segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ELES SE FORAM, MAS CONTINUAM ENTRE NÓS

Hoje prestamos homenagem a três gênios da música: Luiz Gonzaga, John Lennon e Noel Rosa. Todos marcaram sua passagem neste mundo pregando uma vida de amor, usando como instrumento a inspiração que trouxeram consigo. Luiz Gonzaga foi o embaixador do nordeste quando foi lutar pela vida no sudeste, sempre mantendo acesa a sua identidade cultural e enquanto houver uma sanfona, um zabumba e um triângulo, todo mundo lembrará do Rei do Baião. Noel, boêmio de Vila Isabel (RJ) morreu prematuramente, aos 26 anos de idade, com diversas complicações provocadas por uma saúde naturalmente debilitada e um quadro agravado pelas extravagâncias das noites cariocas, como muito cigarro e bebida. Lennon, assassinado em frente ao prédio onde morava, após ter dado de presente ao mundo uma pérola universal chamada "Imagine", onde prega uma vida de igualdade e de paz entre todos. Um mundo sem países, sem religiões, sem motivos para matar ou morrer. Um pacificador por excelência. Como homenagem especial a Lennon, publicamos um poema de Douglas Menezes, construído no dia do assassinato do Beatle, em 10 de dezembro de 1980. O que estamos fazendo aqui, eu sei, é muito pouco, mas, fica o registro do reconhecimento pessoal e do quanto nos faz falta a genialidade de cada um deles.

TRIBUTO A JOHN LENNON



Douglas Menezes*

Veio o primeiro espocar do raio
e o amor cambaleou surpreso,
no segundo a paz agonizou,
tristonha, com o destino que não lhe teve .
Ele então encarou o diabo,
Deu marcha à como um carro.
fitou o espaço com seu olhar bonito
interrogou: por que vieram a mi?
Desarmado em suas cordas
nada pôde ( fa)zer...
mais cinco vomitadas do mal
e o sonho de uma década se desfez.
nunca que o sol brilhasse mais ao seu lado,
nem aqui, nem fora.
Quando enfim a multidão, há pouco fora de si,
acordou para a vida,
teve a certeza de haver morrido uma chama...
agora, uma esperança a menos.

10 -12 -1980
Publicado no Jornal A HORA DO POVO (RJ)

*Douglas Menezes é membro da Academia Cabense de Letras

LUIZ GONZAGA - O EMBAIXADOR DO NORDESTE



A LETRA I
Luiz Gonzaga

Vai cartinha fechada
Não deixa ninguém te abrir
Aquela casa caiada
Onde mora a letra i
Existe uma cacimba
Do rio que o verão secou
Meus óio chorou tanta mágoa
Que hoje sem água
Me responde a dor

Vai cartinha fechada
Não deixa ninguém te abrir
Aquela casa caiada
Onde mora a letra i
Existe uma cacimba
Do rio que o verão secou
Meus óio chorou tanta mágoa
Que hoje sem água
Me responde a dor

Vai, diz que o amor
Fumega no meu coração
Tal qual a fogueira
Das noites de são João
Que eu sofro por viver sem ela
Tando longe dela
Só sei reclamar
Eu vivo como um passarinho
Que longe do ninho
Só pensa em voltar

HÁ TRINTA ANOS, O DESAMOR MATOU LENNON, O GÊNIO QUE COMPÔS "IMAGINE"



IMAGINE
John Lennon
(Tradução)

Imagine que não há paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje

Imagine não existir países
Não é difícil de fazê-lo
Nada pelo que matar ou morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia
você se junte a nós
E o mundo, então, será como um só

Imagine não existir posses
Me pergunto se você consegue
Sem necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade de homens
Imagine todas as pessoas
Compartilhando todo o mundo

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo, então, será como um só

*John Lennon foi um dos integrantes da Banda The Beatles.

HÁ CEM ANOS, NASCIA O GENIAL NOEL ROSA



Três Apitos
Noel Rosa

Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você
Mas você anda
Sem dúvida bem zangada
Ou está interessada
Em fingir que não me vê
Você que atende ao apito de uma chaminé de barro
Porque não atende ao grito
Tão aflito
Da buzina do meu carro
Você no inverno
Sem meias vai pro trabalho
Não faz fé no agasalho
Nem no frio você crê
Mas você é mesmo artigo que não se imita
Quando a fábrica apita
Faz reclame de você
Nos meus olhos você lê
Que eu sofro cruelmente
Com ciúmes do gerente
Impertinente
Que dá ordens a você
Sou do sereno poeta muito soturno
Vou virar guarda-noturno
E você sabe porque
Mas você não sabe
Que enquanto você faz pano
Faço junto ao piano
Estes versos pra você

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

DIALÉTICA


Vinicius de Moraes

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ANO NOVO!?


Antonino Oliveira Júnior

Durante 364 dias eu sofro.
Tento tirar
a trave que me cobre os olhos,
a mordaça que não me deixa falar,
as algemas que me prendem os braços,
as cordas que não me deixam mexer.

No último dia,
mil abraços, sorrisos, feliicitações,
esperanças diversas.
E no primeiro do próximo,
colocam a trave, a mordaça, as algemas, as cordas
e eu sofro,
esperando que chegue
um novo 31 de Dezembro.

*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras.

1º ENCONTRO DOS BACAMARTEIROS DE PERNAMBUCO



Integrantes do Ponto de Cultura Bacamarte: tiro de paz

1º ENCONTRO ESTADUAL DOS BACAMARTEIROS DE PERNAMBUCO
Acontecerá no município de Flores, no dia 11 de dezembro, a partir das 08 horas o 1º Encontro Estadual dos Bacamarteiros de Pernambuco, onde reunirá várias lideranças bacamarteiras para discutir o momento atual vivido pela centenária manifestação cultural de nosso povo.
O Encontro é organizado pela Fundação Ambiental Pedro Daniel e coordenado pelo Dr. Nelson Tadeu, membro da União Brasileira de Municípios.

Na parte da manhã acontecerão as seguintes paletras:
Painel 01 - A Cultura viva dos Bacamarteiros de Pernambuco
Palestrante: Prof. Ivan Marinho (presidente da SOBAC);

Painel 02- Políticas públicas de investimento para a cultura municipal, estadual e fedral das tradições nordestinas dos bacamarteiros.
Palestrante: Diógenes Antônio Gomes;

Painel 03- Os entraves da legislação atual para a cultura dos bacamarteiros.
Palestrante: Nelson Tadeu Daniel;

Painel 04- A aplicação e fiscalização da legislação atual pelo Exército Brasileiro.
Palestrante: 2º tenente Humberto Teixeira.

Na parte da tarde se discutirá o estatuto para criação da Federação Pernambucana de Bacamarte.

RECITAL DE NATAL


Belani Teófilo (mezzo-Soprano)

Recital de Natal do Madrigal Marlos Nobre, apresentando duas obras do compositor Italiano Antonio Vivaldi (Veneza, 04/03/1678 - Viena, 28/07/1741) para coro e solistas, em Recital de Natal, dia 13 de dezembro, às 20 horas, na Igreja Nossa Senhora da Piedade, com a participação da nossa Solista Belani Teófilo.

Repertório:

Magnificat RV 610

Magnificat (coro)
Et Exultavit (solo)
Quia Respexit (solo)
Quia Fecit (solo)
Et Misericordia (coro)
Fecit Potentian (coro)
Deposuit Potentes (coro)
Esurientes (solo)
Suscepit Israel (coro)
Sicut Locutus (solo)
Gloria (coro)

Solistas: Natalina Chikushi (soprano)
Patrícia Maria (soprano)
Ivan Ferreira (tenor)
Mônica Muniz (mezzo-soprano)

Gloria RV 589

Gloria in Excelsis Deo (coro)
Et in Terra Pax Hominibus (coro)
Laudamus te (dueto)
Gratias Agimus Tibi (coro)
Propter Magnam Gloriam (coro)
Domine Deus (solo)
Domine Fili Unigenite (coro)
Domine Deus, Agnus Dei (solista e coro)
Qui Tollis Peccata Mundi (coro)
Qui Sedes Ad Dexteram Patris (solo)
Quoniam Tu Solus Sanctus (coro)
Cum Sancto Spiritu (coro)

Solistas: Patrícia Maria (soprano)
Natalina Chikushi (soprano)
Belani Teófilo (mezzo-soprano)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

COCO DE PONTEZINHA NO CENTRO DE CONVENÇÕES




Acontece hoje, a partir das 14 horas, mais uma grande apresentação do Coco de Pontezinha, que estará balançando a platéia no Centro de Convenções.

O líder do grupo de Coco-de-roda, João de Goitá, é um dos expoentes da cultura popular do Cabo de Santo Agostinho, lutando diuturnamente pela preservação da manifestação culturaç da comunidade de Pontezinha, onde reside.

MOCASPE HOMENAGEIA EDNILSON OLIVEIRA



Março de 2011 será palco de mais uma edição da MOCASPE (Mostra Cabense de Sketes e Poesias encenadas)um dos mais importantes laboratórios de arte cênica de Pernambuco, revelando atores, dramaturgos e técnicos para o exercício do Teatro e da Dança.

Como acontece todos os anos, a MOCASPE homenageia sempre alguma personalidade ligada ao Teatro. Em 2011 o homenageado será o ator, diretor e produtor EDNILSON OLIVEIRA, uma das maiores expressões da arte cênica pernambucana e um das lideranças do GRUDAGE, grupo teatral cabense com 25 anos de estrada, responsável, dentre outros sucessos, pela criativa Carroça do Encantado.

Edilson Oliveira é casado com a artista plástica e atriz Síntia Alves.

AS MENTIRAS QUE OS HOMENS CONTAM



Luis Fernando Veríssimo

A ALIANÇA

Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro.

Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências… Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.

— Você não sabe o que me aconteceu!
— O quê?
— Uma coisa incrível.
— O quê?
— Contando ninguém acredita.
— Conta!
— Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?
— Não.
— Olhe.

E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.

— O que aconteceu?

E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.

— Que coisa – diria a mulher, calmamente.
— Não é difícil de acreditar?
— Não. É perfeitamente possível.
— Pois é. Eu…
— SEU CRETINO!
— Meu bem…
— Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.
— Mas, meu bem…
— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!
E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E, finalmente:
— Que fim levou a sua aliança? E ele disse:
— Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-senso, a venceriam.
— O mais importante é que você não mentiu pra mim.

E foi tratar do jantar.

(Do livro “As mentiras que os homens contam)
Luiz Fernando Verissimo

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

HOMENAGEM A SOLANO TRINDADE




Começa nesta quarta-feira, dia 8 e segue até o dia 12, domingo, o 2º Festival Solano Trindade de Poesia Afro-brasileira. O evento acontece na Praia de Barra de Jangada, próximo à imagem de Iemanjá.

Será um grande sarau, com a presença de diversos poetas de todas as regiões, segundo informações da Secretaria de Cultura de Jaboatão dos Guararapes, que promove o Festival.

SOU NEGRO
Solano Trindade

Sou negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh`alma recebeu o batismo dos tambores
atabaques, gongôs e agogôs

Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço
plantaram cana pro senhor de engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu

Depois meu avô brigou como um danado
nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso

Mesmo vovó
não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou

Na minh`alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação

AOS QUE PENSAM QUE O PODER É ETERNO




APESAR DE VOCÊ
Chico Buarque

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão
(Coro) Apesar de você
amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de "desinventar"
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
(Coro2) Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa
Apesar de você
(Coro3) Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você
(Coro4) Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá??

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

"ESPERANTO" NO ENCERRAMENTO DO SEXTA DE LETRAS 2010


ZAMENHOF o grande nome do Esperanto.

A Academia Cabense de Letras promove hoje, a partir das 19 horas, na Câmara de Vereadores, a última edição de 2010 de seu projeto SEXTA DE LETRAS. A palestra de hoje é sobre o Esperanto, a língua opcional para o mundo, o idioma da convergência, e a palestrante é a professora, poetisa e acadêmica Vera Rocha.

Na oportunidade, a Academia Cbense de Letras prestará homenagem a Ronaldo Menezes e Nelson Almeida, pioneiros no aprendizado e desenvolvimentop do Esperanto no Cabo de Santo Agostinho.

FESTIVAL DE TEATRO DE RUA EM RECIFE



Com início no próximo sábado, 8º Festival de Teatro de Rua do Recife conta com atrações de seis estados brasileiros e um convidado da Argentina

A partir deste sábado, Recife é a trincheira cultural para que artistas do teatro de rua do Brasil e da Argentina possam exibir sua arte, discutindo-a entre os seus e tentando aprimorá-la. Em meio a muitas dificuldades, começa o 8º Festival de Teatro de Rua do Recife, que acontece até o dia 12 de dezembro, numa importante ação do Movimento de Teatro Popular de Pernambuco (MTP/PE). Estamos aqui tratando do verdadeiro teatro de rua, orgânico e vivenciado por grupos que assumiram esta linguagem por inteiro. Além da presença de seis companhias teatrais do Recife e Olinda, e do Pastoril do Velho Dengoso, participam desta edição convidados do Rio Grande do Sul, Ceará, Rio Grande do Norte, São Paulo, Paraíba e Argentina. O evento comporta também rodas de diálogo, intervenção artística na praia de Gaibú (Cabo de Santo Agostinho), ensaio aberto, vivências e homenagem a dois ícones do movimento de teatro de rua no Brasil, o mineiro Amir Haddad, fundador do grupo Tá na Rua! (RJ), e o potiguar Junio Santos, fundador do Movimento Popular Escambo Livre de Rua, que reúne integrantes do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará, e diretor do grupo CERVANTES do Brasil. O 8º Festival de Teatro de Rua do Recife conta com um pequeno incentivo da Prefeitura do Recife (R$ 15 mil) e Fundarpe (R$ 10 mil), aguardando um apoio ainda prometido pela Funarte.
A foto é de Renata Nascimento.

CONTATO: Alexandre Menezes – 8765 0975.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O ÚLTIMO SEXTA DE LETRAS DO ANO



Vera Rocha, na foto ao lado de Milton Lins e Ivan Marinho é a palestrante de amanhã.

A Academia Cabense de Letras realiza amanhã, na Câmara de Vereadores, a última edição do Sexta de Letras em 2010. O evento literário acontece a partir das 19 horas, e terá como palestrante a acadêmica, poetisa e professora Vera Rocha, que falará sobre o Esperanto, a língua universal.

Na oportunidade a Academia Cabense de Letras prestará homenagem a Ronaldo Menezes e Nelson Almeida, pioneiros na divulgação do Esperanto no Cabo de Santo Agostinho. Após a edição de hoje, a Academia entra em recesso e pretende voltar com um segundo módulo do Projeto Sexta de Letras a partir de março de 2011.

SALÃO BRASIL & ÁFRICA - NOVOS TALENTOS


Timbaúba vai ser a Sede do importante acontecimento.

Estão abertas as inscrições para o “Salão Brasil & África – Novos Talentos”, que será realizado de 01 a 10 de abril de 2011, no município de Timbaúba, numa ação da Barack Filmes Ltda, com o objetivo de expor, premiar e difundir obras em artes plásticas de artistas estreantes, brasileiros ou estrangeiros, principalmente africanos, podendo estes comercializá-las no evento. O prazo para inscrição é até 31 de janeiro de 2011 através do preenchimento de ficha disponível no site www.primeiro.com/salao. Entre os selecionados, serão distribuídos prêmios que variam de R$ 10 mil a R$ 12 mil para a melhor escultura, gravura, pintura, desenho, objeto, instalação e um prêmio especial. Maiores informações: (81) 3631 1521 ou salao@primeirofilme.com

terça-feira, 30 de novembro de 2010

BICHO DE LIXO



Antonino Oliveira Júnior

Passa o ônibus,
Passa a moto,
Passa o carro;
Levanta o vidro,
Põe o capacete,
Liga o ar...

Ninguém agüenta
Da sociedade o escarro

Que fede,
Que tem doenças,
Que tá podre,
Que faz podre;

Tem urubu, tem cachorro,
Tem o outro
Que fala, que chora, que sente...

Acelera...tá na hora...
Na igreja
Quro a hóstia, quero o pão,
Quero a bênção
Do Pai que padece,
Do Pai que é pai de todos nós...
De todos nós, de todos nós...
De todos nós? De todos nós???

Então pára o carro,
Desce o vidro, estende a mão
E não ignora, porra,
Que é teu irmão
Que tá no lixo
Feito bicho...

Amém! Aleluia! Que assim seja!


*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras.

GIL VICENTE - OBRA MOVIDA PELO DESENCANTO PESSOAL



Tela do artista plástico Gil Vicente, que dividiu opiniões e expôs o seu desencanto pessoal com as famosas "celebridades" religiosas e políticas. Foi um ponto diferente e diferenciado na Bienal de São Paulo.

Nesta tela, ele aparece ameaçando o Papa.

AULAS GRÁTIS DE PESQUISA EM DANÇAS



Lígia Tourinho foto: Juliana Hilal

Já estão abertas as inscrições para interessados em participar, gratuitamente, das aulas de pesquisa em dança que serão ministradas pela professora Doutora da UFRJ Lígia Tourinho (foto em anexo) no “Curso Acupe – Formação do Intérprete-Pesquisador em Dança”, de 13 a 18 de dezembro, das 18h30 às 21h30, na Estação Cultural Senador José Ermírio de Moraes (Av. Beira Mar, 990, Piedade – Jaboatão dos Guararapes. Tel. 3424 8704). São dez vagas gratuitas, mas é preciso entregar carta de intenção e breve curriculum para a seleção no local. A iniciativa é do Acupe Grupo de Dança, através do incentivo do Funcultura. Maiores informações: 9145 7259 (com Paulo Henrique Ferreira) ou acupegrupodedanca@gmail.com

Lígia Tourinho é professora dos cursos de Bacharelado em Dança, Licenciatura em Dança e teoria da dança da UFRJ e coordenadora do Grupo de Pesquisa em dramaturgias do Corpo da UFRJ. Nas aulas, ela pretende dar uma introdução aos principais conceitos de metodologia de pesquisa e pesquisa em dança; apresentar alguns conceitos sobre processo de criação e ilustrar com relatos e videos de artistas contemporâneos; além de estimular a produção de reflexões por escrito sobre os processos vividos nas aulas e sobre os processos de pesquisa individuais.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

SHOPPING COSTA DOURADA - UM ANO DE CONQUISTAS


Antonino Oliveira Júnior

O dia 26 de Novembro, sexta-feira passada, marcou o primeiro aniversário do Shopping Costa Dourada, erguido e funcionando na PE-60, Cabo de Santo Agostinho. Nessa data, o Shopping completou um ano de inaugurado, um ano da conquista definitiva dos objetivos perseguidos desde o primeiro momento de surgimento da idéia e da disposição de colocá-la em prática.

É motivo de orgulho para os cabenses e para a região. O maior empreendimento privado que se tem notícia no Cabo de Santo Agostinho e nos municípios vizinhos. O Costa Dourada gera empregos, renda e traz divisas para o município, ainda que tenha que matar um leão bravo diariamente. É um Grupo que soube resistir aos obstáculos naturais e aos que "foram colocados" para impedir sua realização. E vencer foi apenas uma questão de tempo.

Somente quem se aproxima, quem chega ao cerne do funcionamento da engrenagem, é capaz de perceber a força daquele Grupo Empresarial, como eu. Sou, hoje, uma testemunha de ver e vivenciar o dia-a-dia de empreendimento tão importante e tão decisivo para consolidar o desenvolvimento da região.

Parabéns à diretoria, aos funcionários e a todos os que, mesmo não tão próximos, aprendem a cada dia, a amar o Shopping Costa Dourada, o Shopping da gente, o Shopping daqui.

*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras

OPINIÃO




Diz-se que o homem não deve ter orgulho, mas como podemos deixar de nos orgulhar do crescimento, das realizações, das mudanças, e tantos outros predicados e atributos de meus amigos de infância? Sim, sinto-me orgulhoso de você Tuninho, ao ler seu Blog o meu coração saltitou de alegria, minha mente voltou à época de seu pai quando se formava uma roda na sua casa e ele nos presenteava com grandes ensinamentos. Me serviu, te serviu e serviu para todos que buscam o aprendizado. Parabéns, Deus continue a te abençoar.

José Farias de Figueiredo - Advogado e Pastor Evangélico - Itaiatuba - São Paulo

O PRIMEIRO BEIJO


Clarice Lispector

Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.
- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples:

- Sim, já beijei antes uma mulher.

- Quem era ela? perguntou com dor.

Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.

O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.

E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.

E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.

A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.

E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.

Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.

O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.

De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.

Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.

E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.

Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.

Ele a havia beijado.

Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.

Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.

Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...

Ele se tornara homem.

OPINIÃO




Antonino,
teu Blog está transcendental.

Katharina Souza - Bela. em Ciências Biológicas e mãe de Maria.

INCONFESSO DESEJO



Carlos Drummond de Andrade

Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
Não me falta vontade
Não me falta desejo
Você é minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudável
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatros ventos
As palavras que brotam
Você é a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que é largar tudo
Para viver com você
Este inconfesso desejo

OPINIÃO


Querido Antonino,
quero parabenizá-lo pelo aniversário do BLOG e agradecer por você manter este espaço democrático, que vem a ser um grande instrumento para divulgação da nossa arte e dos nossos artistas.

Um grande abraço!

Luiz de Lima Navarro - Dramaturgo, ator e membro da Academia Cabense de Letras.

UM CANTO EM SURDINA

Gabriel Dourado

Cidade de minha infância,
Dos meus sonhos de rapaz,
Dos meus primeiros amores
-dize-me agora,
Aonde vais?

Cidade quase sem ruas,
Apertadinhas demais,
Cidade das boemias,
Dos verdes canaviais
(como aquelas...nunca mais!)

Terra do meu romantismo,
Dos engenhos patriarcais,
Do São João de seu Zumba,
Das loas de Inácio Pais,
Das glosas de Mergulhão,
Chico Taboca e Caju,
De seu “Vigário sem crôa”,
Dos coqueiros de Gaibu.

Cidade das serenatas,
Das cantigas ao luar,
Cidade de tanta história
Sem nenhuma prá contar...

Cidade da minha infância,
Dos verdes canaviais
-Minha cidade querida,
Dize-me agora,
Aonde vais?

*Gabriel Dourado é um dos patronos da Academia Cabense de Letras.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

POR QUE VOCÊ NÃO QUER MAIS IR À IGREJA?



Erivaldo Alves

Passagem bíblica relacionada: João 6.66-71(Quando Jesus é abandonado por muitos seguidores por ter dito o que eles precisavam ouvir).

 Igreja: Lugar de culpa e cicatrizes
 Jesus não entraria em muitas igrejas dos dias de hoje
 Impressão: Quanto mais se faz por Deus, mais ele se afasta...
 Falta tempo para pensar em face das ocupações.
 Como pode um cristão ser tão ativo na igreja e ser tão vazio?
 Isso aconteceu também na Igreja do primeiro século – Éfeso

A teologia dos cristãos de Éfeso era impecável (Apocalipse 2.1-7):

Conheciam a verdade com tal precisão que eram capazes de identificar o erro como uma mosca na tigela de sopa a centenas de passos; não tinham medo de enfrentar os que se punham à frente no ministério para descobrir quem estava falando a verdade e quem estava fabricando uma mensagem apenas para promover-se; a resistência deles numa época de sofrimento não perdeu para nenhuma outra em toda a cristandade; quanto mais enfrentavam sofrimento, mais fortes se sentiam, e nunca se queixavam quando eram atacados; apesar de tudo isso, Jesus estava insatisfeito com eles por terem abandonado o primeiro amor.
É possível alguém concentrar-se de tal maneira no trabalho para Jesus que acabe perdendo de vista quem realmente ele é. A missão de Jesus era nos convidar para o amor, para a relação com Deus Pai descrita por ele.

MAS O QUE FIZEMOS?

Transformamos a mensagem fundamental de amor em uma instituição, em poder, em trabalho, em culpa, em conformismo e manipulação. Tudo isso soterrou o verdadeiro amor.

 Em Éfeso, a igreja estava formando falsos professores;
 Na Galácia, conseguiu que todos observassem os rituais do Antigo Testamento;
 Atualmente vem convencendo as pessoas a cooperarem com seus programas financeiros sem perceber quanto essas práticas as distanciam da vida com Deus.

A consequência disso é:
Crente entediados e desiludidos, repetindo gestos e rituais vazios da vida do Pai.

Questões levantadas
1. Onde perdemos o elo com o cristianismo primitivo?
2. Como viver hoje do jeito que Jesus ensinou?
3. Cristo sim, igreja não seria a alternativa?
4. E como separar emoção de fé? Experiência real com ilusão?

E ESSA EDUCAÇÃO CRISTÃ?
Por que será que 90% das crianças que se criam na escola bíblica dominical abandonam a congregação quando saem da casa dos pais?
 Seria em função dos pecados permitidos? Mentira, julgamento, fofoca...
 Pecados proibidos? Que geralmente estão relacionados a pecados sexuais.

O desafio da convivência cristã saudável

Criar ambiente capaz de permitir transparência onde não apenas os pecados aceitáveis são compartilhados, mas também os pecados cabeludos. Nesse ambiente não se vive em função de recompensas, mas comunhão com o altíssimo e seus filhos, nossos irmãos. Aqui, se caminha em direção a Deus e conseqüentemente para longe do pecado.

Após um período de convivência no seio da igreja, vem à tona o que cada pessoa tem de pior. Isso é igreja. Não se deve perder de vista que as pessoas são mais importantes que a instituição e os programas.

Os próximos e os distantes

Damos o nosso carinho apenas a quem atende aos nossos interesses e o negamos aos que não o fazem. Isso acaba não tendo absolutamente nada com Deus.


O problema da igreja

Mútua acomodação de necessidades individuais; todo mundo precisa de alguma coisa dela; alguns precisam liderar; outros precisam ser liderados; há quem deseje ensinar; outros se contentam em ser platéia; a igreja termina sendo um grupo de pessoas que precisa proteger seu próprio território.

Acontece com certa freqüência pessoas que transformam seus próprios pecados numa acusação contra os outros. QUANDO SE CAVA O PRÓPRIO BURACO É PRECISO JOGAR A TERRA EM ALGUÉM.

A busca por aprovação e reconhecimento tem tirado a autoridade da igreja nos dias atuais. Em nada se parece com a igreja do primeiro século, que alem de não ter reconhecimento das autoridades, era perseguida. É sempre possível e fácil freqüentar um culto tradicional, com seus cantos e rituais, e depois ir para casa, sem nunca ter que se abrir a respeito da própria vida e demonstrar interesse pela jornada de outras pessoas. O que se percebe freqüentemente é uma encenação bem planejada com pouquíssima ligação afetiva entre os fiéis.

*Erivaldo Alves é Pastor da Igreja Batista da Cohab e membro da Academia Cabense de Letras

OPINIÃO


PARABÉNS!!! FELICIDADES!!! AO BLOG DE ANTONINO

Subitamente, em meio a um estado de torpor literário, surge esse tsunami das letras, Antonino Jr, o qual vem com o seu Blog que agora completa um ano de bons serviços, a movimentar e dar um ânimo especial a toda comunidade cabense, intrínseca nessa inclinação e impregnada com o aroma telúrico da sensação virtuosa do saber.

E vejo sua objetividade como tão bem descreveu Alberto Viegas: (...) Quando decido meter mãos a um empreendimento, não gosto de me acomodar na sua periferia. Só me sinto, realmente, satisfeito quando atinjo o cerne do tema… Sinceramente sinto até um certo conforto nisso e considero-me realizado com os livros que escrevi.” O

Antonino Jr que conhecemos nas ladeiras do Cabo, que percebe com profundidade a nossa história e vibra com o avanço racional da cidade é o mesmo que agora brinca com as palavras e anuncia a quebra de velhos paradigmas na Academia Cabense de Letras e na Loja Maçônica Alvorada da Paz nº 10.

E o seu paradoxo está justamente como bem descreveu Fernando Sabino: “Quando me sento para escrever, desde menino até hoje, sou um principiante. Vou escrever alguma coisa que não sei o que seja, justamente prá ficar sabendo. E que só eu posso me dizer, mais ninguém.”

Parabéns ao Blog de Antonino!!! E que essa primavera possa ser abençoada com a forte energia visionária dos revolucionários filhos do Vale do Pirapama. Muito obrigado por sua inestimável contribuição à nossa cidade e à nossa cultura!

João Sávio Sampaio Saraiva – Médico e membro da Academia Cabense de Letras.