sábado, 19 de novembro de 2011

AO POETA EM SOFRIMENTO

Ronaldo Menezes

Revejo-te, acabrunhado, preso ao leito

Na superlativa ânsia do sofrer,

O amargor do não poder viver,

Considerando o sonho já desfeito.


Afirmo-te, poeta, a dor nos aprimora,

Qual o aço, fortalecendo ao fogo;

Compõe teu verso a sorrir de novo,

Esquece a lágrima que insiste e aflora.


Aprende com o sofrer toda a beleza,

Exalta o bem, o amor, a natureza,

A paz que vislumbras, a liberdade


Rompendo, da matéria, os grilhões,

Perceberás que os nossos corações

Continuam a bater na eternidade...


(ao irmão, amigo e poeta Paulo Alexandre (Cultura), autor de “Ainda batem nossos corações)

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