinhos
Ou sejam agrestes escalpados.
Porém, na profundíssima penetração
Daquilo que eu tenho que mais gostas
Naquilo que tu tens que mais gosto.
É na chegada do clímax,
Do gozo maior,
"Estrelas mudam de lugar, chegam mais perto só pra ver"...
Felicidade é isso aí e nada mais.
AINDA BATEM NOSSOS CORAÇÕES
Ao Livrório/Opus Zero
Paulo Alexandre da Silva (Paulo Cultura)
E todos os ch/c/oros
Pararam de /en/cantar
Porque todas as vozes ficaram emudecidas?
E emudecidos choramos
Ao desencanto de nossos cânticos de liberdade.
Diáspora!
Diáspora!
E juntos ficamos sem coral
Sem pátria e partido
Sem amigos
Sem filhos
Sem pai, mãe, esposa e marido.
E minha dialética de poeta
Fez dizer-te tudo que "não sabia".
E previ o teu, o nosso futuro através de poesias.
Escrevi para que os /c/egos (sem Braille) lessem
Cantei poemas com um coral de "mudos"
Para que todos os "surdos" ouvissem.
Contigo, agora nessa multidão de "mudos"
"Cegos" e "surdos"
Caminhando e cantando verde e amarelo...
Por que não vens, vamos embora
Esperar não é saber?
Vivo, vives...
Apesar deles
Ainda batem nossos corações.
VIDA DE CÃO
Paulo Alexandre da Silva (Paulo Cultura)
Hoje eu sou um simples cão que não sabe ladrir
Pelo simples fato de nunca ter ladrido.
Deixei que todas as carruagens passassem por mim
Apenas olhei-as com um olhar terno
De um cão que nunca soube ladrir.
Também nunca fui um cão morto!
Talvez por jamais ter sido um cão,
E sim, apenas um homem,
Um homem que via as carruagens passarem
Cheias de cães ladridores.
Por que nessa terra miserável
O homem que mora entre filas-brasileiros
Sente a inevitável necessidade de ser um vira-latas
Que nunca andou de carruagens?
Haviam carruagens de todas as cores
Porém, os filas preferiam as carruagens pretas
Por serem mais cômodas e menos dispendiosas
Para suas sacolas.
Mas os que estavam nas filas, os vira-latas
Preferiam as coloridas
Que apesar de serem bem maiores
Eram muito mais dispendiosas para os bolsos dos viras
Apesar dos pesares,
Às vezes os filas se juntavam
Aos pastores-alemães,
Aos pequenezes e outros...
E ladravam, e eram aqueles ladravazes.
Ladravam para melhorar as carruagens coloridas dos viras
E as carruagens de todas as cores
Continuavam a passar...
E nós por que nunca ladramos?
Já não podemos ladrar mais.
POETA VIDA
Paulo Alexandre da Silva (Paulo Cultura)
N as estradas da vida a poesia
A nteviu no presente o futuro
T ranslúcidas luzes da inspiração
A menizadas dores do passado
N asceram sonhos, nunca dantes sonhados
A ntes de ser, teria sido
E ste jovem
L ivre nasceu poeta.
J untemos, portanto, nossas vozes, poeta vida
U nidos na lira pela paz fraternal
N ossos cânticos num grito universal
I remos até o fim, num sonho louco, mas bonito
O uviremos a voz de Deus
R egressaremos guiados por essa voz ao infinito.
"Amanhã estaremos mudos e mais nada"
SANTA MARIA DE LA CONSOLACION
Paulo Alexandre da Silva
Natureza que me seduz
Desvirginada que fostes por homens arredios
Sangras no presente
Mas vejo-te como no passado
Vejo-te nua e beijo a tua existência porque és inviolável
Na tua beleza secular
Que Pinzón pisou
E te chamou
De Santa Maria de la Consolacion.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
SOBRE O NATAL
Hoje o nosso Blog publica dois artigos bem distintos acerca do Natal, porém, os dois dão ênfase ao sentido distorcido que é imposto ao povo. A mídia transformou o nascimento de Jesus num grande negócio de papai noel.
Espero que todos tenham um Natal que seja prenúncio ou confirmação de harmonia no lar e nas relações entre as pessoas, expressando, verdadeiramente, o sentido do Natal que comemora o aniversário de Jesus.
Hoje estamos dando uma parada nas atualizações do Blog, mas estaremos de volta no dia 26/12, sábado, com o Trbuto aos poetas que se foram, homenageando Paulo Cultura.
E SE JESUS FOSSE UMA MENTIRA?
Antonino Oliveira Júnior
O Natal deste ano é o menos cristão de todos os tempos. A mídia vicia os ouvidos e faz a mente trabalhar na contra-mão dos sentimentos, levando o povo a adorar um pai falso, desagregador, excludente, esquecendo por completo do verdadeiro sentido das comemorações natalinas. Os meios de comunicação, contando com a omissão dos seguimentos religiosos, conseguiram colocar o nascimento de Jesus em segundo plano, impondo, de forma selvagem, a cultura do consumismo e da submissão ao personagem papai Noel, uma figura criada nos estúdios norte-americanos e espalhado pelo mundo, com o objetivo de viciar as pessoas na obrigação do “dar presentes”. E ainda fazem a campanha da compensação, da doação de presentes para os necessitados, já que o papai tão endeusado por eles não gosta de dar presentes para as crianças muito pobres. Seria até ridículo, se não fosse tão vergonhoso. Seria até cômico, se não fosse tão trágico. Mas, fazer o que? É a serviço disso que a comunicação está, uma vez que ela sobrevive do patrocínio dos que têm o lucro como a prioridade das prioridades.
Como leio jornais, ouço rádio e vejo TV diariamente, não consigo sentir raiva da mídia por agir assim, mas, confesso, estou profundamente entristecido por ver artigos escritos por lideranças religiosas publicados em jornais, programas de rádio e de TV, verdadeiros espetáculos apresentados por Pastores, Padres, Espíritas e, no entanto, até agora, 21:50 horas do dia 21 de dezembro de 2009, não vi nenhuma dessas lideranças/comunicadoras contestar essa inversão de valores que acontece no Natal, em especial, neste Natal. Ninguém lembra do aniversário de Jesus. Nem eles, os líderes religiosos, a quem cabe o papel principal de combater essa avalanche de exaltação ao consumismo, procurando tirar o povo dessa dependência tão ou quase tão degradante quanto o uso do crack (sem exageros).
Ninguém se contrapõe ao império da comunicação, que transforma mentiras em verdades, que desarticula as pobres cabeças dependentes de um consumismo selvagem pelos aliciadores da comunicação. Fosse Jesus uma mentira, eles já o teriam tirado de circulação. Não conseguem isso porque Jesus não é um mito, mas, uma verdade que se materializa nos sentimentos mais nobres, que não abandona Seus irmãos, ainda que estes esqueçam até de seu aniversário.
Padres, Pastores, lideranças religiosas outras, reajam, usem seus caros e importantes horários na mídia e lembrem ao povo, que no dia 24 de dezembro se comemora o aniversário de Jesus e que Ele é o responsável pela esperança que ainda persiste e resiste dentro de nós, de que um dia o amor vencerá e o bem consolidará o seu triunfo contra o mal.
Jesus, eu não esqueci o seu aniversário. Parabéns!
*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras
...PORQUE É NATAL DOUGLAS MENEZES
Porque é Natal o Espírito de Deus-menino vaga sobre a face da Terra. Dorme inquieta a criança Divina. Não tem sonhos leves, mas pesadelo a sacudi-lo qual vítima de convulsão contínua. Luz da lua embaçada, céu de chumbo. E porque é Natal. E como Ele é a verdade, a dor não passa escondida. Para que ocultar o consumismo hipócrita, mal disfarçado na multidão anestesiada, sonâmbula, num humanismo apenas de superfície? Amar somente as compras, realizar o sonho de ter o objeto desejado. Estrelas que cruzam o céu tão fugidias quanto os olhares que não encaram outros olhos, pois a gente não quer mostrar a alma.
Aqui, a cordialidade brasileira tão decantada é apenas um sopro de memória. A violência atesta isto. Os brasileiros matam-se todos os dias, todas as horas, na selvagem guerra civil que não admitimos existir. O medo nas ruas e lares deixa de ser exceção. É institucionalizado. Choca a fotografia, mas é comum: crianças brincam, indiferentes, juntas a um corpo sem vida.
E porque é Natal, desviam-se os donativos que seriam destinados às vítimas das enchentes em Santa Catarina. O cinismo não respeita o nascimento do menino Maior. País sem compaixão. Claro, nem todos. Nuvens carregadas agitam a Criança. Você não vale mais pelo seu caráter: o empresário emergente impõe seu nome através do dinheiro que acumula, tão-somente. As páginas policiais expõem aqueles que não deveriam estar ali.
E porque é Natal, a esperteza aumenta. Se a roupa tem que ser nova, novo será o preço, alimentando a avareza de quem já tem demais. O ingênuo não vencerá nunca, sendo bom e puro. Um sol que nasce apenas para poucos.
Dilui-se a crença num mundo melhor. A voz rouca de uma massa sem rumo é só um sussurro que os ouvidos moucos de quem manda teimam em não ouvir.
Deus renasce no filho, morto todos os dias nas vielas imundas. Jesus assassinado desde menino.. Desde adolescente. Desde jovem. Ele está no lixo do recém-nascido jogado assim, coisa que talvez, um dia, seria gente. Pois resolvemos sacrificar os meninos, como anunciando o prematuro final da humanidade. E porque é Natal.
Assim, ao som de uma valsa triste, Deus-Criança chora, porque a gente não honra a condição de criatura que um dia, cheio de amor, ternura e carinho, Seu Pai muito amado Criou.
*Douglas Menezes é membro da Academia Cabense de Letras.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
UM FELIZ NATAL PARA TODOS
Desejo a todos os nossos leitores, colaboradores e amigos, um Natal no seu sentido mais original, longe dos apelos comerciais e da massificação da mídia, e o mais perto possível de Jesus, verdadeiro sentido do Natal.
Que os nossos corações absorvam as mensagens contidas no Evangelho de Jesus e que possamos ser Seus aliados na luta constante por um mundo de paz, de harmonia e de muito amor entre todos.
Lembremo-nos todos que o Natal é a comemoração do nascimento de Jesus e tenhamos, verdadeiramente, um Feliz Natal.
Antonino Oliveira Júnior
Que os nossos corações absorvam as mensagens contidas no Evangelho de Jesus e que possamos ser Seus aliados na luta constante por um mundo de paz, de harmonia e de muito amor entre todos.
Lembremo-nos todos que o Natal é a comemoração do nascimento de Jesus e tenhamos, verdadeiramente, um Feliz Natal.
Antonino Oliveira Júnior
PAI NOEL
Jairo Lima
(Para o amigo Antonino Oliveira Júnior, motivador desta reflexão)
Pai Noel que não estás no céu,
Inventado, fruto és de ingratos poucos nomes.
Abaixo venha o teu reino
Seja desfeita essa maldade
A enganar criançinhas. Oh, coisa cruel.
Deus, o Pai Nosso de cada dia,
Que perdoa as nossas ofensas,
Desculpe se ainda não alcançamos,
Entender o teu filho tão querido.
Verdadeiro motivo de comemoração,
Nesta noite encantada de Natal.
Amém
*Jairo Lima é membro da Academia Cabense de Letras
(Para o amigo Antonino Oliveira Júnior, motivador desta reflexão)
Pai Noel que não estás no céu,
Inventado, fruto és de ingratos poucos nomes.
Abaixo venha o teu reino
Seja desfeita essa maldade
A enganar criançinhas. Oh, coisa cruel.
Deus, o Pai Nosso de cada dia,
Que perdoa as nossas ofensas,
Desculpe se ainda não alcançamos,
Entender o teu filho tão querido.
Verdadeiro motivo de comemoração,
Nesta noite encantada de Natal.
Amém
*Jairo Lima é membro da Academia Cabense de Letras
O NATAL
Antonino Oliveira Júnior
(a Douglas Menezes, por sua visão cristã)
É NATAL !
Compra
Compra
Compra
Come
Come
Come
Bebe
Bebe
Bebe
Compra
Compra
Compra...
E JESUS?
*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras
(a Douglas Menezes, por sua visão cristã)
É NATAL !
Compra
Compra
Compra
Come
Come
Come
Bebe
Bebe
Bebe
Compra
Compra
Compra...
E JESUS?
*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras
É NATAL!
Natanael Lima Jr
(aos queridos confrades da ACL)
Renova-te
Pois é chegado o Natal.
Em cada lar a alegria se irradia
O irmão abraça o irmão numa contagiante harmonia
As estrelas brilham
A excelsitude do Natal de Jesus.
É Natal!
Tempo de renovação e amor.
Recolhes do coração as chagas de sofrimento
E caminhas sempre adiante
Em direção ao sol em vagas de perfumes.
É Natal!
Perseveras na luta
Em favor dos mais humildes
Dos oprimidos e dos injustiçados.
Caminhas também com eles pelas ruas
E clamas ao mundo mais justiça e união.
Renova-te
Pois o milagre do Natal está entre nós
E chama-se AMOR.
*Natanael Jr é membro da Academia Cabense de Letras
(aos queridos confrades da ACL)
Renova-te
Pois é chegado o Natal.
Em cada lar a alegria se irradia
O irmão abraça o irmão numa contagiante harmonia
As estrelas brilham
A excelsitude do Natal de Jesus.
É Natal!
Tempo de renovação e amor.
Recolhes do coração as chagas de sofrimento
E caminhas sempre adiante
Em direção ao sol em vagas de perfumes.
É Natal!
Perseveras na luta
Em favor dos mais humildes
Dos oprimidos e dos injustiçados.
Caminhas também com eles pelas ruas
E clamas ao mundo mais justiça e união.
Renova-te
Pois o milagre do Natal está entre nós
E chama-se AMOR.
*Natanael Jr é membro da Academia Cabense de Letras
PAPAI FANTASIA E PAPAI BÓIA FRIA
Paulo Alexandre da Silva (Paulo Cultura)
É Natal!
Sou criança pobre e favelada
Não preciso nem dizer que passo fome
Sou suja, desnutrida, barriguda e maltratada.
Esta noite que pasou eu tive um sonho,
Sonhei com um velho de longas barbas brancas
Que carregava um grande saco sobre as costas
Talvez cheio de bonitos presentes.
Então, perguntei a mim mesmo: será Papai Noel?
E gritei, ei Papai Noel! dê-me um presente!
E ele respondeu: NÃO!
Crianças pobres não ganham presentes!
Só se um dia seu pai se tornar rico e "decente".
Mas acordei, foi apenas um sonho;
Voltei à realidade
E tentei esquecer o velho Papai Fantasia.
Porque naquele instante
Sentado ao meu lado, na cama
Estava o meu jovem Papai Bóia Fria.
*Paulo Cultura é um dos Patronos da Academia Cabense de Letras.
É Natal!
Sou criança pobre e favelada
Não preciso nem dizer que passo fome
Sou suja, desnutrida, barriguda e maltratada.
Esta noite que pasou eu tive um sonho,
Sonhei com um velho de longas barbas brancas
Que carregava um grande saco sobre as costas
Talvez cheio de bonitos presentes.
Então, perguntei a mim mesmo: será Papai Noel?
E gritei, ei Papai Noel! dê-me um presente!
E ele respondeu: NÃO!
Crianças pobres não ganham presentes!
Só se um dia seu pai se tornar rico e "decente".
Mas acordei, foi apenas um sonho;
Voltei à realidade
E tentei esquecer o velho Papai Fantasia.
Porque naquele instante
Sentado ao meu lado, na cama
Estava o meu jovem Papai Bóia Fria.
*Paulo Cultura é um dos Patronos da Academia Cabense de Letras.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
MODELO É HOMENAGEADA
Emanuela de Paula
Modelo Internacional
Acontece amanhã a homenagem que a Câmara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho presta à modelo internacional, EMANUELA DE PAULA, que nasceu nesta cidade e é filha do radialista Ely José, o Batata. A homenagem acontece no Plenário da Câmara de Vereadores, às 19 horas de amanhã, 22 de dezembro de 2009. Emanuel de Paula reside em Nova York, EUA.
COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ

Antonino Oliveira Júnior*
A minha paixão por você é coisa antiga. Desde pequeno. Cresci com essa paixão alimentando esse amor dentro do coração. Muitas vezes, viajei e meus olhos se encantaram com mais diversos tipos de beleza. E cheguei a ser infiel, por alguns momentos. Mas foram apenas aqueles momentos de fraqueza humana
De volta, já perto de você, o amor antigo, sincero, definitivo, sempre reacendeu, preservando nossa história de amor. Uma história conturbada, eu sei, mas, de amor, do mais puro amor. Doía muito e ainda dói, quando alguém machuca você. Às vezes eu gostaria de ser um cara possessivo, daqueles que transformam amor em propriedade individual e intransferível, para que você só tivesse olhos para mim e que só eu pudesse curtir você, ao adormecer e despertar.
Mas, ao contrário, sempre fui muito liberal e nada egoísta, ao ponto de aceitar você ser cortejada, tocada e usada por tanta gente que nem lhe merecia. E quantas brigas tivemos! Como sofri esses anos todos, alimentando o ciúme que senti, todas as vezes em que em que davas ouvido e atenção a quem se aproximava de você apenas para usar e jogar fora.
Mas também tivemos muitas alegrias juntos. No segredo de nossos encontros, de nossa intimidade afetiva, soubemos curtir como ninguém essa paixão. Em cada banco de praça, em cada rua estreita, em cada beco ladeiroso, em cada momento de sua história, o nosso amor se fez presente. Velha, mal tratada e vilipendiada, você olha triste para mim, como quem pede socorro e chora. E eu choro com você. Sinto raiva de quem lhe magoa e queria abraçar você todinha, colocar no meu colo e dizer baixinho ao seu ouvido:
-Ah! Minha cidade, como é grande o meu amor por você!
*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras.
O AMOR
SOMBRA, SOMENTE.

Douglas Menezes
Não. Aqui o tempo não vai parar nunca. As sombras e as chagas permanecem expostas no interior. O apagar do tempo, a idéia deles. Mas no pensamento penso eu. E aí, suas armas são inúteis. A reflexão sobrevive ao suplício físico, mesmo sendo doloroso também o acordar, o recriar aquilo que a alma deveria sepultar para sempre.
Embotada muitas vezes, a mente. Difícil o raciocínio. Nervos desgovernados, alucinações que tornam o pensar algo penoso e caótico. Todavia, revolver é preciso, ser conciso, rápido, papel difícil, luz nenhuma, quase. Passos ouvidos, se aproximam, se afastam. A pressão constante que atinge meses. Seguro, com sofreguidão, o fio tênue do pensamento. Agora ou nunca. Estar vivo daqui a pouco, duvido. Bater mais, nem precisam, questão de momento.
Então, o retorno é feito, segundos, minutos, horas, dias, dias, meses, anos. Impossível precisar o momento certo. Identificar o necessário, apenas isso, para que o juízo se torne leve e amenize a dor dessa consciência quase insana, débil como cabeça de criança.
Os olhos fixos no papel amarelado. Nele, a sombra ganha contorno. E devagar, distingo o sorriso dela, que me parece se destacar do restante da sombra.. É claro, o riso, é clara a pele já visível. Jeito de menina travessa a bailar sem música. Toda a vez assim, quando tudo saia a contento. Tempos escuros aqueles, mas ela clareava a vida, e vislumbrava o dia, mesmo na noite mais escura.
Confusão total, cérebro ocluso, remorso irreversível, dor maior, alma fraca que desde cedo traz o estigma do medo e da angústia sem sentido. Lama, meu ser agora, verme pior, existir não pode. Logo ela, meu Deus.
Preciso, no entanto, retomar os fatos, recolher pedaços de acontecimentos, pôr em evidência de novo, um passado mais que presente. Um passado que expressa a ruína a que me acho relegado.
De novo as palavras ganham vida. No papel amarelo dançam como se quisessem agredir-me. Embaçada a vista, tonta a cabeça, e ela que me achou estranho naquele dia. Estranho dia, aquele. Dia do fracasso maior. Nublado o tempo. Escuro quase, mesmo sendo manhã. Sua voz franca, direta. Explicando, detalhando a ação que jamais aconteceria. Didática, ela. Inteligente, ela, companheiros atentos: apenas eu nervoso. Já a marca da atitude sórdida. Um fraco, nenhum respeito à mulher que amava. Ela notou meu embaraço, mãos geladas, tensos os nervos. Tardio o arrependimento. Duas da tarde a ação. Tarde demais, pensei. Ação nenhuma. Só daí, a pouco, a cena. Inútil tentar justificar o ato. Inútil a existência, agora. Que apodreça aqui, pois sou igual a esse a ar fétido, nascido morto deveria ter.
Treme o papel amarelo. Treme as mãos, no relembrar a vergonha, a indignidade em forma de gente. Notou meu embaraço, ela. E, ainda na conversa, chegou-se a mim. Bem perto ela, gostoso seu hálito. Descansaram um pouco, os companheiros. Chegou-se a mim, consciente. Intuição perfeita. Lâmina seus olhos, ultrapassando essa alma doente. Intuição perfeita: por que, Carlos? Por quê? Os olhos, os meus, circulavam atônitos. Por que, Carlos? Embrulhado, o estômago, vomitar, necessário. Paralisado. Era minha mãe, olhar severo.: você, Carlos. Você, Carlos, sempre mente. Seu irmão, Carlos, você o acusou injustamente, um homem não age assim. Um homem, não.Mas o que sou eu? O que sou eu, além desse poço imundo que envergonha a condição humana?
E tempo não houve. Afastada a mãe, mal teve tempo ela, última censura pronunciar não pôde, pois bafejava a morte, que chegou rápida, competente. Eles, os companheiros, caídos. Ela caindo, devagar, altiva até mesmo no instante final. Bonita, ela longos os cabelos que cobriam o seu rosto, longa a noite instalada em minha vida.
Mãos que me arrastavam. Mãos que me trouxeram aqui para esse caos que não termina, para essa vontade de desintegrar-me, de pôr termo à agonia, que, passando pelo sacrifício dela, definitivamente alojou-se em mim, um ser tão-somente sombra. Pálida sombra da covardia.
*Douglas Menezes é membro da Academia Cabense de Letras
sábado, 19 de dezembro de 2009
TRIBUTO AOS POETAS QUE SE FORAM
GABRIEL DOURADO
Nasceu na Cidade do Cabo. Era formado em Odontologia, foi casado e pai de cinco filhos. Teve intensa vida intelectual e foi um dos fundadores do Grêmio Literário Cabense, entidade que marcou época na cidade e, pode-se dizer, foi o embrião da Academia Cabense de Letras. Escreveu poemas e sonetos importantes e teve em UM CANTO EM SURDINA o seu mais famoso trabalho literário. Como das outras vezes, estamos oferecendo aos nossos leitores a oportunidade de conhecer de perto um dos grandes poetas e intelectuais do passado de nossa cidade.
UM CANTO EM SURDINA
Gabriel Dourado
Cidade de minha infância,
Dos meus sonhos de rapaz,
Dos meus primeiros amores
-dize-me agora,
Aonde vais?
Cidade quase sem ruas,
Apertadinhas demais,
Cidade das boemias,
Dos verdes canaviais
(como aquelas...nunca mais!)
Terra do meu romantismo,
Dos engenhos patriarcais,
Do São João de seu Zumba,
Das loas de Inácio Pais,
Das glosas de Mergulhão,
Chico Taboca e Caju,
De seu “Vigário sem crôa”,
Dos coqueiros de Gaibu.
Cidade das serenatas,
Das cantigas ao luar,
Cidade de tanta história
Sem nenhuma prá contar...
Cidade da minha infância,
Dos verdes canaviais
-Minha cidade querida,
Dize-me agora,
Aonde vais?
MEU CAMBUCÁ
Gabriel Dourado
Eu não sonho palácios agressivos,
De colunatas de oiro
De repuxos multicores,
De frisos cintilantes
E mármores nervosos,
Nem grandeza loira de moeda esterlinas,
Nem a glória de ser grande pela vida!
Quero ser simples,
Vivo imaginando uma vida interior,
Uma existência calma,
Despreocupadamente assim,
Numa casinha,
Toda bonitinha,
Toda caiadinha,
Onde existam palmeiras no terreiro
E verbenas florindo no jardim.
Eu quero, meu amor,
Para o futuro,
Ver-te assim
Como um cambucá maduro,
Aromado e saboroso,
Bem pertinho de mim...
1939
DEZ ANOS DEPOIS
Gabriel Dourado
Vem! Dá-me a tua mão. Vamos andar
Por estas alamedas inclinadas.
Ah! Como é bom a gente recordar
Enternecido, as emoções passadas.
Aqui, repara, andamos de mãos dadas,
Tranqüilos, pensativos a sonhar.
Que saudade das nossas caminhadas,
Do teu lenço, de longe, a me acenar...
Rosas, boninas, musgos, trepadeiras,
O mesmo quadro antigo, benfasejo,
A ponte, um rio de altas ribanceiras.
Fecho os olhos, relembro a tua fala,
“a carícia emotiva do teu beijo”,
Teu vestido de renda, cor de opala...
1949
ROMANTISMO
Gabriel Dourado
Num tranqüilo subúrbio da cidade,
Floriu nossa casinha iluminada,
Casa de gente cheia de humildade,
Onde pões tua graça, Flor amada!
Por dentro vivem tuas mãos de fada
Na ternura das coisas. Sem vaidade,
Vais me dando estes cantos de alvorada,
Em vinte anos de angélica bondade.
A casa fica bem numa travessa,
Entre árvores e flores, e mais essa
Harmonia por todos nós sonhada.
Cantando andei por todo esse caminho,
Vivi meu sonho e não vivi sozinho,
Segui teus passos, sem querer mais nada.
1959
Nasceu na Cidade do Cabo. Era formado em Odontologia, foi casado e pai de cinco filhos. Teve intensa vida intelectual e foi um dos fundadores do Grêmio Literário Cabense, entidade que marcou época na cidade e, pode-se dizer, foi o embrião da Academia Cabense de Letras. Escreveu poemas e sonetos importantes e teve em UM CANTO EM SURDINA o seu mais famoso trabalho literário. Como das outras vezes, estamos oferecendo aos nossos leitores a oportunidade de conhecer de perto um dos grandes poetas e intelectuais do passado de nossa cidade.
UM CANTO EM SURDINA
Gabriel Dourado
Cidade de minha infância,
Dos meus sonhos de rapaz,
Dos meus primeiros amores
-dize-me agora,
Aonde vais?
Cidade quase sem ruas,
Apertadinhas demais,
Cidade das boemias,
Dos verdes canaviais
(como aquelas...nunca mais!)
Terra do meu romantismo,
Dos engenhos patriarcais,
Do São João de seu Zumba,
Das loas de Inácio Pais,
Das glosas de Mergulhão,
Chico Taboca e Caju,
De seu “Vigário sem crôa”,
Dos coqueiros de Gaibu.
Cidade das serenatas,
Das cantigas ao luar,
Cidade de tanta história
Sem nenhuma prá contar...
Cidade da minha infância,
Dos verdes canaviais
-Minha cidade querida,
Dize-me agora,
Aonde vais?
MEU CAMBUCÁ
Gabriel Dourado
Eu não sonho palácios agressivos,
De colunatas de oiro
De repuxos multicores,
De frisos cintilantes
E mármores nervosos,
Nem grandeza loira de moeda esterlinas,
Nem a glória de ser grande pela vida!
Quero ser simples,
Vivo imaginando uma vida interior,
Uma existência calma,
Despreocupadamente assim,
Numa casinha,
Toda bonitinha,
Toda caiadinha,
Onde existam palmeiras no terreiro
E verbenas florindo no jardim.
Eu quero, meu amor,
Para o futuro,
Ver-te assim
Como um cambucá maduro,
Aromado e saboroso,
Bem pertinho de mim...
1939
DEZ ANOS DEPOIS
Gabriel Dourado
Vem! Dá-me a tua mão. Vamos andar
Por estas alamedas inclinadas.
Ah! Como é bom a gente recordar
Enternecido, as emoções passadas.
Aqui, repara, andamos de mãos dadas,
Tranqüilos, pensativos a sonhar.
Que saudade das nossas caminhadas,
Do teu lenço, de longe, a me acenar...
Rosas, boninas, musgos, trepadeiras,
O mesmo quadro antigo, benfasejo,
A ponte, um rio de altas ribanceiras.
Fecho os olhos, relembro a tua fala,
“a carícia emotiva do teu beijo”,
Teu vestido de renda, cor de opala...
1949
ROMANTISMO
Gabriel Dourado
Num tranqüilo subúrbio da cidade,
Floriu nossa casinha iluminada,
Casa de gente cheia de humildade,
Onde pões tua graça, Flor amada!
Por dentro vivem tuas mãos de fada
Na ternura das coisas. Sem vaidade,
Vais me dando estes cantos de alvorada,
Em vinte anos de angélica bondade.
A casa fica bem numa travessa,
Entre árvores e flores, e mais essa
Harmonia por todos nós sonhada.
Cantando andei por todo esse caminho,
Vivi meu sonho e não vivi sozinho,
Segui teus passos, sem querer mais nada.
1959
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
RETRATOS: UM CONTRAPONTO AO PRECONCEITO

Excelente o trabalho do jornalista Rafael Negrão no encerramento de seu curso de Jornalismo. Ele produziu e dirigiu, junto com o também concluinte Leo Tabosa, um documentário, em DVD, mostrando a vida de seis travestis que travam batalhas diárias para viver longe da prostituição e da marginalização. Pobres ou ricos, são travestis que fazem do seu dia-a-dia um contraponto ao preconceito da sociedade, longe do estilo costumeiro dos profissionais do sexo. O vídeo de Rafael Negrão e Leo Tabosa mostra, acima de tudo, pessoas, trabalhadores, cidadãos, gente.
O trabalho foi apresentado ontem, dia 17, às 19 horas, para uma exigente banca examinadora e, ainda não estando presente, tivemos informação que o video foi um sucesso e recebeu a merecida nota 10. Além de Rafael Negrão, o jornalismo pernambucano está ganhando também um indiscutível talento, através de Aline Vieira Costa, que conclui seu curso este ano.
BENEDITO CUNHA MELO – POESIA SELETA

Lançamento do Livro, organizado por Alberto da Cunha Melo e prefácio do PE. Reginaldo Veloso. Acontece hoje (18/12/09, a partir das 19:30 horas, na Rua Desembargador Henrique Capitulino, 65 (antiga Cadeia Pública do Município), em Jaboatão dos Guararapes.
No evento haverá a Cantata Natalina pelos Meninos do Oratório Dom Bosco.
É uma promoção do Instituto Histórico de Jaboatão dos Guararapes.
CONFRATERNIZAÇÃO DOS ACADÊMICOS
Academia Cabense de Letras
Será neste sábado, dia 19, a confraternização dos membros da Academia Cabense de Letras, a partir das 19 horas, no Restaurante A Chácara, na Vila Social, com direito a “amigo secreto”. Em breve, este Blog divulgará o planejamento da Academia Cabense de Letras para o ano de 2010, que inclui, dentre outras ações, a aquisição da Sede própria, a criação de uma Biblioteca de qualidade, o lançamento de uma Coletânea e um projeto que levará a literatura às comunidades dos diversos bairros e distritos.
OFICINAS DO JANEIRO DE GRANDES ESPETÁCULOS

Rômulo Avelar foto: Guto Muniz
O Avesso da Cena – Oficina de Produção e Gestão Cultural (Romulo Avelar/MG)
De 13 a 16, das 14 às 18h, no Sesc de Santo Amaro. Vagas: 30. A oficina é voltada para artistas, estudantes e profissionais de produção e gestão cultural, com ênfase no setor das artes cênicas. Vagas: 30.
O objetivo é transmitir informações e conhecimentos fundamentais à realização de projetos e à gestão de grupos teatrais e entidades culturais, incluindo as relações dos produtores e gestores culturais com os artistas, o Poder Público, a iniciativa privada e o público. Visa provocar reflexões sobre os processos de produção e gestão e contribuir para a racionalização de procedimentos, em busca de resultados mais efetivos e uma maior qualidade nas ações desenvolvidas, incluindo regras fundamentais para abordagem das empresas em busca de patrocínio, além da reflexão sobre a manutenção e a sustentabilidade de grupos e espaços culturais.
Romulo Avelar é administrador, produtor e gestor cultural, responsável pela produção e direção de diversos espetáculos musicais. Estudou na Escola de Produção Cultural da Fundição Progresso (RJ) e, na área pública, atuou como Assessor Especial da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais. Nos últimos anos, tem ministrado cursos nas áreas de produção, planejamento e gestão cultural pelo Brasil. Atualmente trabalha como Assessor de Planejamento do Grupo Galpão e do Grupo do Beco (MG). Lançou recentemente o livro “O Avesso da Cena: Notas Sobre Produção e Gestão Cultural”, que terá um lançamento no Recife, dentro do XVI Janeiro de Grandes Espetáculos.
Iniciação à Interpretação (José Pimentel)
Para estreantes nas artes cênicas, a partir dos 14 anos. Vagas: 30. De 11 a 15 e de 18 a 22, das 14 às 17h, no Teatro Armazém (Bairro do Recife), com apresentação de conclusão no último dia, às 19h.
Serão abordados elementos da história do teatro no mundo, exercícios de desinibição e improvisação, técnica vocal, expressão corporal e dublagem, além da encenação de pequenos textos dramáticos ou cômicos.
José Pimentel é ator, diretor, dramaturgo, iluminador, professor e jornalista. Em seu extenso curriculum na direção, constam montagens grandiosas ao ar livre, como a Paixão de Cristo do Recife – em 2010, ele comemora 33 anos no papel de Jesus Cristo, um recorde absoluto no Brasil: o ator que há mais tempo vive a mesma personagem no teatro –, Paixão de Cristo da Nova Jerusalém, O Calvário de Frei Caneca, Jesus e o Natal e Batalha dos Guararapes, além de encenações de sucesso para o palco à italiana, como Calígula, Foi Bom, Meu Bem?, Besame Mucho, A Aurora da Minha Vida e O Boca de Ouro.
Taller de Creación – Oficina de Criação em Dança Contemporânea (Asier Zabaleta/Espanha)
De 15 a 18, de 10 às 14h, na sala de dança do Teatro de Santa Isabel. Vagas: 20. Para bailarinos e atores com alguma experiência de trabalho corporal. O objetivo é experimentar, através de improvisações, “não só corpos, mas o indivíduo, o sujeito social que transporta ao terreno cênico – com ferramentas como o olhar e a palavra – sua bagagem, sua cultura e seus ideais”.
O intérprete-criador Asier Zabaleta nasceu em Ezkio (País Vasco). Desde 1994 integra as companhias Arteszana, Adeshoras, Companhia de Vicente Sáenz, Hojarasca, Q-ro y cia. y Mascarada. De 1999 até 2004 fez parte da companhia suíça, Alias, estabelecida em Genebra, com a qual tem participado na criação de obras de dança-teatro e vários projetos paralelos como filmes, exposições e improvisações públicas. Como intérprete e coreógrafo, destaque para “DANADA” (1998), ”Belaki efektua” (1999), ”EGO” (2003), vencedora do primeiro prêmio de solos do festival 10MASDANZA, de Gran Canaria, “EGO-tik” (2004 – que será visto no XVI Janeiro de Grandes Espetáculos), “Babia” (2005), “LOOK”, “Pa Qué Tocas” (2006) e “Interperie” (2007), entre outros. Em abril deste ano, veio ao Brasil pela primeira vez.
Maiores informações: Leidson Ferraz 3222 0025 / 9292 1316 ou na APACEPE 3082 2830.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
MÁRIO QUINTANA - Poemas e Frases

“Tenta Esquecer-me”
Tenta esquecer-me… Ser lembrado é como evocar
Um fantasma… Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, um rio que vai fluindo…
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Me recamarei de estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se…
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir… é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho…
Deixa-me fluir, passar, cantar…
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!
“Os Retratos”
Os antigos retratos de parede
Não conseguem ficar longo tempo abstratos.
Às vezes os seus olhos te fixam, obstinados
Porque eles nunca se desumanizam de todo
Jamais te voltes pra trás de repente.
Não, não olhes agora!
O remédio é cantares cantigas loucas e sem fim…
Sem fim e sem sentido…
Dessas que a gente inventava
enganar a solidão dos caminhos sem lua.
“Canção Para Uma Valsa Lenta”
Minha vida não foi um romance…
Nunca tive até hoje um segredo.
Se me amar, não digas, que morro
De surpresa… de encanto… de medo…
Minha vida não foi um romance
Minha vida passou por passar
Se não amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar.
Minha vida não foi um romance…
Pobre vida… passou sem enredo…
Glória a ti que me enches de vida
De surpresa, de encanto, de medo!
Minha vida não foi um romance…
Ai de mim… Já se ia acabar
FRASES DE MÁRIO QUINTANA
DO AMOROSO ESQUECIMENTO
“Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?”
“A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda”.
AS INDAGAÇÕES“A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas”.
DA FELICIDADE
“Quantas vezes a gente,em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão,por toda parte,os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!”
“A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!”
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
PODRE PODER

Jairo Lima
O vil incenso do poder,
A mais impregnar nas mãos,
Embriaga qualquer razão.
Apodrece a essência do ser.
O tornando outro ladrão,
Já enxergando de antemão,
Mais oportunidade de ter.
Julgando satisfação,
Na esperteza e na sensação,
De que não há melhor viver.
Mas lamenta o coração,
No silêncio do caixão,
Quão foi triste o conviver.
*Jairo Lima é membro da Academia Cabense de Letras
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