sábado, 6 de fevereiro de 2010

EU PIVETE



Jeová Morais

Pelas ruas sem destino,
ao relento estou atento,
a deliquência me chama,
sou pivete menino.
Trombo aqui e levo algo,
sou trombado e sou levado,
não conheço o amor.
Fui gerado por acaso,
não tenho nome e nem registro,
sou largado e mal-educado,
sou pivete, magistrado,
sou pivete, magistrado.
Não sei ler, nem escrever,
só o mal conheço ao meu lado,
roubo, mato e sou surrado,
sou pivete abandonado.
Se mostrar-me o caminho,
talvez ainda haja tempo,
para ser famoso e respeitado
tirando-me do ninho das antas,
ainda tenho esperança,
de não ser pivete abandonado.

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