terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

LÁGRIMAS SEM COR


(a Neguinho da Beija-Flor, em seu momento de dor)

Vi o negro de perto
no navio negreiro,
sua dor, suas lágrimas;
vi o negro de perto
nos grilhões dos engenhos,
seu tormento, suas lágrimas;
vi o negro de perto
na vida,
carregando nos ombros os pesos
em preto e em branco.

Negros
da bola, do gol, do samba,
do canto presente,
negro Presidente...
vi o negro
que canta beijos,
que beija a gente,
que beija a flor...
vi o negro cantando, encantando,
vi o negro chorando...
vi suas lágrimas, como as minhas,
pura emoção...
lágrimas, só lágrimas...
do coração,
lágrima incolor.

*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras.

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