terça-feira, 8 de dezembro de 2009



LIVRO
HUMANIDADE -Transição e Recomeço
Autor: FREDERICO MENEZES
Gênero: religioso
R$ 15,00
Contato:(81) 9947 0768


LIVRO
PEDAGOGIA DA HUMANIZAÇÃO - A PEDAGOGIA HUMANISTA DE PAULO FREIRE
Autor: Nelino Azevedo
R$ 20,00
Contato: (81) 9968 4462

LIVRO
GRÁVIDOS
Autor: ANTONINO OLIVEIRA JÚNIOR
Gênero: Poesias
R$ 10,00
Contato: (81)8718 6542


LIVRO
ANTÍDOTO
Autor; JAIRO LIMA
Gênero: Poesias
R$ 15,00
Contato: (81) 8793 9785

NOSSOS FILHOS

Antonino Oliveira Júnior*

Filhos
Que concebemos,
Criamos, defendemos,
Educamos...

Filhos
Por quem já choramos,
Com quem já sorrimos (muito)
Em momentos inesquecíveis.

Filhos
Que trouxemos ao mundo,
Que afagamos com carinho;

A quem damos luz,
Direção, vida...
Nossas vidas (se preciso)...

Filhos que amamos...

...e eles nem são nossos...

*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras

TUDO BEM


Tereza Soares*

Não quiseste meu semblante
Não tiveste
Não tiveste minha indumentária de dor
Não sofreste
Não saíste do teu lago encantado
Não partiste
Não pisaste a grama com medo de estragar a flor
Não lamento
Estava tudo certo, embora errado
Agora bem
Curvo e reto
Ondulado.

*Tereza Helena Soares é membro da Academia Cabense de Letras

NÓS CEGOS


Mário Hélio*

O que fazer quando há no olho
Um corvo que consome todo rosto
E as asas nada mais são do que pontos
Onderrame o silêncio estranho corpo
Inomonável espelho que vê outro
Tantalizando algum narciso morto?

O que fazer quando no morto
Há um mocho que se enxerta dentro do olho
Que tem a falsa memória do outro
E finge ser o sol perdendo o rosto
De um espelho partido no seu corpo
Abominável feito só de pontos?

O que fazer quando os pontos
São grous que contaminam o orbe morto
Deitado num céu branco e reles corpo
Com um riso tão dor que fere o olho
E pode até carcomer todo o rosto
Feliz de nada ser bastante outro?

O que fazer quando outro
Pombo aprendeu a debicar os pontos
Que cosem as linhas das mãos e do rosto
Lei secreta que pesa e mede o morto
E pede a mesa onde se corta o olho
Porta que fecha e esmaga todo o corpo?

O que fazer quando o corpo
Quer ser algum condor com vôo de outro
Abrindo ávidos vôos dentro do olho
Espelho macerado os mesmos pontos
Quando a razão se perde e tudo é morto
E o que se vê não é mais que outro rosto?

O que fazer quando o rosto
É um sol já murcho, e quando o estranho corpo
Os pólos toma sempre o rumo de outro
E o que encontrou foi um nome de morto
Que entra na terra e se escreve: deus é um olho
Silente e macilento mais três pontos?

*Mário Hélio é membro da Academia Cabense de Letras

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O rio


José Lins do Rego

O rio Paraíba corria bem próximo ao cercado. Chamavam-no "o rio". E era tudo. Em tempos antigos fora muito mais estreito. Os marizeiros e as ingazeiras apertavam as duas margens e as águas corriam em leito mais fundo. Agora era largo e, quando descia nas grandes enchentes, fazia medo. Contava-se o tempo pelas eras das cheias. Isto se deu na cheia de 93, aquilo se fez depois da cheia de 68. Para nós meninos, o rio era mesmo a nossa serventia nos tempos de verão, quando as águas partiam e se retinham nos poços. Os moleques saíam para lavar os cavalos e íamos com eles. Havia o Poço das Pedras, lá para as bandas da Paciência. Punham-se os animais dentro d'água e ficávamos nos banhos, nos cangapés. Os aruás cobriam os lajedos, botando gosma pelo casco. Nas grandes secas o povo comia aruá que tinha gosto de lama. O leito do rio cobria-se de junco e faziam-se plantações de batata-doce pelas vazantes. Era o bom rio da seca a pagar o que fizera de mau nas cheias devastadoras. E quando ainda não partia a corrente, o povo grande do engenho armava banheiros de palha para o banho das moças. As minhas tias desciam para a água fria do Paraíba que ainda não cortava sabão.

O rio para mim seria um ponto de contato com o mundo. Quando estava ele de barreira a barreira, no marizeiro maior, amarravam a canoa que Zé Guedes manobrava.

Vinham cargueiros do outro lado pedindo passagem. Tiravam as cangalhas dos cavalos e, enquanto os canoeiros remavam a toda a força, os animais, com as cabeças agarradas pelo cabresto, seguiam nadando ao lado da embarcação. Ouvia então a conversa dos estranhos. Quase sempre eram aguardenteiros contrabandistas que atravessavam, vindos dos engenhos de Itambé com destino ao sertão. Falavam do outro lado do mundo, de terras que não eram de meu avô. Os grandes do engenho não gostavam de me ver metido com aquela gente. Às vezes o meu avô aparecia para dar gritos. Escondia-me no fundo da canoa até que ele fosse para longe. Uma vez eu e o moleque Ricardo chegamos na beira do rio e não havia ninguém. O Paraíba dava somente um nado e corria no manso, sem correnteza forte. Ricardo desatou a corda, meteu-se na canoa comigo, e quando procurou manobrar era impossível. A canoa foi descendo de rio abaixo aos arrancos da água. Não havia força que pudesse contê-la. Pus-me a chorar alto, senti-me arrastado para o fim da terra. Mas Zé Guedes, vendo a canoa solta, correu pela beira do rio e foi nos pegar quase que no Poço das Pedras. Ricardo nem tomara conhecimento do desastre. Estava sentado na popa. Zé Guedes porém deu-lhe umas lapadas de cinturão e gritou para mim:

- Vou dizer ao velho!

Não disse nada. Apenas a viagem malograda me deixou alarmado. Fiquei com medo da canoa e apavorado com o rio. Só mais tarde é que voltaria ele a ser para mim mestre de vida.

De um Lado Cantava o Sol


Cecília Meireles

De um lado cantava o sol,
do outro, suspirava a lua.
No meio, brilhava a tua
face de ouro, girassol!

Ó montanha da saudade
a que por acaso vim:
outrora, foste um jardim,
e és, agora, eternidade!
De longe, recordo a cor
da grande manhã perdida.
Morrem nos mares da vida
todos os rios do amor?

Ai! celebro-te em meu peito,
em meu coração de sal,
Ó flor sobrenatural,
grande girassol perfeito!

Acabou-se-me o jardim!
Só me resta, do passado,
este relógio dourado
que ainda esperava por mim...

LEITORES OPINAM

Apresentamos trechos de comentários e de alguns e-mails enviados (ao todo foram 41) por nossos leitores, acerca do Blog e do TRIBUTO AOS POETAS QUE SE FORAM.

“Antonino, parabéns por esse trabalho maravilhoso que você esta desenvolvendo; esse Blog é a prova viva de que podemos transformar sonhos em realidade. Muito bom o material de Theo Silva. Um grande beijo” (Gesse Castro – Porto Alegre/RS)

“Realmente, foi uma boa surpresa saber quem foi Teo Silva” (Athos Cavalcanti – Candeias)

“Antonino é uma referência e seu blog mostrou um personagem especial da cidade. Eu nem sabia quem era Theo Silva e achava que era branco.” (Lavínia Rodrigues – Cohab)

“E que palavras! Nunca saberia de Theo Silva, nem de sua poesia se não fosse você. Obrigada.” (Katharina Barros – Centro do Cabo)

“A iniciativa de resgatar personagens da nossa história é louvável e muito engrandece. Você está de parabéns, Antonino, em fazer um trabalho tão belo. Que cada internauta que passar por este blog se enriqueça com tão precioso material.” (Jornal Tribuna Popular)

“Muito importante o trabalho de resgatar nossos poetas. Antonino, ninguém sabia quem era Theo Silva. Você é o cara.” (Gilmar Francisco – Cohab)

“O blog de Antonino faz o que nem era para ele fazer, que é ensinar ao povo as coisas da história da gente” (Fabiana Martins – Ponte dos Carvalhos)

“Estudo na Famasul e espalhei seu blog com todo mundo e estão todos acompanhando o tributo. Que idéia desse cara! Faça um especial com Ascenso”. ((Zélia Medeiros – Cohab)

“Lindas poesias de Theo Silva e ninguém sabia. Parabéns ao blog. E você ta entrando para a história, antonino” (Verônica França – Barra de Jangada)

“Antonino está fazendo um trabalho importante para a cidade. Descobrir Theo Silva foi fantástico” (Erivelton Costa – Vila Social)

“Se eu pudesse, juntava todo mundo numa praça e agradecer a Antonino. Seu blog é tudo. Quem imaginava que Téo silva era isso tudo? Até meu professor ficou bege.” (Lindomar Santos – São Francisco)

“Nossa, esse Blog foi o melhor que li...Rui Barbosa, Vandré, Fernando Pessoa, Os Homenageados e o mais importante, você... Obrigada; Foi um prazer ler” (Márcia Loureiro – Jaboatão dos Guararapes)

“Soube do Blog através de um amigo. É um banho de cultura. Parabéns.” (Zaira Mendonça – Crato/CE)

“Olá! Tenho lido quase que diariamente seu blog, e cada vez me apaixono mais! Você tem um jeito gostoso de escrever e nos permite ler sem obrigação”. (Nadja Nascimento – Cabo de Santo Agostinho)

“Antonino, Muito legal o Blog” (Mirtes Cordeiro – Jaboatão dos Guararapes)

“Prezado Tuninho, Parabéns pela iniciativa de criar um blog sobre a cultura de nossa terra”. (Manoel Fernandes Vieira – Fortaleza/CE)

“Parabenizo-o pela iniciativa da criação do seu Blog, pois é mais um espaço para debatermos cultura, literatura, sociedade, comportamentos e, principalmente EDUCAÇÃO” (Natanael Jr. – Jaboatão dos Guararapes)

“Tuninho, seu blog hoje é a única janela aberta para se falar de cultura como um todo, na nossa cidade. Que morram de inveja os incompetentes. Parabéns amigo” (Ramon Júnior – Recife/PE)

sábado, 5 de dezembro de 2009

TRIBUTO AOS POETAS QUE SE FORAM


CELINA DE HOLANDA

Era Jornalista e Poeta, nasceu no engenho Pantorra, município do Cabo, no dia 19 de junho de 1915. Transferiu-se depois para o Recife, onde atuou na Imprensa escrita da capital. Publicou seus primeiros poemas nos Suplementos Literários do Jornal do Commércio e Diário de Pernambuco, e seu primeiro livro (O espelho e a rosa) só foi editado quando ela tinha 55 anos de idade. Além de participar de várias coletâneas (Palavra de mulher, A cor da onda por dentro, , Antologia Didática de Poetas Pernambucanos, entre outras), sua obra é composta pelos seguintes livros: O espelho e a rosa (1970), A mão extrema (1976), Sobre esta cidade de Rios (1979), Roda d’água (1981), As Viagens (1984), Viagens Gerais (1985), Pantorra, o Engenho (1990), e mais os inéditos “Afogo e faca” e “Tarefas de ninguém”. Faleceu no Recife, em 4 de junho de 1999.

ALGUNS DE SEUS POEMAS

AS VIAGENS

Viajo nos livros que faço,
mas sempre torno,
para escrevê-los
onde a vida
é uma menina pobre chorando
entre as moitas.
Trago-a de volta
ao seu colo, sua casa,
até que venha e me leve
o meu amado.


RETORNO

Este chão é pausa.
Dêem-me a infância
para que eu retorne
reencontre meu chão,
seu verde, seus marcos,
seu barro plasmável.

Quero saber de novo
de terreiros limpos
com vassouras verdes

do tempo correndo
branco como um rio,
carregando as roupas
qual nuvens mais alvas.

Massapê das margens,
sapatos de lama,
toalhas de vento
e o regresso limpo,
lento como a tarde.


O CICLO


Na sala o espelho,
a rua na sala, a moça
o relógio ao contrário.
A moça decide o cabelo
à altura do amado,
que decide o seu sol
à altura da vida, de muros
tão altos.


MERIDIANO


Vivemos a grande noite.
Cada amor em seu amor
se oculta.
Quem nos roubou a ternura
escondida? O corpo claro
e diurno?
Como os animais e as crianças
um dia a vida será só vida


PASSEIO NO PARQUE
(Óleo sobre tela, de Seurat)

Neste parque imutável
até hoje passeiam
estes homens de escuro
e estas frágeis mulheres.
Até hoje as flores, os cristais
e as toalhas
são sem mácula
nas salas de esperar
o amigo, o amado
ou a chuva passar. Nada
de apocalipse
a terrível Besta e poços
insondáveis. Nada
a relembrar o abismo
que somos.


DIA 12: ZECA PLECH
NO TRIBUTO AOS POETAS QUE SE FORAM

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

SINTO VERGONHA DE MIM


RUI BARBOSA

Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos, a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões
e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!

"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".

CURTAS E BOAS



Os causos mais engraçados e uma programação voltada para o artista popular, são a tônica do Programa do Véio Abidoral, na Rádio cabo FM, de segunda a sábado, das 5 às 7 horas da manhã.

FERNANDO PESSOA



“Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?”
“Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso”

.” A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar”.

“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”

CURTAS E BOAS



Acontece hoje (04/12) o encerramento da X MOSTEJA – Mostra de Teatro de Jaboatão dos Guararapes, uma realização do Movimento Teatral e Secretaria de Cultura e Eventos de Jaboatão dos Guararapes.

Água Viva


Raul Seixas

Eu conheço bem a fonte
Que desce aquele monte
Ainda que seja de noite

Nessa fonte está escondida
O segredo dessa vida
Ainda que seja de noite

"Êta" fonte mais estranha,
que desce pela montanha
Ainda que seja de noite.

Sei que não podia ser mais bela
Que os céus e a terra, bebem dela
Ainda que seja de noite

Sei que são caudalosas as correntes
Que regam os céus, infernos
Regam gentes
Ainda que seja de noite

Aqui se está chamando as criaturas
Que desta água se fartam mesmo
às escuras
Ainda que seja de noite

Ainda que seja de noite...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Só por Amor


Geraldo Vandré

Só por amor
Só por paixão
Só por você
Você, que nunca disse não.
Só por saber
Que o coração
Sabe demais
Que a razão
Não tem razão
Por você que foi só minha
Sem jamais pensar porque
Por você que apenas tinha
Razões e mais razões para não ser
Só por amor
Só por amado
Só por amar
Meu amor
Muito obrigado
Meu amor
Muito obrigado

Quantos Beijos


Noel Rosa

Não andava com dinheiro todo dia
Para sempre dar o que você queria
Mas quando eu satisfazia os teus desejos
Quantas juras... quantos beijos...
Quantos beijos
Quando eu saía
Meu deus, quanta hipocrisia!
Meu amor fiel você traía
Só eu é quem não sabia
Ai ai meu deus mas quantos beijos...
Não esqueço aquelas frases sem sentido
Que você dizia sempre ao meu ouvido
Você porém mentia em todos os ensejos
Quantos juras... quantos beijos...

HERBERT VIANA



“Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos....
Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

ACADEMIA CABENSE DE LETRAS



Acontece nesta sexta-feira, dia 4 de dezembro, às 18 horas, a última reunião do ano da Academia Cabense de Letras, quando, dentre outros assuntos, constará da pauta a definição das ações para 2010.

A Academia pretende desenvolver trabalhos literários junto à comunidade, em especial, a juventude, além de publicar uma coletânea de escritores cabenses, de ontem e de hoje.

A reunião será na Loja Maçônica Alvorada da Paz, à Rua Joaquim Nabuco, aberta ao público.

EMENDA DO VEREADOR RICARDINHO

O Vereador Ricardo Carneiro, Ricardinho, apresentou emenda ao orçamento do município do Cabo de Santo Agostinho, destinando, em 2010, R$ 150.000,00 para aquisição da Sede da Academia Cabense de Letras.

Nervos de Aço


Lupicínio Rodrigues

Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
Ter loucura por uma mulher
E depois encontrar esse amor, meu senhor
Ao lado de um tipo qualquer
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer
E depois encontrá-lo em um braço
Que nem um pedaço do seu pode ser
Há pessoas de nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação
Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, é despeito, amizade ou horror
Eu só sei é que quando a vejo
Me dá um desejo de morte ou de dor

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

2 de Dezembro – Dia do Samba



LÁGRIMAS SEM COR (a Neguinho da Beija-Flor, em seu momento de dor)
Antonino Oliveira Júnior


Vi o negro de perto
No navio negreiro,
Sua dor, suas lágrimas;
Vi o negro de perto
Nos grilhões dos engenhos,
Seu tormento, suas lágrimas;
Vi o negro de perto
Na vida,
Carregando nos ombros os pesos
Em preto e em branco.

Negros
Da bola, do gol, do samba,
Do canto presente,
Negro presidente...
Vi o negro que canta beijos,
Que beija a gente, que beija a flor...
Vi o negro cantando, encantando,
Vi o negro chorando...

Vi suas lágrimas, como as minhas,
Pura emoção...
Lágrimas... só lágrimas...
Do coração... sem cor.

*Antonino Oliveira Júnior é membro da Academia Cabense de Letras.

NÃO IREMOS NOS DISPERSAR


Natanael Júnior

Aqui e agora
Estaremos sobre vossas manhãs
Persistiremos inflamados
A gotejar poesia
No coração da vida
E sobre vossos ouvidos;

Aqui e agora
Estaremos sobre vossas manhãs
Persistiremos unidos
A policiar vossos passos
Ao som dos ladrilhos de vossas contemplações;

Aqui e agora
Estaremos sobre vossas manhãs
Persistiremos irmanados
Numa corrente universal
Semeando poesias nos corações dos homens
Provocando alterações
No curso provinciano das águas;

Aqui e agora
Estaremos sobre vossas manhãs
Persistiremos contemplados
A todas as traições
Mas, não iremos nos dispersar
E nem seremos avarentos como vosso sangue;

Aqui e agora
Temos um futuro
Ele está em nossas mãos.

*Natanael Júnior é membro da Academia Cabense de Letras.

ÓCIO

Rinaldo Almeida (Índio)

Esse vazio que parece
Vazar dos dias,
Na verdade,
Gera-se de nós
Que não ocupamo-nos
Suficientemente.
Que submersos
Em crasso ócio
Não atinamos com nada.

SOL DE INVERNO

Ronaldo Menezes


O frio invernal desnuda a paisagem,
Açoitando a natureza acinzentada,
Transparecendo, em tudo, singular mensagem,
Anunciando a triste invernada.

Por entre a bruma, luminária pálida,
Tenta vencer o denso nevoeiro,
Espraiando-se na campina esquálida,
Num esforço inaudito de derradeiro.

Sua luz mortiça clareia a amplidão
Tímida, teimosa, buscando aquecer
O casario recluso na gélida vastidão,
Mas, pouco a pouco, se deixa vencer.

É o sol do inverno, que se assemelha tanto
Às pessoas brilhosas, inutilmente
Intentando ser um sol em todo canto,
Mas não clareiam, nem aquecem a gente...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

VERSOS ÍNTIMOS


Augusto dos Anjos

Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO (Pensamentos)



Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você.

Gaste mais horas realizando
que sonhando,
fazendo que planejando,
vivendo que esperando
porque, embora
quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu

Missa in Angustiis



Performance única da Missa in Angustiis, também conhecida como Nelson Mass, do compositor austríaco Joseph Haydn, será apresentada na Igreja da Madre de Deus, Recife Antigo, no dia 02 de dezembro, quarta-feira, às 20hs. Esta grandiosa obra foi escrita para coro, orquestra e solistas, dentre os quais, encontra-se Bellani Teófilo Medrado, filha da Maestrina do Coral Municipal do Cabo, Belani Medrado, e do professor Valdemir Teófilo.

A escolha da peça se deu em homenagem ao bicentenário da morte do compositor austríaco, e se trata de uma performance pioneira em Pernambuco. A performance é aberta ao público e é iniciativa dos produtores Alexandre e Letícia Lemos.
A obra magistral, pode ser traduzida como "Missa na Angústia" e participação de Bellani é uma das atrações do evento. Na foto acima, a solista Bellani Medrado Segunda no Teatro Carlos Gomes, no Espírito Santo.

E VOCÊ CHEGA...

Antonino Oliveira Júnior

E chega você,
Depois do tempo
Que roubou meu tempo de sorrir...

Chega você,
Trazendo de volta o choro
Chorado no tempo de espera...

E chega você
Para olhar os olhos que nem choram,
A boca que nem sorri,
Os lábios que nem beijam...(mais)

E chega você
E me abraça no colo
Que o tempo negou,
Que o vento levou...


E me acolhe
E me pensa como quem pensa por todos
E me dança como quem dança com todos
E me ama como quem ama pra um
E sorri meu sorriso de paz
Suando o suor de nós dois...

E nos sonhos que sonho em seus braços
Vejo claro de olhos fechados...

É você quem chega pra mim.

Simpósio: Filosofia Contemporânea



Aberto ao público

TEMA: GLOBALIZAÇÃO
19:00 Acolhida aos participantes
19:10 O que é mundo Globalizado e Neoliberal.
19:20 - Neoliberalismo: Liberdade para destruir e desempregar
20:00 A nova moda econômica
20:30 - Debate
21:00 - Encerramento

Data de apresentação : 07/12/09 (Segunda Feira)
Sem custos aos participantes
Local: Loja Maçônica Alvorada da Paz Nº 10

Rua Joaquim Nabuco - Cabo de Stº Agostinho