Tive febre. O médico, após examinar-me, pediu que a chamássemos com urgencia. Eu precisava de minha querida mãe preta.
Ela se chama Augusta. Agitada e simpática. Hoje caminha sentindo o peso dos anos. Sinto nela, no entanto, o portento da reencarnação, dos amores que se vestem de colorido diferente mas que são os mesmos amores. Nos chamamos, às vezes, de "tiririca", o mato que corta. Noto o quanto seus olhos brilham ao me ver. Vejo o quanto se sente orgulhosa quando chego em sua humilde casa e almoço. E me leva até a rua quando me despeço, feliz, mostrando às pessoas de sua vizinhança o quanto eu não a esqueci. E quanto a amo.
As lágrimas brotam quando escrevo sobre ela. São lágrimas de gratidão e sincera ternura. Minha mãe preta. É preta mesmo, nada de afrodescendente. Isso perde a poesia e a intimidade. Suas mãos parecem se iluminar ao fazer a comida deliciosa. Diz ela que sabe o que eu e meus irmãos gostamos. E agora sabe tambem o que gostam minhas filhas. Minha eterna mãe preta Augusta, um grande amor, que vale um lindo romance.
*Frederico Menezes é da Academia Cabense de Letras.
Comentário: Fred, não contive as lágrimas ao ler sua declaração de amor pela nossa babá. Todos os outros irmãos chorarão também, tenho certeza. (Antonino Oliveira Júnior)
*Frederico Menezes é da Academia Cabense de Letras.
Comentário: Fred, não contive as lágrimas ao ler sua declaração de amor pela nossa babá. Todos os outros irmãos chorarão também, tenho certeza. (Antonino Oliveira Júnior)
Grande homenagem a essa figura maravilhosa,que é Augusta. De fato emocionante.
ResponderExcluirQuando encontrarem Augusta digam que eu mandei um beijo e tam bém não a esqueço. Fez parte das nossas vidas.
ResponderExcluirEu não soube postar minha foto aqui com o fez o Jairo.Depois aprendo.
Um abraço a tlodos da família e aos velhos e queridos amigos cabenses, que há tanto tempo não vejo.
Roberto Menezes