A alma da que se foi, tão linda! Envolta
de tanta prece e queixa dolorida,
tombada em flor, qual pétala caída
que o vento leva, como folha solta...
A alma da que se foi e não mais volta
da que eu vi como Bela adormecida...
onde estará nas plagas da outra vida?!
dos anjos entre a rutilante escolta?
Só sei que o corpo, de beleza rara,
baixou à cova, numa tarde clara,
tarde de ceu azul e luz dourada...
Que seu corpo, de neve e de veludo,
achou na Vida, a glória de ser tudo,
e, hoje, na Morte, a angústia de ser nada!
(do livros "Versos Diversos" - 1948)
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