quarta-feira, 20 de julho de 2011

NO DIA DO AMIGO, UM POUCO DE MIM


AMOR EM QUATRO ESTAÇÕES

Antonino Oliveira Júnior


A tarde fria de outono

Leva, sonolenta, meu olhar

Perdido na planície das folhas caídas;

Do inverno de nós dois

Restou o frio da tua partida,

O gesto de adeus,

Tua voz a me desejar um novo amor.

E a primavera apenas espalhou o teu cheiro,

O verão só me trouxe teu calor...

A natureza conspirou contra meu coração...


E VOCÊ CHEGA...

Antonino Oliveira Júnior

E chega você,

Depois do tempo

Que roubou meu tempo de sorrir...

Chega você,

Trazendo de volta o choro

Chorado no tempo de espera...

E chega você

Para olhar os olhos que nem choram,

A boca que nem sorri,

Os lábios que nem beijam...(mais)

E chega você

E me abraça no colo

Que o tempo negou,

Que o vento levou...

E me acolhe

E me pensa como quem pensa por todos

E me dança como quem dança com todos

E me ama como quem ama pra um

E sorri meu sorriso de paz

Suando o suor de nós dois...

E nos sonhos que sonho em seus braços

Vejo claro de olhos fechados...

É você quem chega pra mim.


FLOR MORENA

Antonino Oliveira Júnior


Vejo a flor-morena

ao meu alcance,

sinto o cheiro da erva-doce,

como doce é o seu olhar

de olhos de amêndoas;

sinto o arrepio da pele,

da pele-emoção,

o arrepio-prazer.

Origem das raças,

És o começo de tudo,

Do carinho,

Do prazer,

Do amor,

Dos meus sonhos, enfim.



CLARA

Antonino Oliveira Júnior

(Para a pequena Clara, que chega)


Ainda semente

Irradia alegria

E dá forma ao amor;

É semente

De luz

Que chega,

É a vida,

Que chega pura,

Sorrindo, feliz,

É a vida de Clara.



MEU POEMA DE TRISTEZA (a Theo Silva)

Antonino Oliveira Júnior


É na tristeza do poeta,

No seu coração que sangra,

Na solidão só sua,

Que a dor se aproveita

E, em forma de inspiração,

tira da garganta a sua voz

e o deixa falar apenas pelas mãos.

É o domínio imaterial,

Pelo qual,

A dor que feriu o poeta

Segue a sua sina insana

Vagando de coração em coração,

Perfurando almas

E iludindo a quem, um dia, como eu,

Viu na poesia

A cura do vazio sentimental.


UMA MULHER MENINA

Antonino Oliveira Júnior

Teu sorriso de menina
Abre o tempo
E anuncia, da primavera,
As flores que perfumam teu corpo,
Por onde flutua meu olhar...

Um corpo de mulher,
Que desperta pensamentos
E libera desejos...

Um corpo percorrido pelo meu olhar,
Em silêncio, mas afoito,
Buscando em teus olhos
Começar a entrega.

Tímida, envergonhada,
A face rubra,
Pareces te esconder sob as pálpebras,
Deixando à mostra
Um sorriso entreaberto, sutil,
Com a beleza e a pureza
De uma mulher em moldura de menina.

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