sábado, 3 de agosto de 2013

O MUNICIPALISMO É A SAÍDA
                                                       DOUGLAS MENEZES
           
  A divulgação do Índice de desenvolvimento Humano dos Municípios Brasileiros deixa evidente, mais uma vez, a necessidade de se questionar o modelo federativo do Brasil. Aliás, não se sabe se realmente temos uma federação, tal a concentração de recursos nas mãos do governo federal. Na verdade, estamos mais próximos de um regime autocrata no  sentido político e econômico do que mesmo de um modelo típico americano, com estados com razoável independência em relação ao poder central. Lá, até o judiciário possui leis próprias dependendo da unidade federativa, por isso os estados são unidos em um poder maior, mas livres econômica e politicamente, tendo, portanto, vida própria.
    Aqui em “Pindorama”, no entanto, o esmagamento constante pelo qual passam estados e municípios, principalmente na esfera econômica, chega às raias da imoralidade tal o poder de barganha que o governo de Brasília possui em relação aos outros entes federativos, chegando a comprometer o conceito de democracia constitucional adotado no país: criam-se isenções fiscais para automóveis, eletrodomésticos, por exemplo, retirando-se substanciais recursos dos estados e municípios, estes últimos os que mais precisam  pois “vivem” perto da população,  escutam suas carências e, na maioria das vezes, não têm como resolver esses problemas devido à escassez financeira. Além do aspecto desumano, aparece a questão ética, pois o poder maior estabelece maioria no legislativo por conta da liberação ou não de recursos, dependendo desse apoio ou do humor do “chefe” de momento.

          Mudanças são necessárias. O caminho, porém, não é o de realizar marchas para Brasília de pires na mão , como fazem os prefeitos. Mas com um novo ordenamento financeiro do país, em um moderno pacto federativo, que tenha no seu bojo uma consolidada independência política e financeira dos federados, notadamente os municípios, onde o povo vive e necessita ver resolvidas suas necessidades básicas de educação, saúde, segurança, trabalho e Lazer.

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