domingo, 3 de março de 2013

UM CANTO EM SURDINA

Gabriel Dourado


Cidade de minha infância,
dos meus sonhos de rapaz,
dos meus primeiros amores
- dize-me agora,
aonde vais?

Cidade quase sem ruas,
apertadinhas demais,
cidade das boemias,
dos verdes canavoais,
(como aquelas nunca mais...!)

Terra do meu romantismo,
dos engenhos patriarcais,
do São João de seu Zumba,
das loas de Inácio Pais,
das glosas de Mergulhão,
Chico taboca e Caju,
de seu Vigário sem croa
dos coqueiros de Gaibu.

Cidade das serenatas,
das cantigas ao luar,
cidade de tanta história
sem nenhuma prá contar...

Cidade da minha infância
dos verdes canaviais
- Minha cidade querida,
dize-me agora,
aonde vais?

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