segunda-feira, 31 de outubro de 2011

RISCOS

Antonino Oliveira Júnior

Se eu falo

Corro o risco de

Se eu calo

Corro o risco de

Se eu paro

Corro o risco de

Se eu corro

Corro o risco de

Se eu mato

Corro o risco de

Se eu morro

Corro o risco de

Se eu vivo

Corro o risco de

Se escrevo

Corro o risco de

Se eu risco

Risco eu corro de...


*Antonino Oliveira Júnior é da Academia Cabense de Letras

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A MAÇONARIA DO ESPIRITO E O ESPIRITO DA MAÇONARIA

Frederico Menezes*

Envolve a mente a elevação filosófica da maçonaria, estruturada na busca da verdade e no acender das luzes da sabedoria na alma humana. Essa filosofia, que remonta às areias das civilizações mortas devidamente inserida em toda a forma de pensar e viver do maçon, proporciona a mais extraordinária revolução que a humanidade necessita e que Jesus de Nazaré preconizou para o mundo: a implantação do Reino da Luz, a partir do universo de cada um no planeta em que habitamos.

Para que esse momento de transformação alcance nossa realidade íntima, imprescindível, no entanto, que a maçonaria do espírito penetre em cada espaço de nossa alma. Essa maçonaria do espírito é aquela que guia, estabiliza, estrutura a maçonaria dos rituais e dos milenares simbolismos. O polimento do ser, o seu aformoseamento de caráter, receberá impulso de alta magnitude, quando nossos sentimentos, nosso coração, absorverem a maçonaria do espírito, que nos revela, de maneira cristalina, todo o espírito da maçonaria.

De Zoroastro à Hermes Trimegisto, de Lau Tsé à Rama, de Sócrates à Jesus, todos, à sua maneira, representam a ascendência da dimensão invisível sobre qualquer manifestação da forma. E falaram sobre um poderoso e misterioso Reino a dormir a dormir dentro da criatura. Na verdade, mergulhar neste Reino de Luz, é fazer nascer o homem de bem, o diamante resplandecente em meio ao carvão bruto. Do gênio celta na Ga´lia lendária às doutrinas espiritualistas da atualidade ou do profundo magnetismo das grandes pirâmides no culto à Amon Rá, o deus sol, até a teosofia contemporânea, temos inesgotáveis fontes de conhecimento, convidando à renovação de valores, à mudança de visão, à correção de atitudes.

Transformar o ser humano, forjando sua moralização – eis a maçonaria do espírito. Fazer a humanidade feliz, mais justa e perfeita – eis o espírito da maçonaria.

Não se alcança a força motriz da moralização ( a maçonaria do espírito ) sem a busca do exemplo, alimentada pela vontade férrea. E sem que isto alimente o maçon, como entenderemos e cumpriremos, no mundo, o espirito da maçonaria, que são os elevados objetivos que se deseja para a sociedade ?

Nós, maçons, somos tão bafejados por imensa riqueza de conhecimento, que não nos é lícito ficar isolado em nossa loja enquanto a humanidade clama por mãos firmes e operosas que a soerga do lodaçal dos vícios. Podemos, sob o estímulo do espírito da maçonaria, sermos peças pró ativas, criativas, realizadoras, dinâmicas, num mundo em convulsão. Enquanto muitos falam em morte podemos ser uma injeção de vida em suas veias obstruídas; enquanto prolifera a escuridão, sermos claridade; enquanto grassa as enfermidades da alma, apresentarmos o ser humano, porque moralizado...

Eis o espírito da maçonaria inspirado pela maçonaria do espírito.


*Frederico Menezes é da Academia Cabense de Letras

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

CADA UM

Roberto Menezes

Cada um
na boca um sim
Cada um
lá dentro um não
Cada um
com seu ego
cada um
um nó cego
cada um
com seu rancor
Cada um
com sua dor
cada um
sempre a sorrir
cada um
com seu mentir
cada um
com seu cinema
cada um
com seu poema
cada um
com seu dilema
cada um
buscando abrigo
no corpo do inimigo
cada um de nós
o que vamos fazer

com tantos nós
para desfazer?


*Roberto Menezes é jornalista

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

TIBÉRIO AZUL LANÇA "BANDARRA"

Os amantes da boa música recebem hoje, 20 de outubro, o primeiro trabalho solo do cantor TIBÉRIO AZUL, integrante da Banda "Seu Chico". Trata-se do CD "BANDARRA" e o evento de lançamento acontece no Espaço Muda, na rua Capitão Lima, 280, Santo Amaro - Recife, a partir das 20 horas. A entrada é grátis e, além da aquisição do CD, existe a oportunidade de estar próximo e conversar com Tibério acerca do trabalho e da trajetória desse novo talento da música pernambucana.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

QUE TIME É ESSE?

Douglas Menezes*

Que time é esse, que mesmo no porão do futebol brasileiro, mantém a maior média de público das quatro divisões do país, suplantando todos os clubes ricos e de torcida do Brasil? Que time é esse, que dois dias depois de uma declaração de um desastrado presidente, afirmando que o clube iria se acabar, o estádio lotado grita numa só voz: acaba não, santa, acaba não, santa!? Que time é esse que faz um inglês de passagem pelo Recife se apaixonar de tal maneira pelo clube, a ponto de deixar o rime milionário de sua terra e afirmar: o santa me leva do amor ao ódio, numa paixão sem medida? Que time é esse que quando se espera sua vitória, ele perde: e quando se dá o contrário ele vence? Que time é esse, que leva um pobre vendedor de raspa-raspa a fincar uma bandeira em sua carroça, num pequeno som repetir os gols memoráveis e gritar insistentemente: ele está vivo, ele está vivo? Que time é esse, que faz uma jovem chorar convulsivamente, depois de mais um rebaixamento, num comovente desespero de amor não correspondido: eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio!? Que time é esse, que após a saída do fundo do poço do futebol é ovacionado em todo o país, com as emissoras fazendo elogios emocionantes e parte da imprensa mundial espantada com a paixão da torcida? Que time é esse, cujo torcedor infantil chega a declarar: se você acabar eu morro, pra vê-lo jogar no céu? Que time é esse, que, falido, foi adotado pela torcida e se mantém sem nenhuma benesse de grandes patrocinadores, ou instituições como o clube dos treze? Que time é esse que leva multidões até para a Copa Pernambuco? Que time é esse que me faz já um homem maduro sofrer num estádio como um pobre diabo, ligar e desligar constantemente um rádio, como se isso resultasse numa vitória? Que time é esse, que me faz um avô quase sessentão virar criança, sorrir e chorar feito menino?

DOUGLAS MENEZES/ OUTUBRO DE 2011

*Douglas Menezes é da Academia Cabense de Letras

terça-feira, 18 de outubro de 2011

POETA MAURO MOTA - Cem anos

Quatro poemas de Mauro Mota:

Humildade


Que a voz do poeta nunca se levante
para ter ressonâncias nas alturas.
Que o canto, das contidas amarguras,
somente seja a gota transbordante.
Que ele, através das solidões escuras
do ser, deslize no preciso instante.
Saia da avena do pastor errante,
sem aplausos buscar de outras criaturas.

Que o canto simples, natural, rebente,
água da fonte límpida, do fundo
da alma, de amor e de humildade cheio.

Que o canto glorificará somente
a origem, quando mais ninguém no mundo
saiba ele de quem foi ou de onde veio.


A Chuva Cai Sobre o Recife


A chuva cai sobre o Recife devagar,
banha o Recife, apaga a lua, lava a noite, molha o rio,
e a madrugada neste bar.
A chuva cai sobre o Recife devagar.
A chuva cai sobre o telhado das casinhas de subúrbio,
canta berceuses a doce chuva. É a voz das mães
que estão no canto de onde a chuva agora veio.
A chuva cai, desce das torres das igrejas do Recife,
corre nas ruas, e nestas ruas, ainda há pouco tão vazias,
agora passam, de capote, transeuntes
do tempo longe, esses fantasmas de mãos frias.


Elegia Nº1


Vejo-te morta. As brancas mãos pendentes.
Delas agora, sem querer, libertas
a alma dos gestos e, dos lábios quentes
ainda, as frases pensadas só em certas
tardes perdidas. Sob as entreabertas
pálpebras, sinto, em teu olhar presentes,
mundos de imagens que, às regiões desertas
da morte, levarás, que a morte sentes

fria diante de todos os apelos.
Vejo-te morta. Viva, a cabeleira,
teus cabelos voando! ah! teus cabelos!

Gesto de desespero e despedida,
para ficares de qualquer maneira
pelos fios castanhos presa à vida.

Chuva de vento


De que distância
chega essa chuva
de asas, tangida
pela ventania?

Vem de que tempo?
Noturna agora
a chuva morta
bate na porta.

(As biqueiras da infância, as lavadeiras
correm, tiram as roupas do varal,
relinchos do cavalo na campina,
tangerinas e banhos no quintal,
potes gorgolejando, tanajuras,
os gansos, a lagoa, o milharal.)

De onde vem essa
chuva trazida
na ventania?

Que rosas fez abrir?
Que cabelos molhou?

Estendo-lhe a mão: a chuva fria.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

OCASO

Antonino Oliveira Júnior*


Vendo-te assim,

tão perto quanto distante,

sinto o vermelho do ocaso (do dia e do céu)

tomar-me os olhos;

o ocaso do dia e da alma

que reflete o lilás da aura, da energia que me consome

e enche de vida a ti

que me rouba as forças e que rouba-me de mim mesmo...


*Antonino oliveira Júnior é da Academia Cabense de Letras

O POVO GOSTA DO QUE É BOM

No sábado que passou, a cidade do Cabo de Santo Agostinho recebeu a Orquestra Filarmônica Bachiana, de São Paulo, regida pelo maestro João Carlos Martins. O Concerto foi no Largo da Estação e contou com público numeroso, formado por artistas, professores e, principalmente, gente simples, povão. E muitos jovens.

Daquela noite maravilhosa fica uma lição. É falsa a afirmativa de que o povo só gosta da música de má qualidade. A vibração foi total após cada peça apresentada pela orquestra e eu tive a preocupação de observar o rosto das pessoas simples que se deliciavam com a música erudita. Se os órgãos oficiais de cultura investissem mais em projetos dessa natureza, com certeza teríamos uma população com uma cabeça melhor e uma melhor formação cultural.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O ENIGMA DA RELIGIÃO


Tem prosseguimento o Projeto Sexta de Letras, da Academia Cabense de Letras, nesta sexta-feira, 7 de outubro, com a palestra do acadêmico Pastor Erivaldo Alves. O evento acontece no Teatro Barreto Júnior, Cabo de Santo Agostinho, e o tema abordado é O ENIGMA DA RELIGIÃO, com base na obra do escritor Rubem Alves.

Rubem Alves é mineiro, é Teólogo e Psicanalista e suas obras são reconhecidas em diversos países, sempre com destaque. O ENIGMA DA RELIGIÃO é, talvez, a sua obra mais polêmica e discute "por dentro" a relação homem/religião. Tem causado polêmica nos meios religiosos no Brasil e em diversos países, o que antecede a perspectiva de um debate interessante no Sexta de Letras que acontece amanhã.

O palestrante da noite, Erivaldo Alves, é formado em Teologia e Filosofia, Pastor Titular da Igreja Evangélica Batista do Cabo (Cohab) e membro da Academia Cabense de Letras.

O Sexta de Letras de amanhã terá a participação do Quarteto Massagana, de Clarinetes, formado por jovens músicos cabenses, oriundos da Escola de Música Ladislau Pimentel.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

MAESTRO JOÃO CARLOS MARTINS REGE CONCERTO NO CABO DE SANTO AGOSTINHO

Maestro João Carlos Martins

A cidade do Cabo de Santo Agostinho recebe neste sábado, 08 de outubro, às 19:30 horas, a Filarmônica Bachiana Sesi - São Paulo, sob a regência do famoso maestro João Carlos Martins.

O evento é uma promoção da EUCATEX, que comemora 60 anos de fundação, com o apoio da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho. O concerto acontece no Largo da Estação Ferroviária, sendo uma oportunidade única de assistir uma Orquestra de renome, sob a regência de um dos expoentes na arte de reger.


REVISTA NACIONAL PUBLICA DOUGLAS MENEZES

O escritor cabense Douglas Menezes, da Academia Cabense de Letras, é destaque na Revista CONHECIMENTO PRÁTICO DE LITERATURA, de distribuição nacional e já nas bancas, com a publicação de seu trabalho sobre a Obra e a Vida de Graciliano Ramos.

O trabalho de Douglas Menezes sobre Graciliano Ramos já foi premiado pelo Diário de Pernambuco e agora é assunto de capa de uma revista nacional.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

SEMINÁRIO DA ACADEMIA

Academia Cabense de Letras

Aconteceu no último sábado, 01 de outubro, Seminário interno da Academia Cabense de Letras. O evento aconteceu na Chácara do empresário Ferreira Leite, em terras do engenho Castelo, neste município.

Na pauta, avaliação das atividades da Academia, consideradas como positivas por todos. O Projeto Sexta de Letras e as Palestras realizadas nas escolas públicas foram destaque, na opinião de seus integrantes. Um planejamento para o próximo ano começou a ser esboçado e será divulgado posteriormente.

ENIGMA DAS RELIGIÕES

Este é o tema do próximo Sexta de Letras que acontece na próxima sexta-feira, 07 de outubro, às 19 horas, no Teatro Barreto Júnior, Cabo de Santo Agostinho. A palestra sobre a Obra de Rubens Alves será proferida pelo acadêmico e Pastor Erivaldo Alves.

CONSUARTE EM FESTIVAL

Ator Flávio Alves, em Dilema de um Fumante.

De 26 a 29 de Outubro, na cidade de Floriano, no Piauí, acontece o Festival Nacional de Ponto de Cultura, reunindo grupos de todos as regiões do Brasil. Representando Pernambuco, o Grupo cabense CONSUARTE, participa com a peça DILEMA DE UM FUMANTE, texto e interpretação de Flávio Alves e direção cênica de Lugg Alves.

O CONSUARTE tem realizado um rabalho interessante em Fábricas, criando um público até então afastado de teatros. Recentemente o espetáculo foi apresentado em Brasília, no Distrito Federal.

SEMANA ESPÍRITA

Começou nesta segunda-feira, dia 3, e vai até o domingo, dia 9, a SEMANA ESPÍRITA CABENSE, sempre às 19 horas, na Câmara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho, reunindo as instituições do município. Na programação, palestras e apresentações musicais ligadas ao segmento religioso.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

E O GIRASSOL CHEGOU...

Antonino Oliveira Júnior

Aproveitei o domingo para ler "À ESPERA DO ÚLTIMO GIRASSOL", o mais recente livro do poeta Natanael Lima Jr., ansiosamente esperado pelos amantes da boa poesia. Devorei o livro de Natanael e cheguei a reler, por várias vezes, alguns dos poemas, pelos temas abordados e por sua construção literária bem cuidada, esmerada, exaustivamente vista e revista antes de seu lançamento.

"À ESPERA DO ÚLTIMO GIRASSOL" é um livro para ser lido com calma. Aliás, é um livro para ser degustado, sem pressa, tateando, estalando a língua, saboreando-o. É um trabalho que nos reporta a Alberto da Cunha Melo, em momentos de temas que nos revelam verdades que precisam "perder" a dureza; tem o lirismo do grande poetinha, Vinicius de Morais, na sua eterna tentativa de embelezar ainda mais o amor e paixão; invoca a força política de Vandré em "Não iremos nos dispersar" e na exaltação a Salvador Allende e, como um girassol, traz nas tantas pétalas um tanto de tantos outros poetas. Não por ser plágio ou imitação, mas, pela diversidade dos estilos com que nos presenteou seus versos.

Valeu a espera, ainda mais quando a gente tem certeza de que este não foi, com certeza, o último girassol de versos que receberemos do poeta Natanael Lima Jr., que é membro da Academia Cabense de Letras.

*Antonino Oliveira Júnior é da Academia Cabense de Letras.